domingo, 24 de fevereiro de 2013

O METRÔ DE SP NO QUARTO CENTENÁRIO


Transcorria o IV Centenário da capital paulista e as discussões sobre o metrô paulistano continuavam na pauta do dia. Desde 1927, quando a Light apresentara a primeira proposta para a construção de um metrô em São Paulo, o projeto já havia dado voltas e voltas e nunca saía do lugar.

Ou melhor: do lugar saía, as estações e os trajetos propostos trocavam constantemente de local e a própria existência do metrô estava ameaçada por engenheiros de renome que constantemente iam aos jornais afirmar que "metrô era besteira, o correto era construir-se avenidas e corredores urbanos para carros e ônibus, muito mais baratos". Chegavam a pedir a eliminação dos trilhos da Central, Santos a Jundiaí e da Sorocabana que cortavam a cidade havia décadas e que, na época, eram o seu metrô, de certa forma.

Conseguiram arrancar os trilhos da Cantareira, mas não o resto e não conseguiram que suas ideias fizessem com que o metrô não fosse construído, embora a construção tenha se iniciado somente em 1968 e a sua operação, em 1974. O futuro mostraria que eles estavam muito errados e que a cidade demorou demais para ter o seu metrô.

Em 1954, ano do IV Centenário, já surgiam propostas de se construir o que seria muito parecido com as atuais linhas Norte-Sul e Leste-Oeste, que se cruzariam, se fossem seguidos os planos daquela época, na estação da Luz. O desenho acima mostra isso, publicado na Folha da Manhã do dia 31 de janeiro desse ano. Como sabemos hoje, o cruzamento das duas linhas é na Sé, onde se cruzam sem se uma seja um ramal da outra. Notem também que, no desenho, ainda aparece, no canto direito, no início da avenida Tiradentes, a estátua de Ramos de Azevedo, não muito mais tarde transferida para a Cidade Universitária.

Até 1968, muitas variações ainda seriam propostas. Essa que aqui mostro era a do dia.

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