Na foto da Gazeta de Alagoas de hoje, um trecho da ferrovia em Rio Largo, trecho de utilização do trem metropolitano de Maceió, da CBTU
Fotografias da região do rio Pomba, na Leopoldina, em 1957; de Tubarão, em 1973; de Santa Catarina - rio do Peixe - em 1983, são como as que vi hoje na Internet na linha do ramal de Colégio e na antiga Maceió-Recife.
Águas que varreram diversas cidades, junto à linha férrea de Alagoas e fora dela, mostram a sujeira, a terra arrancada, trilhos pendurados, ruas que desapareceram. As águas não têm piedade. Aquecimento global? Não sei. Já acontecia em 1957, como a enchente do rio Pomba, da região mineira da Leopoldina. E certamente aconteceu em diversas outras oportunidades em diferentes regiões do Brasil e do mundo.
A cidade de São Paulo e de Niterói sofreram com as chuvas há alguns meses atrás. Idem o litoral de Santa Catarina... tantos lugares. São Luiz do Paraitinga e Angra dos Reis no início deste ano. Caraguatatuba em 1967. Há poucos dias os jornais mostraram cidades da França, lá na Europa, arrastadas pelas águas. Mas sempre foi assim.
Não há governo que possa ser culpado. Claro que há culpas, como não impedir construções em zonas de risco sabidamente conhecidas, ou deixar que se amontoe lixo por todo o lado. Tudo isso piora os efeitos da força das águas.
O triste é ver que, quando a região é pobre, como essa de Alagoas, o povo sofre bem mais. A cidade arruinada, a cidade que já não era essas coisas, agora vai demorar para se ajeitar e voltar a ser aquele local que já não era nenhuma maravilha. Maus governos, de gente acostumada com quinhentos anos de plantação de cana e servidão do povo que lá mora e enriquece uns poucos que ali vivem, dando a eles fortuna e poder político. Poder e dinheiro que não teriam se não fossem as pessoas simples que trabalham para eles a preço de banana.
Agora, é aguardar a próxima. Enquanto diversas cidades ficaram sem a linha - mas na maioria delas, o trem já não passava havia mais de dez anos (embora, pasmem, seja essa linha - o ramal do Colégio - parte da ligação ferroviária Norte-Sul do Brasil), em outras, como Rio Largo, o trem da CBTU alagoana passa e serve a população - vai ficar tempos sem passar, agora.
Esperemos que não seja uma desculpa para se encurtar a já curtíssima linha de subúrbios de Maceió. Lembro-me que há menos de uma semana postei o artigo "e o trem paga o pato", citando o fim de diversos ramais e de trens de passageiros por causa de inundações - sempre uma boa desculpa para a sofrida ferrovia brasileira.
terça-feira, 22 de junho de 2010
E A ÁGUA LEVOU...
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