quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

CHAMEM O CLARK (KENT)


Ainda estou com problemas na Internet na minha casa. Estou postando do meu escritório. Ao mesmo tempo, vejo problemas enormes nas empresas de eletricidade. Lá em Alphaville, onde moro, falta de luz é corriqueiro. Em São Paulo City, tem havido apagões: o último foi ontem, na região dos Jardins, pelo que entendi. Semana passada, apagão geral na região nordeste do Brasil, sem incluir o Maranhão, terra do coronel cujo-nome-todos-sabem-qual-é-e-eu-não-escrevo-para-não-dar-a-ele-mais-publicidade-ainda. Coincidência, já que um dos seus afilhados é ministro das Minas e Energia sem entender uma linha sobre o assunto?

Liguei agora há pouco para o consultório do meu médico, daqueles que existem diversos médicos e poucas secretárias, e ela me esqueceu na linha. Na segunda vez, ninguém atendeu ao telefone. Na terceira, atenderam e me deixaram pendurado um tempo. Só aí consegui falar.

Nos clientes da empresa de minha esposa, para quem trabalho (marido dedicado é isso), receber os pagamentos por serviços prestados é uma luta. Considerando que 99% dos clientes são empresas multinacionais, uma delas entre as dez maiores do mundo, a alegação quando são cobrados é sempre a mesma: erro interno, quem recebeu o boleto estava de férias, quem recebeu o boleto não estava de férias, mas a quem repassou diz que não recebeu, a pessoa que recebe os e-mails não leu o e-mail, a pessoa que recebeu o e-mail com o boleto recebeu o e-mail mas não o leu inteiro e não viu que tinha um anexo, enfim - 50% das notas emitidas não são pagas em dia e quando são pagas finalmente fazem-no sem pagar juros e multas, na maior cara-de-pau.

Os fatos relatados acima mostram, no caso da Internet e da eletricidade, que o governo não tem controle algum sobre a infraestrutura que é necessária para atender às necessidades do povo e das empresas que necessitam dessa estrutura. Não é preciso dizer que eletricidade e internet são hoje imprescindíveis para se viver. Claro, a não ser que você se "eremitize". As agências reguladoras não regulam nada e a colocação de novos projetos para atender a demanda que cresce chega - quando chega - muito depois do aumento da demanda. Nunca antes, nunca há uma previsão.

Já no caso das empresas citadas, multinacionais ou consultórios médicos, é visível a falta de mão-de-obra para atender o que seria necessário atender. Nem vou discutir treinamento. O que digo é que na enorme maioria dos casos o pessoal necessário para trabalhar com cobrança (no caso citado) e para atendimento de telefone ou serviço a ser prestado para os profissionais liberais de um consultório é insuficiente. Não adianta vomitar eficiência - tem de ter a eficiência. Para isso, há de se reduzir lucros e não custos.

Enfim, o capitalismo está falindo. Ou já faliu. Alternativas? Certamente não Karl Marx, mas a alternativa clara parece ser inaceitável para os seres humanos que compõe a sociedade: trabalhar para ter o necessário, não para se entupir de dinheiro enquanto metade da população do mundo esteja na miséria.

Aí, vão reflexões de todos os tipos e eu concordo, mas também é fato que ninguém pões efetivamente as cartas na mesa e senta-se para discutir isso. Apenas diz que vai fazer sem realmente querer fazê-lo. E chega, acabou meu momento "salvador do mundo" de hoje.

3 comentários:

  1. Bom dia Ralph,
    Ninguém lembra mais, mas a president"A" Dilma, quando ministra novata de minas e energia do Lula, como primeiro ato, bloqueou todos os projetos herdados do governo anterior de aumento de geração de energia. Foi avisada das consequencias destes seus atos. Agora, será que ela lembra disto? E prepare-se pois a previsão que se fazia era de muitos apagões, a partir de 2010. Pois é, aqui se faz, aqui se paga.

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  2. Ralph,
    Aqui na Zona Sul aonde trabalho falta luz quinzenalmente. Nada grave, mas atrapalha.
    Ninguém fala nisso, mas para mim é um indício de que algo vai muito mal...
    Abraços,
    Ricardo

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  3. Em Alphaville a frequencia de apagões é muito maior, Ricardo. E isso vem de há muitos anos. Dizia-se que melhoraria com a privatização, mas até piorou. Isso, fora as "piscadas", constantes.

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