Isto não existe mais - a linha foi removida e as favelas, depois da remoção das linhas, deram lugar a um conjunto habitacional. O depósito, ao fundo, passou a receber o cimento por caminhões que entopem mais ainda as estradas. A foto é de dezembro de 2002 e foi tirada na Marginal do rio Pinheiros junto aos desvios de Presidente Altino.
Notícia publicada hoje no portal da Revista Ferroviária mostra a falência da ordem e da justiça no Brasil. Se acreditarmos piamente no que está escrito, não há solução para a invasão de áreas das ferrovias. Estas invasões causam acidentes, alguns deles fatais, redução na velocidade das composições (e consequentemente tempo e fretes mais altos) e em alguns casos a interdição das linhas e posterior retirada - como aconteceu, por exemplo, no desvio do depósito do cimento Cauê na Marginal do Pinheiros há alguns anos.
A reportagem fala da dificuldade - mais ainda, da impossibilidade - de se remover habitações ao lado da linha e eventualmente dentro dos muros que deveriam separar as ferrovias da área de habitação. Não se trata aqui de condenar a existência de favelas, de discutir política habitacional: construir irregularmente em um terreno é uma coisa, fazer isso colado a uma linha férrea é outra muito diferente: no acidente, quem sofre mesmo é o morador local, pois se machuca ou até morre, enquanto, do lado da ferrovia, são os prejuízos para ela. Todos perdem.
As contradições judiciais apresentadas no estudo mostram um absurdo: basta ter cara de pau e construir onde não pode que v. dificilmente sairá de lá. E parece que as pessoas que fazem isso não estão preocupadas com a própria segurança nem com a de seus familiares - onde se incluem crianças pequenas, que não têm a mesma noção de perigo que os adultos. Sem falar dos viciados em crack que vagueiam pelas linhas.
Se a propriedade particular e pública - no caso das ferrovias, pública, pois a ferrovia tem apenas a concessão de uso das linhas da União - não têm garantia alguma, como se pode programar um sistema de transporte decente, tanto para passageiros como para cargas neste país?
Segundo o artigo, a ANTF calcula que existem 327 - sim, trezentos e vinte e sete - invasões nas linhas brasileiras. Mesmo se levando em conta que áreas da União não geram usucapião, não se consegue tirar os invasores com facilidade porque se fica discutindo anos e anos a fio na justiça sobre eventual indenização a gastos efetuados pelos invasores durante a invasão (!!!!!). É de assustar... Se alguém quiser ler o artigo, segue o link.
segunda-feira, 7 de junho de 2010
INVASÕES
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o terminal de cimento a qual esta linha atendia fechou
ResponderExcluirpois e nao se toma uma atitude energica contra o problema a lei e clara a propriaedade e da uniao o morador corre risco basta o juiz determinar a reintegração e a policia cumprila energicamente mas fica esse jogo de empurra empurra e nao se resolve nada. os moradores por outro lado os invasores sao tao caras de pau que se fazem de vitima basta um ser atropelado pelo trem que vc ve a patifaria que eles fazem, capar ate de reclamarem do barulho do trem
ResponderExcluirpor falar desse desvio do cimento sugiro uma materia sobre os desvios do jaguare e presidente altino ali haviam varios
ResponderExcluirQuem invade um terreno dependendo das condições(pessoas miseravéis precisam assitencia e neste caso parte delas são e precisam serem amparadas) deveria ser enquadrado por roubo, pois é tão roubo quanto roubar um carro ou um pão na padaria. Se aqui fosse um pais sério, quem invadisse um terreno seria preso por roubo. O que me estarrece é que no caso de roubos como de comida ou carro as pessoas são punidas severamente, ja quando se invede um terreno não. Impressionante!
ResponderExcluirSabias palavras. Meu pai teve um terreno invadido no final dos anos 70 no morumbi, e a prefeitura cobra IPTU dele ate hoje. O Brasil e uma piada de mau gosto, ne? Faz-se caridade com o terreno alheio, que virou a favela paraisopolis, e mandam a conta para o proprietario usurpado pagar.
ExcluirInvadir terrenos públicos já virou uma prática entre as famílias de baixa renda, pois sabem que quando forem desalojadas, receberão uma indenização por parte do governo, ou uma vaga no CDHU.
ResponderExcluirJá que o assunto é ferrovias, vale citar que a favela que se formou no terreno da antiga estação Varginha da CPTM está cada dia maior. Costumava passar pela região e me lembro bem, pouco mais de um mês após demolirem a estação, uns 4 barracos foram formados. A favela foi seguindo a linha e hoje já possui incontáveis moradias.
E pra completar o descaso das autoridades, até bem pouco tempo atrás, no mesmo lugar, havia uma grande placa do governo do Estado, anunciando a construção do trecho Varginha-Jurubatuba, com previsão de entrega no final de 2005.