sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

SHOPPING CENTERS

Até o prédio da Light, construído junto ao vale do Anhangabaú no final dos anos 1920 em São Paulo, virou shopping center...

Detesto shopping centers. Para começar, eu sou chato mesmo e acho que eles deveriam se chamar Centro de Compras, que é a tradição literal, e não ter nome em inglês. Ou então, aportuguesar a palavra: "Xopin Center". Não, palavras que começam com X são muito esquisitas. O fato, porém, é que não há "sh" na língua portuguesa.

Aliás, mais curioso ainda é o fato de que o americano, que inventou esse triste centro de consumismo, não chama o que chamamos de shopping centers de shopping centers. Os nossos shopping centers para eles são os shopping malls. Em compensação, o que eles chamam de shopping centers são, na verdade, aqueles shoppings pequenininhos que muitas vezes ficam em esquinas com meia dúzia de pequenas lojas e onde os automóveis estacionam na frente delas.

Hoje tive de ir em um shopping. Normalmente, só vou a eles quando é absolutamente necessário. Entro, tento ir direto à loja em que preciso comprar ou conferir alguma coisa, compro, pago e saio de volta para o carro. Hoje não deu. Por diversos motivos que não vêm ao caso, acabei permanecendo cerca de uma hora e meia lá dentro, e na mesma loja. Dela somente saí para ir ao banheiro e para comprar um refrigerante. Ah, sim: aproveitei para ir ao banco, já que havia um lá dentro bem próximo à loja em que eu estava.

Você já experimentou achar um banheiro num shopping? Claro, se você vai sempre a eles, já descobriu onde eles estão. Mas para quem não vai nunca, achar um banheiro é tarefa hercúlea. Normalmente não há placa indicando onde eles estão. E quando há, mesmo seguindo as placas, você não chega no banheiro. Hoje, por exemplo, no andar em que eu estava não havia banheiro. Perguntei a um guarda onde era e ele me mandou descer a escada e entrar à direita. Que absurdo! Mudar de andar num enorme shopping só para ir ao banheiro.

Outra coisa que não me agrada nos shoppings é a reverberação imensa e insuportável a ponto de não se conseguir conversar direito. Você senta com sua esposa ou com amigos numa mesa para conversar mas não consegue, graças ao insuportável festival de vozes que retumba pelo amplo salão. E mais: restaurantes e barzinhos estão frequentemente cheios demais.

Enfim, reclamo demais, concordo. Mas que continuarei indo a shoppings somente quando precisar muito, ah, isso vai continuar... Prefiro mil vezes caminhar pelas ruas. Pode ser mais inseguro, mas pelo menos me sinto livre sem um teto enorme em cima de mim e sem a luz do sol.

9 comentários:

  1. O engraçado é que 90% dos paulistanos que conheci adoram shoppings.
    Eu também detesto.
    Mas tenho ido muito, exclusivamente para ir ao cinema, porque adoro ir ao cinema e há poucos de rua.

    ResponderExcluir
  2. Questões: aportuguesar não seria xopim center, com "m"? Que shopping foi esse, que não tinha banheiro no andar? Se você ficou uma hora e meia na mesma loja, então fez o que sempre fez: entrou, resolveu e saiu, né? Também evito xopins, apesar do que uns são piores do que outros. O shopping D, junto à ponte Cruzeiro do Sul, é meio vaziozão, ótimo. Já o pior para mim é o Santa Cruz, verdadeira caixa de risco, fechadão, parece a caixa forte do tio Patinhas cheio náo de dinheiro, mas gente. Acho-o muito inseguro, e peço pras minhas filhas evitarem.

    ResponderExcluir
  3. Shopping Eldorado. Quanto ao m ou n no final, tanto faz, pois há palavras em portugues que terminam com n também.

    ResponderExcluir
  4. Ok, tem muito problema mesmo. Eu particularmente odeio o fato de forçarem você a circular os andares, colocando as escadas em lados opostos, mesmo em locais gigantescos.

    Agora, não posso concordar com sua conclusão. Preferir às ruas?

    Ela tem praticamente todos os problemas que você citou para o Chópim (viu, não precisa ser com "x") e ainda alguns extras: mendigos, panfleteiros, cruzamentos com o trânsito, poluição, e insegurança.

    Sem falar que não tem algumas das vantagens, como a variadade da praça de alimentação, ar condicionado ou estacionamentos com preços baixos (aliás, na rua, se vc foge do estacionamento caro, enfrenta máfia dos horripilantes guardadores de carro, que por alguns reais te protegem a insegurança que eles mesmos geram).

    Na rua você não procura por banheiros porque não tem e, quando tem, são imundos. Sem falar, que nem sempre será uma agradável tarde de sol, e sim um dia chuvoso ou extremamente quente, e a rua não te protegerá do mau tempo.

    Em resumo, critique o Chópim à vontade, eu também não gosto deles. Mas não ofereça uma solução ainda pior.


    Um viva às compras online.

    ResponderExcluir
  5. Nossa, que bronca... bem, a alternativa já está aí, basta usar ou não. Ainda prefiro a rua. Há mais coisas bonitas (e feias também) para olhar e aprender. Nos xopins é tudo a mesma coisa, sempre. E não tem janelas. Nem fechadas. Uma clausura.

    ResponderExcluir
  6. Para mim os "Shoppings" são como Cassinos, um lugar em que não há nenhuma chance de sair com o mesmo dinheiro que você entrou. E não tem jeito, só de entrar lá você já teve que gastar algum. E são empreendimentos feitos exclusivamente para isso, sem nenhuma outra finalidade sequer. Por isso ainda prefiro o comércio de rua.

    ResponderExcluir
  7. E hoje (segunda, dia 7) ainda teve bangue-bangue no Shopping Morumbi...

    ResponderExcluir
  8. O Shopping Center nada mais é do que o templo da religião do consumo, o mito do trivial e inutil, uma visão do falso conforto e imagem de sociedade civilizada e mau instruida, que segue cegamente a cultura da luxuria divulgadas por novelas, seriados, filmes, hq's, livros(românticos), jornais e colunas socias.
    Por enquanto só tenho ido a shoppings pra usar justamente o banheiro, como você disse, sabendo localizá-lo.

    ResponderExcluir
  9. Eu sempre me senti um peixe fora d'agua, sendo paulistana e detestando shoppings. E concordo plenamente quanto ao nome cafona e errado, ja que em ingles a palavra e mall, e como vc disse, shopping centers sao algumas lojinhas em cidades pequenas. Brasileiro e cafona e adora por nome em ingles em tudo, mesmo errado e sem saber pronunciar.

    ResponderExcluir