segunda-feira, 14 de junho de 2010

CARTAS DE UMA ÉPOCA


Neste papel dos anos 1930, batido a máquina por meu avô (que, apesar de escrever o dia todo, era um "catador de milho" daqueles, segundo minha mãe...), o endereço, alguns certamente comerciais, outros não, de gente famosa daquela época. Muitos escritores, muitos são hoje nomes de ruas...

O endereço, naquela época, não tinha CEP, nem nada. Bastava escrever o que está na lista e a carta seguia para o destinatário. Em compensação, o correio tinha fama de mau entregador. Mas a maioria chegava.

Na lista, figuras como René Thiollier, Rui Bloem, Sergio Milliet, Embaixador Macedo Soares, Barbosa Lima Sobrinho, Afonso Arinos de Mello Franco, Afonso Taunay e outros. Todos gente pelo menos conhecida de meu avô Sud Mennucci.

Mera curiosidade de uma época. Hoje, a lista seria de e-mails... na verdade, ela nem seria impressa, estaria na memória do outlook ou de outro programa de correspondência eletrônica no computador, onde meu avô, se vivo fosse, certamente continuaria "catando milho".

3 comentários:

  1. Ola Ralph

    Lendo a lista da para perceber o quanto o seu avô era bem relacionado e até posso imaginar o
    quanto ele seria feliz em saber que o seu nome
    hoje faz parte de alguns endereços.. como cidade, praças, e ruas....
    E lembrei que também em muitas cartas que mandei (ja passados cincoenta anos) colocava as siglas das estradas de ferro.. completando o endereço...

    Daniel Gentili

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  2. Olá Sr. Ralph, boa noite. Interessante lista. O n° 1 - Afonso de Taunay, acho que foi filho do Alfredo, que escreveu o Livro "A Retirada da Laguna", sobre a Guerra do Paraguai.
    Mas curioso mesmo é saber que a família Montenegro já estava no ramo de estatísticas nessa época (n° 31 Hostilio Montenegro). Será que esse era um antepassado de Carlos Montenegro, presidente do IBOPE e irmão do humorista Bussunda?

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  3. Ralph, minha mãe disse que quando morava em Tupã-SP o correio funcionava da seguinte forma. Os moradores das áreas mais centrais, portanto mais próximas da agência do correio, tinham as correspondências entregues em casa, para os demais, ou pagavam por uma caixa postal ou tinham que pegar suas correspondências na "posta restante", que era onde ficavam as correspondências dos que não tinham caixa e não moravam em regiões atendidas pelo carteiro. Naquela época a maior parte da cidade ficava de fora da entrega. Acredito que aqui em São Paulo não devia ser diferente. Nas áreas centrais tinham os carteiros, já nos bairros talvez quem morasse perto de alguma agência tinha o carteiro, caso contrário, ia para a "vala comum". E quanto ao correio ser mau entregador havia um outro complicador para a qualidade do serviço, o cargo de carteiro nunca foi dos mais prestigiados, e imagina como devia ser a alfabetização dos carteiros naqueles tempos...

    Abraços!

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