Estação de Faria, muito bonita, de 1926, na linha Lavras-Três Corações, em Minas, aguardando um trem de passageiros que não passa desde 1976
As eleições se aproximam e vão pipocando as notícias da implantação de trens de passageiros pelo Brasil afora.
Em 1960 tínhamos 38 mil km de linhas com trens de passageiros percorrendo-as, sem contar bondes. Hoje temos menos de 3 mil e boa parte são trens metropolitanos (antigos trens de suburbio e também os metrôs).
Já cansei de escrever neste blog artigos defendendo a implantação de trens de longa distância e condenando a extinção sem motivos realmente plausíveis para a extinção de noventa por cento desses trens. Nessa brincadeira não falo da extinção somente dos trens de longa distância (dos quais somente restam o Vitória-Minas, o da E. F. Carajás e o da E. F. Amapá, além dos semi-turísticos Curitiba-Paranaguá e Pindamonhangaba-Campos do Jordão), mas até de trens de subúrbio, como os de Curitiba, Belo Horizonte e de Niterói, por exemplo.
Condeno também o gasto injustificável de dinheiro de prefeituras e até do Estado para a implantação dos chamados "trens turísticos" que funcionam somente nos finais de semana, sendo que a maioria corre a primeira vez e depois, nunca mais, fora os que nem correm - mas se gasta dinheiro em projetos, colocação de trilhos e reformas de estações para no final jamais rodarem.
Por outro lado, congratulo-me com as entidades particulares, como a ABPF, Serra Verde, Perus-Pirapora e até FCA, esta uma concessionária de carga que maneja os trens turísticos Ouro Preto-Mariana e São João del Ray-Tiradentes. Todas essas entidades são privadas e não chupam dinheiro do governo para rodar seus trens de fim de semana, além de ajudar na conservação de material rodante que já estev perto de ser jogado na lata do lixo.
Vamos lá de novo: Fora os trens de longa distância citados acima, ainda rodam no Brasil os seguintes trens "de suburbios", ou metropolitanos os trens paulistanos da CPTM e do Metrô, os cariocas da Supervia e do Metrô do Rio, o Demetrô de BH, a TRANSURB de Porto Alegre, os trens de subúrbio Pindamonhangaba-Expedicionarios em Pindamonhangaba operados pela EFCJ, a CBTU em Salvador, João Pessoa, Fortalexa, Teresina, Maceió e Natal e o metrô e os trens do Recife. Esqueci-me de algum?
Os VLTs, nodes modernos, quase litorinas, já rodam entre Crato e Juazeiro do Norte, no leito do fim da antiga linha Sul da RVC, estão com a construção adiantada em Santos e São Vicente usando o antigo leito da Sorocabana e em obras em Cuiabá em leito totalmente novo. Em Maceió ele roda no mesmo leito do trem da CBTU dependendo do horário. Em outras cidades, muitas promessas e nada de concreto, como, por exemplo, Sobral e Macaé.
É pouco, se considerarmos o que existiu de trens e bondes neste país. Muito pouco. As promessas aumentam e diminuem conforme o "fogo" eleitoral.
Em São Paulo fala-se de trens regionais (ou seja, de longa distância) entre São Paulo e Americana São Paulo e Sorocaba, São Paulo e Santos e São Paulo e São José dos Campos. Todos já existiram e são mais do que necessários. Os que se diz que serão implantados "nos próximos anos" usrão leitos diferentes dos que se usava antes. Fala-se há anos no Campinas-Poços de Caldas e no Londrina-Maringá e, em outros Estados, em outros, que nem vale a pena citar.
Estes trens correrão um dia? Esta pergunta é uma incógnita total, dado o descompasso, despreparo, desprezo, etc. dos governos estaduais e principalmente do atual governo federal.
Nesta semana contou-se mais um capítulo sobre a novela "ramal Santos-Juquiá-Cajati", uma das linhas mais populares desde a sua implantação em 1915 até seu final em 1997 e mais viáveis de se ter trens de passageiros usando o leito atual. A linha é praticamente plana em 80% do seu trajeto, corre paralela a uma rodovia congestionadíssima (a Manoel da Nobrega, vulgo "Pedro Taques") e está abandonadíssima, sem motivo algum, desde 2003, quando carregar apenas carga. Ora, se ela é estratégica para o transporte de passageiros ao longo do litoral sul de São Paulo e ALL não a quer, porque não se prolonga o VLT que está sendo completado entre Santos e São Vicente, no leito dessa linha, até Ana Dias, pelo menos, região de enorme procura principalmente durante os finais de semana? O que faz o nosso governo evitar sequer falar do assunto?
Também nesta semana alardeou-se outro "trem turístico" entre Lavras e Três Corações, em Minas Gerais, numa linha onde não correm trens de passageiros desde 1976 e cargas desde 2011. Ora, trem turístico por que? Toque-se um trem normal, façam-se as correções necessárias para esse tráfego, compre-se matgerial novo (VLT, litorinas, trens a diesel,o que for) e ofereça-se serviço de tansporte para uma região que tem demanda.
E assim vai o Brasil. As coisas estão "n cara" do governo, que só fica olhando e dando desculpas. E nós, povo inocente, só olhando.
sábado, 31 de maio de 2014
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Legal, minha mãe era de Itabuna.
ResponderExcluirRalph, boa tarde. Eu acho sim que os trens de passageiros vão voltar. Moro em Americana e trabalho em Guarulhos e uso o carro pra me locomover. Percebo a cada dia que a situação do trânsito vai piorando. Recentemente liberaram a quinta faixa na Rod. dos Bandeirantes, mas não ajuda em nada; é uma melhora temporária. Não tem mais pra onde expandir. O governo terá que investir em trens, não porque se preocupa com o povo, mas porque não terá outra saída, principalmente se quiser que a economia cresça. O problema, na minha visão simplista, é que neste país tudo é feito de forma orquestrada, pra alguém ou algum grupo levar vantagem nessas obras. O governo não trabalha de forma preventiva, se fosse assim, quando construíram o aeroporto de Guarulhos já teriam levado trem ou metro até lá, mesmo sem muita demanda pra época. Pelo contrário, espera a situação chegar ao caos total e começa com obras emergências até para poderem superfaturar. É o que deve estar acontecendo nesse momento como os projetos de trens de passageiros. Na teoria alguns grupos são contrários a volta completa dos trens, Concessionárias de estradas, Indústria automobilística, Transportadoras etc. Mas nada que "negociações" não resolvam isso, haja visto que a CCR hoje é dona da linha amarela do metrô (ViaQuatro) e Metrô Bahia. Por isso eu acho que vão sair da promessa e vão começar a trabalhar. Abraço.
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