quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

FUMANTES


Hoje pela manhã ouvi no rádio pelo menos duas vezes sobre o projeto de lei de um deputado estadual paulista (acho que era isso) para proibir o fumo em praças, praias, ou seja, locais abertos.

Não fumo, nunca fumei, não gosto nem sinto nenhuma falta de fumar. Não gosto de cheiro de cigarros e detesto quando em algum lugar alguém joga fumaça de cigarro na minha cara. Porém, o que estão fazendo com os fumantes beira o ridículo.

Sabe-se, pelo menos alardeia-se, que é muito difícil deixar o vício de fumar. Diz-se também que o fumo causa câncer, principalmente de pulmão. O saudoso Stanislaw Ponte Preta disse uma vez que ouviu um político anti-fumo (já nos idos dos anos 1960) dizer que "todo fumante morre de câncer a não ser que outra doença o mate primeiro" (brilhante!). E também me lembro de um filme de Woody Allen, que assisti nos anos 1970, o "Bananas", onde ele vai para o futuro (em tempo: achei o filme uma enorme porcaria), onde os conhecidos dele, em algum ano no século XXI (que é hoje!!!) ou XXII, lhe dizem algo como isto: "olhe só o cara fumando, que legal! Imagine que no século XX todos diziam que fumar fazia mal à saúde, imagine só!".

Como ainda estamos no início do século XXI e ainda ninguém desmentiu o fato que fumar causa câncer - apesar que não é todo fumante que morre ou tem essa doença, realmente - as leis antifumo começaram a proliferar já faz algum tempo. Não se pode mais, pelo menos em São Paulo e outras cidades do Brasil, fumar em ambientes fechados, como bares, restaurantes, cinemas, hoteis, shoppings, escritórios, consultórios, etc. Agora, querem proibir fumar do lado de fora. Onde o fumante vai fumar, então? Só em casa!!

Não era preferível, então, mandar matar todos os fumantes? Não, seria muita dor, sangue e sofrimento, mesmo para quem não fuma. Então, que tal proibir de vez a fabricação de cigarros? O que adianta permitir, afinal, sua fabricação e depois dizer nos maços que cigarro causa câncer e que eu se fosse o cara que está segurando o maço não fumaria nunca mais! Não, isso também não pode, pois a economia nacional sofreria um grande baque.

Então, fazer o que? Tem um fumante que quer largar o cigarro, mas parece que isso é muito mais difícil do que se apregoa, pelo menos pelo que ouço de inúmeros amigos e conhecidos que fumam. Fumar só em casa? Mas e no trabalho, como ele vai fazer? Agora ele pode sair para a calçada e fumar, mas com a nova lei que deve ser aprovada, babau.

Bom, pelo menos vamos nos livrar das bitucas de cigarros, então. Que porcos, esses fumantes que - todos eles, pelo que as pessoas dizem - jogam bituca na rua. Ainda bem que quem não fuma não joga garrafas PET e latinhas de refrigerante, além de papel velho e embalagens de comida na rua também. Eliminando-se o fumo, a sujeira nas ruas desaparecerá.

Hoje caiu um temporal na zona oeste paulistana que alagou vários pontos. Um deles foi a esquina da Brigadeiro Faria Lima com a Rebouças e a Eusébio Matoso, em Pinheiros. Devo assumir, então, que todo o lixo que eu vi no alagamento que pude presenciar do oitavo andar do prédio onde tenho escritório, na Faria Lima, que toda aquele monte de sujeira boiando na água suja eram bitucas de cigarro, bem como aquela capa quase sólida e que pareciam garrafas PET, sobre o rio Pinheiros, eram também bitucas.

Emfim, parece que os fumantes são a fonte de todo o mal. Já os fabricantes de cigarros alavancam a economia nacional. Não é isso?

4 comentários:

  1. Concordo que cigarro é uma droga, concordo com a lei que proíbe o fumo em locais fechados e concordo que não se pode abusar e querer estender essa lei para todo e qualquer lugar aberto. Mas ressalvo que o projeto de lei em questão (19/2011) não fala de proibir o fumo em calçadas da porta do trabalho, por exemplo. Cita praias, parques e praças, por serem locais "de prática esportiva e de lazer". Achei esse PL meio exagerado, mas acho que vale corrigir.

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  2. Em princípio, tudo parece exagerado quando é novidade. Houve muita gente que duvidava que a proibição de não fumar em ambientes públicos, fechados, não pegaria. No entanto, foi mais eficiente do que a imprensa fez parecer. Aliás, no afã de ser (ou parecer ser!) imparcial, a grande imprensa sensacionaliza tanto tudo que a gente chega a pensar que uma revolução acontecerá em seguida. O brasileiro, cordato, sabe discernir o que é mais racional e saudável. E se as praças e praias são locais de concentração pública, inclusive de quem não quer fumar passivamente, que venha a lei.

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  3. Bom dia Ralph,
    Lembre-se que a incidência de impostos sobre o cigarro é astronômica. Então o próprio governo gosta muito do cigarro....

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  4. De vez em quando surgem razões para andar feliz e sorrindo por aí: 1 - já não se pode fumar em locais fechados (adeus tiranos da liberdade invasiva!) e 2 - todos os meus queridos mais próximos não fumam. Me dou por satisfeito nesse quesito. Agora, o marketing faz absurdos. A mocinha acima dizer que o aroma é delicioso... só se fosse outro aroma oculto que a envolvesse, que não o do cigarro. Abraços.

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