terça-feira, 20 de maio de 2014

ONE OF THESE DAYS (PINKFLOYD? EM SÃO PAULO?)

Filas de ônibus, parados e vazios, paralisam as ruas em São Palo. Aqui no largo do Paisandu. Foto UOL
Meu dia hoje foi "de lascar".

Se por um lado eu consegui quase por milagre me livrar dos congestuinamentos de São Paulo causados pelos fdps motoristas e cobradores de ônibus, por outro lado, o fato de eu ter deixado meu carro em Barueri e ir com a CPTM para Pinheiros e voltar também por ela salvou o dia.

Mas o resto...

Começou quando baldeei na estação de Osasco (saí da estação de Barueri, depois de deixar o carro estacionado ali), saí do trem que seguia para Julio Prestes para entrar num quase totalmente lotado trem parado na plataforma osasquense. Deu para entrar sem grandes empurrões, mas atrás de mim eu percebi que entrou uma moça mais para pequena que para alta e que ficou encostada em pé ao lado da porta.

O trem esperou mais do que o normal para partor, mantendo a porta aberta. Então, continuou a entrar gente sem parar. Até que lotou mesmo. O último sujeito, um homem mal-humorado com cara de picareta e aparentando ter entre 35 e 45 anos, magro e não muito alto, empurrou o quando pôde a mocinha para tentar entrar.

E não dava. Ele estava travando a porta. Até que prensou a moça contra as barras e pisou, aparentemente, no pé dela. Ela reclamou, sem ser malcriada. A resposta dele foi curta e grossa, principalmente grossa: "se está lhe incomodando, saia do trem e espere outro, A porta ainda não fechou".

Grossura desse jeito eu não costumo ver no trem e no metrô. Minha vontade (e eu estava meio longe do local, com umas duas pessoas entre nós e ainda por cima carregando duas maletas e mal podendo me mexer).foi de falar "peça desculpas para a menina agora mesmo, antes que eu lhe dê um murro para lhe quebrar os dentes". Mas não havia espaço para isso. E ficou por isso mesmo. Muito chato, senti-me culpado.

Cheguei, andei até o escritório,fiquei ali por umas duas horas até ter de sair para uma romaria no centro da cidade para ter notícias nada agradáveis e que vão me tomar um tempo que não tenho para resolver.

Decidi ir pelo corredor de ônibus da Rebouças. Nada sabia de uma possível greve de önibs que estva se desenhando. Mas eram cerca de 11 horas e ainda nada estava acontecendo, pelo menos por ali.

Quando o önibus, que ia para a praça Ramos, onde eu tomaria o metrô para a Sé, chegou no final da rampa da rua da Consolação pela faixa exclusiva...

Paro aqui para uma nota: o ônibus chacolejou muito. O asfalto especial da faixa está bem ruim. E cada dia que o uso noto uma piora - não faço todos os dias este trecho, apenas uma a duas vezes por semana, quando muito.

...e voltando à rua da Consolação, enquanto estava parado no ponto quase na rua Caio Prado, o motorista comunicou-se por radio com alguém (eu estava ao lado dele) e comunicou aos passageiros que ele não ia seguir mais para o Anhangabaú, pois teve ordens para entrar na Rego Freitas à esquerda, pegar a avenida Ipiranga e retornar para a Consolação, como se voltando para Pinheiros.

Passageiros se revoltaram, discutiram com o motorista, que alegou que havia ônibus travando as pistas na Xavier de Toledo, seu ponto final. Era a greve começando de repente. Alguns passageiros desceram ali mesmo, xingando o motorista e o prefeito. Ele então avançou e tentou entrar na Rego Freitas: guardas da CET lhe fizeram sinal para seguir pela Consolação, que não havia nada à frente.

Ele discutiu uns dois minutos com os guardas, que forçaram-no a seguir pelo caminho original. Ele, com muito mau humor, fê-lo. E realmente, não havia nada. Parou no ponto final que devia e nós descemos - ou seja, quem havia ficado no ônibus. Quem saíra antes se ferrou.

