sábado, 30 de outubro de 2010

ORA, AS OBRAS QUE SE DANEM!


Nesta semana o jornal Folha de S. Paulo publicou como manchete o que deve ser uma prova que a licitação para a linha 5 do metrô de São Paulo foi fraudada. Diversas construtoras apresentaram propostas para os lotes 2 a 8 dessa linha e algumas construtoras foram as vencedoras para determinados lotes. Só que a sua vitória já era conhecida em abril: o jornal provou que depositou em cartório esse resultado, que teria sido combinado entre elas e o licitante seis meses antes.

A justiça parou tudo para ver quem é o culpado. Afinal, licitação combinada é fraude, lógico. Aliás, quem parou tudo nem foi a Justiça, mas sim o atual governador, Alberto Goldmann. As investigações serão feitas e uma nova licitação deverá ser aberta... no mínimo em seis meses.

Ora, sabe-se que as únicas empresas que tem o know-how e o maquinário para construção dessa linha são as mesmas que teriam fraudado a licitação. Portanto, a não ser que se abra para empresas de fora do país, as empresas que ganharão serão a mesma. Elas não deveriam ser punidas por formação de cartel?

Aliás, quem pagará pelo atraso nas obras? Pelo prejuízo incalculável de se atrasarem essas obras? Por que não, simplesmente, deixar as obras correrem e se penalizar as construtoras se realmente ficar provado que houve fraude?

Como sempre, houve fraude e quem vai pagar por isso é o povo, pois os governantes não têm competência para resolver problemas como esse rapidamente. Nem a Justiça se esforça para tal. Quer primeiro achar os culpados para depois resolver os problemas.

O certo é usar o método japonês: primeiro se resolve o problema, depois se acham os culpados. Mas aqui na terrinha, jamais, talvez por que se sabe que os culpados sempre voltam - ou jamais são punidos.

Neste país, a experiência nunca serviu para nada - afinal, não é a primeira vez que fatos como este acontecem e que prejudicam de forma severa os investimentos e as obras nacionais. Vergonhoso, vergonhoso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário