domingo, 17 de março de 2013
VIAJAR DE TREM ERA ASSIM
Pois é, em abril de 1955, semana da Páscoa, quinta-feira, em frente à estação Julio Prestes formava-se uma multidão de pessoas para embarcar ou mesmo para comprar passagens no trem da Sorocabana para o interior de São Paulo.
Itapetininga, Sorocaba, Botucatu, Ourinhos, Assis, Presidente Prudente, Curitiba, Ponta Grossa, Londrina eram destinos muito procurados. E muitos outros, claro, afinal, somente em São Paulo eram mais de 800 quilômetros só de linha-tronco dessa ferrovia, fora os ramais e as conexões para o sul do País em Ourinhos e em Iperó.
É verdade, a ferrovia já dava sinais de decadência, mas a procura ainda era grande - afinal, as estradas eram em sua maioria de terra (como boa parte da Raposo Tavares, fora que a Castelo Branco nem existia) e o avião, caríssimo.
Se essa fotografia tivesse sido tirada hoje, o "bando de gente" à frente da estação não seriam passageiros - mas provavelmente noias e habitantes da infame cracolândia. A estação está bem ali no centro dessa desgraça. Lembremos, entretanto, que ali ainda é uma estação, embora dos trens que seguem para Itapevi, da CPTM. Só que o embarque e desembarque tem muito pouco movimento, tão pouco que os passageiros ou compradores de passagens dirigem-se para aquele último prédio da esquerda, baixo, que é a gare de embarque. Os escritórios da Sorocabana já sumiram dali há anos - como FEPASA, ocupou-os até 1998 - depois viraram escritórios do CONDEPHAAT e parte virou um teatro.
Eu ainda prefiro, de longe, as filas de 1955.
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