A minha romaria envolvia seis lugares relativamente próximos no Centro Velho, por isso fui de ônibus, chegando à Sé de metrô, podia fazer isso caminhando por cerca de duas horas e resolvendo tudo relativamente rápido. Bom, resolvendo a primeira etapa da via-crucis que vai provavelmente tomar-me alguns meses.

Na volta a Pinheiros, tomei o metrô. São Joaquim-Luz-Faria Lima. Tomei a escada rolante. Lembramse dos avisos que poucos respeitam, "deixe o lado esquerdo para quem quer descer ou subir caminhando"? Pois é. Dois giardas municipais estavam lado a lado conversando parando os passageiros atrás deles. Já na viagem de ônibus, ouvira boatos sobre paralização total de metrô, CPTM e ônibus ainda hoje a partir das quatro da tarde. Tentei, então obter algumas informações torcendo para que fossem confiáveis.

Na Luz, o pessoal da CPTM disse que não haveria mais greve, que a as exigências de ontem, segunda, haviam sido totalmente aceitas pela categoria. A greve não viria hoje, nem amanhã, nem tão cedo. O pessoal do metrô disse-me que haveria uma assembleia hoje à noite e que o resultado era impossível de ser antecipado. Se houver greve, começa amanhã, quarta. Mas amanhã não era hoje.

Cheguei de metrô sem nenhum problema na Faria Lima. A única coisa durante a viagem foi que eu me sentei num assento que ficou vazio quando entrei na Luz e, logo depois de me sentar, uma família - avó, mãe e neto (descobri depois que era isso) - pararam do meu lado e a mãe comentou com a avó quando o trem partiu, dando um tranco razoável, que "o menino tinha sido operado e um tranco desses era perigoso". Olhei e vi o menino, Na mesma hora eu me levantei e ofereci o assento. Foi uma das passagens boas do dia. Agradeceram-me demais.Ela depois de sentar-se junto com ele olhou o curativo (pontos) no estômago dele, levantando-lhe a camisa. Era feio.

Cheguei à Faria Lima e saí do metrô pela saída do lado ímpar da avenida (sentido Punheiros-Itaim). Uma bagunça. Ônibus parados e vazios ocupavam todas as pistas da Faria Lima sentido Pinheiros na esquina da rua de Pinheiros. Motoristas e cobradores permaneciam do lado de fora deles, batendo papo e sendo xingados pelos passageiros que eles puseram para fora no meio do caminho. Carros atrás deles obviamente estavam travados no meio da rua. Um carro do CET estava atrás dos ônibus sem fazer nada. Não há mais autoridade. Ninguém foi preso.

Chegando ao escritório, bastante perto dali (cinco minutos de caminhada), escrevi imediatamente no facebook: "Pois é, o maravilhoso PT agora vai começar a dizer que não somente a imprensa mente, mas o povo também. Aqui na Faria Lima os ônibus fecharam as pistas perto da rua de Pinheiros; é o caos. Eu vi isso, vi os motoristas parados ouvindo xingamentos dos transeuntes e vi o CET parado atrás deles nao fazendo coisa nenhuma. Eu vi. Mas eu só minto, não é mesmo, sr. Haddad? Renuncie, vá para casa, pois você é um inutil. Um imprestável. Ouvi tambem dizer que isso está acontecendo em várias outras partes da cidade. Isso eu não vi. Provavelmente, segundo o PT, deve ser mentira também. Bando de estrume que nos governa!"

Fiquei cerca de uma hora no escritório e saí para tomar o trem da CPTM na estação Rebouças. Esta estava, realmente, aberta. Enquanto isso, informações de algumas pessoas confiáveis diziam que o metrô havia sdo fechado não pela greve,. mas para evitar depredações pelo excesso de gente que não tinha os ônibus.  Parece que isso se confirmou, pelo menos em algumas estações, aquelas próximas aos terminais de õnibus e aos pontos em que as avenidas estavam paradas por eles, caso da estação Faria Lima.

