quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

BRASIL PUXADO A JEGUE

VLT bombardeado com pedras em Fortalesa, parado na estação João Felipe (Coaraci Camargo)
A expansão das ferrovias no Brasil continua acontecendo muito lentamente, muito mais lenta do que deveria ser. Aliás, parece que as únicas obras que seguem rápido neste país são as construções de novos esádios, alguns deles inúteis no período Copa do Mundo.

No resto, a paradeira é geral. Também, como é que se pode construir ferrovias quando as notícias são sempre nada auspiciosas no setor? São estas as notícias publicadas somente ontem no boletim da Revista Ferroviária, por exemplo:

Valor Econômico – Falta de trilhos vai retardar construção de ferrovias - Estatal está sem trilhos no estoque e as duas licitações que a Valec acaba de realizar para compra de milhares de toneladas de trilhos foram suspensas, sem previsão de retomada.

Ministério Público no DF pede anulação de edital do TAV - G1/Valor Econômico - O Ministério Público Federal do Distrito Federal (MPF-DF) ajuizou duas ações civis públicas contra a ANTT e a União para corrigir supostas irregularidades no edital do TAV, planejado para ligar Campinas, no interior de São Paulo, ao Rio de Janeiro.

EPF estuda intervalos em leilões de ferrovias e rodovias - Agência Estado - Bernardo Figueiredo, presidente da EPL, informou que o mercado pede, além de 60 dias de prazo, que não sejam leiloados todos os blocos de uma só vez.

Pergunto: quem terá confiança de investir com um cenário destes, onde as obras são sempre adiadas por interferência dos mais diversos órgãos do governo, da justiça ou das empreiteiras? O TAV já teve a sua licitação adiada n vezes. As ferrovias em construção seguem a passo de tartaruga. A Norte-Sul está parada e não há meio de avançar, tantos são os problemas de verba, atraso de pagamentos, ações do MP, má administração das obras, etc. A Transnordestina vai um pouco menos lenta. Mas já deveria ter ficado pronta em 2008, depois 2010, depois 2012, depois...

Os projetos não conseguem sair do papel, embora o governo federal toda a hora vomite obras e mais obras. Exemplo? A Oeste-Leste, na Bahia. Há outros. Alguns parecem piadas. O que segue com mais velocidade (e mesmo assim, insatisfatória) é o metrô em São Paulo.

E os VLTs, então? Previsto, com maior ou menor grau de certeza (ou de incerteza) em diferentes cidades, especialmente no nordeste, até agora somente vingou em três delas. O primeiro, Juazeiro-Crato, no CE, está parado depois de 4 anos de funcionamento, por defeitos de toda espécie. Em Fortaleza, aplicado na linha de Fortaleza a Caucaia do Alto (linha norte), levou tanta pedrada que os carros foram recolhidos, com vidros e carroceria quebradas e amassadas. Os velhos carros Pidner voltaram a circular, puxados por uma diesel velhinha. Merece algo novo esse povo? Em Maceió, está andando em fase de testes.

Eles seguem em espera em São Luiz, MA; Sobral, CE; Natal, RN; Recife, PE; Macaé, RJ; Santos, SP; Araraquara, SP; Paraíba do Sul-Três Rios, RJ; Cuiabá, MT e certamente outras cidades das quais não me recordo agora.

Quem perde é o povo. E no caso de Fortaleza, mesmo com o povo ganhando, parece que eles mesmos querem perder ao destruir toda uma composição nova e cara.

Um comentário:

  1. Que coisa, falta de trilhos? Com todo o minério que a Vale exporta, todo o nióbio que temos e tantas siderúrgicas, como falta de trilhos? A próxima desculpa será o quê, falta de espaço pra construir novas linhas? Absurdo...

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