Igreja em Arcadas, Amparo, SP
O título é exagerado. Talvez fosse melhor ter escrito "um país de ruínas". Afinal, quem está mesmo em ruínas é o Haiti, um ano depois do terremoto, de acordo com a reportagem que li hoje nos jornais. Mas o que quero dizer basicamente é a quantidade de fotografias de ruínas que recebo quase que diariamente de pessoas engajadas com o tema "ferrovias" ou "preservação de patrimônio".
Casarão no antigo bairro rural de Barra Mansa, em Jaú, SP
Outro dia soube de um velho engenho com linhas ferroviárias próprias que existiu no município de Visconde do Rio Branco, próximo à cidade de Ubá, em Minas Gerais. Apesar de estar constantemente buscando novidades (ou "velhidades") nesse assunto, até hoje não havia tido notícia deste, que foi construído por diretores da E. F. Leopoldina em 1885 e depois comprado por uma empresa francesa.
Engenho Monte Alegre, em Piracicaba, SP
Coloquei-o no site, no assunto "ferrovias particulares" e, dois dias depois, meu amigo Jorge, de Gidifora, me manda duas fotos atualíssimas sobre o velho engenho. São ruínas. Ruínas, como sempre. Não é a primeira vez que isso acontece. Há algum tempo, coloquei, na página de meu site da estação de Pinheiro, no velho ramal de São Paulo da Central do Brasil, no Estado do Rio de Janeiro, uma fotografia de uma reportagem de 1910 sobre um casarão ao lado da estação, ainda em pleno funcionamento como escola. Passaram-se alguns dias e descobri fotos dele atualmente: ruínas. Ruínas, como sempre.
Estação ferroviária de Cachoeira Paulista, SP
Percorrendo o Brasil como percorro, já achei diversas ruínas, tanto dentro de cidades como fora. O engenho de Visconde do Rio Branco. Pinheiro. (estes, não conheço pessoalmente). Santo Amaro, Bahia. Cachoeira, Bahia. Maracangalha, Bahia - o engenho Cinco Rios. Estações ferroviárias por todos os cantos. Rotundas ferroviárias. Casarões em São Paulo, como o do Barão do Rio Pardo. Igrejas. Capelas. Fábricas. O antigo prédio do Hospício, no centro de São Paulo - mais precisamente, no Parque Dom Pedro II. Uma velha fábrica e seus depósitos junto à ponte da Vila dos Remédios, em São Paulo. Casas e sobrados na região do antigo Campo de Santana, em plena cidade do Rio de Janeiro.
Casas de antiga colônia rural próximas a São Bento, em Araras, SP.
Quantas propriedades citei? Com certeza absoluta, menos de 1 por cento do que existe em ruínas no Brasil. Por que isto ocorre? Falta de dinheiro dos proprietários? Falta de vontade dos mesmos para recuperar construções que, na maioria das vezes, são mais resistentes do que qualquer uma das construções mais recentes, mesmo as que são feitas hoje? Falta de respeito com o local onde vivem? Vandalismo puro e simples?
Igreja de Cravinhos, SP, que desmoronou em 2009 por falta de manutenção.
Sim, eu sei que ruínas existem por todo o planeta, mas a impressão de que aqui na terrinha há ruínas demais ainda persiste em minha mente.
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
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Ola Ralph
ResponderExcluirAlém das causas que você citou acho que a pricipal causa é a formação de um povo desinteressado pelo país... que elege políticos desinteressados também.....e infelizmente
não só com as ruínas citadas....
Daniel Gentili
Caro Ralph;
ResponderExcluirFeliz Ano Novo para você e família.
Não consigo mesmo fazer comentários no seu blog. Mas li seu post de hoje, a igreja em Arcadas foi reconstruída e reinaugurada, veja em
http://www.at.com.br/at/materia.php?reg=3234&cad=31&obj=31373334
Um abraço
Paulo R. Filomeno
História da Capela de Arcadas (do site indicado pelo Paulo): No início do século 20, fortes chuvas fizeram com que as águas do Córrego do Mosquito, o qual cortava as terras da Fazenda do Tanque, no bairro de Coqueiros, transbordassem, colocando em risco não apenas a sede, casas dos colonos, as plantações como também as tulhas que se encontravam abalroadas de café, pronto para embarcar na Companhia Mogyana. Caso as chuvas não cessassem, fatalmente a sobrevivência da fazenda estaria comprometida. Católica fervorosa e devota de Nossa Senhora Aparecida, a família Barros rogou aos céus e à gloriosa mãe de Jesus, que, prontamente, a atendeu, fazendo com que o arco-íris cortasse o firmamento, anunciando o final das chuvas. Tudo estava salvo... Em agradecimento à Virgem Maria, com o título de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, o Major Alfredo de Barros e Dona Benta Maria de Barros doaram o terreno para que ali fosse erguida a Capela em louvor à Santa. Assim começou a história da centenária Capela, que marca, de alguma forma, a vida de milhares de devotos e habitantes de Arcadas e região, ao longo destes mais de cem anos.
ResponderExcluirOlá,conhecí hoje seu blog e fiquei muito feliz em ver a linda estação de minha cidade(Cachoeira Paulista) sendo lembrada por aquí.
ResponderExcluirUm abraço!
Olá,a capela de Arcadas onde morei fiz minha primeira comunhão,hoje está totalmente restaurada e linda
ResponderExcluirOlá,quero lhe dizer que a igreja de Arcadas hoje está totalmente restaurada e linda,gostei muito do seu blog.
ResponderExcluirA igreja de Cravinhos também foi reconstruída. Já as casas de São Bento, segundo soube, foram demolidas.
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