domingo, 27 de junho de 2010

A DETERIORAÇÃO DE SÃO PAULO

Casa na rua João Moura, não muito longe das casas que já estão sendo demolidas para o prédio citado abaixo, em foto do ano passado, tirada por mim. Na mesma quadra.

A deterioração da cidade de São Paulo - e das grandes cidades em geral - segue a passos largos, sem dar sinal de esmorecimento.

Uma reportagem publicada hoje no jornal O Estado de S. Paulo, no caderno Metrópole, dá conta de que em uma quadra do bairro antigamente chamado de Cerqueira César - hoje, Pinheiros, mesmo - mais especificamente, a quadra formada pelas ruas João Moura, Galeno de Almeida, Cristiano Viana e Cardeal Arcoverde, teve alguns de seus imóveis vendidos para a contrução de um prédio de apartamentos (aparentemente, tipo loft, de oito andares - até que não tão alto assim), onde, entendo, terá frente para a rua João Moura e fundos para a rua Cristiano Viana.

Essa quadra ainda é "virgem", ou seja, não tem qualquer edifício construído com mais de dois andares, pelo que me recordo.

O texto tenta explicar como são feitas essas vendas - interesses mais das imobiliárias e das construtoras e incorporadoras do que mesmo dos donos dos imóveis, pelo que se entende. Claro que os donos concordam com a venda, não estão aqui dizendo que houve pressões insuportáveis para a venda - mas são em geral imóveis antigos, geralmente algo deteriorados (não conheço a situação de cada um deles, mas conheço aquela quadra).

O fato é que esta verticalização sem fim tende a deteriorar a cidade, por causa da quantidade de pessoas a mais vivendo por metro quadrado de área projetada, a necessidade de aumento de suprimento de água, energia elétrica, gás, segurança pública e de regulamentação de trânsito local, necessidade esta que nem sempre - ou melhor, quase nunca - é calculada a cada construção de um prédio que arbigará muito mais famílias do que as que atualmente lá vivem.

Também é interessante lembrar que essa quadra é cortada pela galeria do antigo córrego - ou rio - Verde, do qual tanto comentei neste blog em outras postagens. Seria por isso que prédios não foram construídas nela até hoje?

E todos são afetados com isto - tanto os vizinhos, quanto os habitantes da cidade como um todo, mesmo que morem longe do local. Acho que não preciso explicar o por quê desta afirmação. Os políticos se omitem, as construtoras é quem mandam, etc. etc. etc.. Sem pressão, haveria realmente a venda de tantos desses imóveis? Não - geralmente as pessoas procuram vender um imóvel quando precisam do dinheiro ou quando precisam se mudar dali para outro local.

Enfim, enquanto isso, a cidade vai perdendo sua história. Por coincidência, acabei hoje uma página na Internet - uma página, não um site - que mostra em breves pinceladas alguns dos detalhes históricos que ainda conseguem sobreviver na cidade de São Paulo. Para quem está interessado, basta ler (sim, ele está, pelo menos por enauqnto, inserido no site das estações ferroviárias, de minha autoria).

2 comentários:

  1. Esse trecho da João Moura, situado em uma acentuada "baixada", está bem deteriorado, se comparado com a região em volta. Certamente o córrego que passa ali não deixa a região salubre, desestimulando investimentos individuais dos moradores. Então vem um prédio ocupar a área. Conseguirá requalificar o pedaço? Dificilmente. Será um prédio que lembrará palafitas, com as pessoas saindo dele com se de barco saindo daquelas, querendo rapidinho sair dali. Esse quarteirão continuará desqualificado. Falei bobagem? Abraços.

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  2. E você acha mesmo que a construtora está preocupada com isso? Ela quer construir o prédio, vender, e um abraço! Mas eu não sei a resposta. O problema é que pode ser. Aí, já viu, né? Dá impressão de haver ampla vegetação nos fundos de algumas casas ali, realmente, o que siginifca terra úmida. Será que o córrego ali está totalmente encanado? Não sei, não dá para ver.

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