Estação do Oratório - monotrilho - linha 15 de São Paulo - Foto UOL
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As notícias dos últimos dias em São Paulo sobre ferrovias não são más: aliás, são mais do que boas, considerando-se a modorrenta situação das obras de ferrovias, como VLTs, metrôs e trens metropolitanos no país inteiro.
Porém, vale ressaltar que tudo que citei é ferrovia.
Em São Pauo, inaugurou-se um trecho de 2,9 km de monotrilho, linha 15, continuação da linha 2 do metrô (Vila Madalena-Vila Prudente, já operando há vários anos), entre Vila Prudente e Oratório. 2,9 quilômetros, relativamente pouco, mas, operando em experiência todos os sábados e domingos durante três meses; Atrasado? Sim.
Também o VLT de Santos e São Vicente entrou em fase de experiência somente nesta última cidade. Vai ficar assim algum tempo. A parte de Santos demora por causa, supostamente, do emperramento de órgãos ambientais - que, no Brasil, somente servem para atrapalhar.
As obras da linha cinco continuam seguindo da estação Adolfo Pinheiro no sentido da estação Klabin, na Vila Mariana. Quando ficarão prontas? Talvez mais dois anos.
Tudo isto é por causa das eleições? É possível. Mas vai indo.
No resto do Brasil, metrôs e VLTs seguem lentas obras, como em Cuiabá, Natal, Salvador, Fortaleza, a ferrovia Norte-Sul, a FIOL (Bahia)... e as concessionárias continuam trabalhando somente para obter lucro. Benefícios para o país em termos de infraestrutura, nenhum. Somente papo furado.
Ou seja, São Paulo, como sempre, vai mais rápido que os outros, mas em compensação, o trem regional São Paulo-Americana. São Paulo-Sorocaba e São Paulo-Santos continuam em compasso de espera. E pensar que todos estes três já existiram por cerca de 120 anos, cada um deles.
Para os que ainda acreditam que os trens vão reagir no Brasil, as notícias em geral são fraquinhas, mas São Paulo vai um pouco melhor.
domingo, 31 de agosto de 2014
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Prezado Ralph,
ResponderExcluirSou leitor assíduo de seu blog e respeito muito seu trabalho e pesquisas, mas a crítica com relação ao órgão ambiental no caso do VLT é infundada, trabalho neste órgão e, inclusive, faço acompanhamento destas obras. O entrave lá, se podemos chamar assim, são os constantes questionamentos do Ministério Público com relação ao traçado no município de Santos.
Infelizmente, a visão que a maioria das pessoas tem sobre o licenciamento ambiental é esta: que o órgão, por extrema maldade,
"atravanque o progresso", ou então, acredita-se que o dono do empreendimento entregue todo o processo em ordem e que ele fique lá pegando poeira até alguém ter vontade de analisar, quando na verdade é o contrário: muitas vezes faltam documentos ou o empreendedor não cumpre os termos e compromissos assinados, aí ele não consegue a licença e culpa o órgão ambiental pelo atraso.
Qualquer dúvida quanto a este assunto e que eu possa responder, estarei a disposição.
Att,
Washington
Caro Washington: o que acontece no VLT de Santos na parte santista (mais precisamente, onde o VLT deverá passar fora do antigo leito da EFS) é o que vemos na maioria dos projetos brasileiros de hoje em dia. Interferencia do MP, exigencias dos órgãos ambientais e outras burocracias mais. O fato é que há coisas demais para se passar quando se quer construir coisas que são urgentes para o país. Quando são bobagens, muitas vezes idealizadas por demagogos, isso existe também, mas não afeta tanto, pois bobagens são bobagens. V., como leitor assiduo de meu site, deve saber que sou um apaixonado por ferrovias (bondes e VLTs inclusos). Não somente apaixonado, mas também tenho certeza de que os trens de passageiros e bondes jamais deveriam ter sido eliminados, e sim atualizados, como o foram em todo o mundo praticamente - parece que só no Brasil é que não. Aqui criou-se uma política de que trens são coisas antiquadas e obsoletas. Uns dizem que foi por lobby de empresas automobilisticas (o que é verdade em parte). Outros, por simples ignorancia. Demoru 50 anos para esta filosofia começar a mudar. Ou seja, politicos fazem de bondes e trens de passageiros regulares (e até de trens turisticos quando financiados por prefeituras, onde sou totalmente contra) promessas de campanha. Ora, se há 50 anos eram obsoletos e hoje não são mais, por que não se os implantar? Aí existe hoje o lobby das concessionarias das ferrovias, que não querem ver trens de passgeiros atrapalhando o tráfego dos cargueiros. Existe tambem a falta de vontade politica das prefeituras e dos Estados de implanta-los realmente. Por isso, as acusações ao MP e aos órgaos ambientais. A mim, parece-me que as exigencias ambientais são em muitos casos ridiculas. Porem, v., como funcinario de um destes orgaos, tem de cumprir as leis, Entendo. Então, a que ponto chegamos? Que a culpa, no fundo, não é desses orgaos, mas de quem faz as leis. Acaba sobrando para voces, que são a linha de frente. A parte que vejo em relação a ser sua (entenda sua como dos orgãos e não a sua pessoa fisica) é que em inumeros casos as petiçcões, bem feitas ou mal feitas pelos interessados vão para a "gaveta de espera", talvez por excesso de demanda - que até pode ser, dada as exigencias ridiculas que existem, Gavetas de espera somente se aliviam por pressões externas - ou seja, quem tem realmente vontade politica de implantar determinado projeto, vai lhe pressionar mais vezes e mais fortemente. E eu, aqui do lado do povo, um grande palpiteiro que tem a paciencia de fazer um blog escrevendo materias quase que diarias, fico dando a cara para bater. E vejo muitas vezes os orgaos ambientais dar a autorização e o MP barrar no dia seguinte - quantas vezes não perguntei: "por que então não dão para o MP a função de fazerem as licitações e eles mesmos expedirem as autorizações?" Tudo isso acaba elevando o custo das obras, por demora, ajuste de preços da licitação, desgaste por abandono de obra parada... Por fim, acredito, sim, que em muitos casos seja o contrario, como v. me falou: quem atrasa é a parte interessada e não o seu orgão. Espero não ter sido muito confuso expondo minha versão a voce. Grato pela mensagem
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