Andando pela Eusébio Matoso, vi os önibus travando toda ela e a Rebouças junto à estação do Shopping Eldorado. Mais mentira, devem dizer os petralhas. Tomei o trem sem roblemas para chegar a Barueri; não houve grandesprobelamas na baldeação obrigatória em Presidente Altino.

Antes disso, quando desceram passageiros na estaçao Pinheiros, vagou um lugar ao meu lado. Fui sentar, mas na hora em que ia fazer isso, uma menina - muito parecida com a do problema da manhã, mas não a mesma - tentou chegar ao lugar também. Eu olhei para ela e notei uma barriguinha suspeita. Não perguntei se ela estava grávida, claro, mas deixei o lugar para ela. Ela titubeou, mas eu insisti e ela acabou sentando. Agradeceu muito, grávida ou não. O pessoal é geralmente gentil em trens. Meus cabelos brancos denunciam meus 62 anos.

Cheguei em Barueri, peguei o carro, perdi um pouco de tempo na chegada a Alphaville dirigindo. Cheguei em casa. O Datena estava na TV falando com o - olhe lá! - desaparecido Fernando Haddad, este tentando justificar uma greve e o Datena insistindo naquele assunto de que as licenás para as empresas de ôibus em São Paulo são provisórias e emergenciais desde 2004 - época da dona Marta, também do nefando PT.

Minha imaginação seria tão fértil a ponto de imaginar que o senhor Fernando estaria respondendo perguntas tendo outro telefone a seu lado, por onde seu guru, o senhor Lula, passaria as respostas que Fernando deveria dar ao sr. Datena, que de bobo não tem nada e peitou o prefeito. Não vou entrar em detalhes, mas foi interessante quando de repente minha esposa mudou o canal e teve o trabalho de me explicar: "eu até que estava gostando de ver o Datena dar um banho no Fernando, mas depois de ouvir a frase "...depois das obras deixadas pelo Lula e pela Dilma...", eu não aguentei mais. Desde quando Lula e seu poste I (Dilma) ou II (Haddad) fizeram algo por São Paulo? Não dá para ouvir isso, realmente.

Esse, senhores, foi o meu dia. Estou contando-o para vocês não para irritá-los, mas para alertá-los.

Afinal, a deterioração de São Paulo e do país por falta total de autoridade e de vergonha na cara está nos levando ao precipício e nós não fazemos nada.

Enquanto isso, a cada dia que passa, aumentam os anúncios e reportagens relacionados à Copa do Mundo (faltam 23 dias), onode somos tratados como idiotas. E não somos? Por que não demos uma surra nos motoristas e cobradores que pararam no meio do percurso para pôr passageiros para fora?

Finalment: a greve-relâmpago, claramente ilegal e sem punição - duvidam? - foi o seguinte: ontem à noite, o sindicato dos motoristas e cobradores chegaram a um acordo quanto ao aumento de salários e decidiram não fazer a greve - dó que uma boa parte dos empregados achou que era pouco e resolveu não seguir o sindicato, que, bem ou mal, representa-os. E deu nisso.

Calhordas.

2 comentários:

  1. Ralph,
    Como vai? Revoltado pelo que vejo...
    Aqui no Rio de Janeiro as coisas não estão muito diferentes, a Cidade toda e os municípios vizinhos estão sofrendo (Obras e + obras). O trânsito está caótico. A violência concentrada nos morros do Município do Rio se alastrou para os municípios vizinhos. Passeatas a toda hora já fizeram o Governador Sérgio Cabral renunciar e deixar seu vice "Pezão", isso ai "Pezão" no seu lugar, dando um "pé" na busanfa do Povo. Nesse caos só três transportes chegam na hora no seu destino. O Helicóptero para os ricaços o trem da supervia e o metrô. Mais nada.... Abraço,

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  2. Parabéns pela energia de escrever esse relato após atravessar esse oceano bravio usando os mais diversos e inóspitos modais. Sim, concordo, o Poder Executivo está rapidamente perdendo capacidade de dar conta dos problemas urbanos, que crescem nas proporção inversa. Onde isso vai dar? Me preocupo, pois eu e meus entes queridos estamos nesse barco até o pescoço...

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