quarta-feira, 5 de setembro de 2012

RIO CLARO: O TRISTE FIM DOS CARROS DO VLT CAMPINEIRO


Já falamos do VLT de Campinas neste blog. Foi apenas eventualmente, citando-o em outros artigos sobre o assunto.

O VLT de Campinas, operado pela FEPASA e pela Mendes Junior de 1990 a 1994, foi desastroso em termos de resultados. Embora sua operação tenha sido relativamente normal para a época, não se trouxe a suas estações a integração com ônibus, exceto por curto tempo no final das operações. Como seu trajeto ainda passava por área não tão populosa, seguindo pelo leito da antiga linha da Sorocabana que ia de Campinas a Mairinque, suas estações foram construídas quase todas em locais ermos.

Outros dizem que o fato de este VLT utilizar-se de bitola larga (1,60m), que por sua vez foi construída sobre um leito que abrigava uma linha métrica, deveriam ter sido feitas adaptações em alguns trechos para evitar curvas muito acentuadas, como é comum nas bitolas menores. Isso afetava a velocidade do trem.


Além do mais, o trem foi gratuito durante os três primeiros anos; quando passou a ser cobrado com o mesmo preço dos ônibus e sem nenhuma nova melhoria, o seu movimento diminuiu drasticamente.

No final, o que já se esperava: sem apoio do público, que tinha dificuldades de acesso às estações, e do governo, tímido em termos de melhorias na linha, ele foi desativado no final de 1994. Seus carros, novos em 1990, foram abandonados, bem como linhas e estações. Os trens hoje jazem imundos, pichados e depredados nas oficinas de Rio Claro, num galpão que pertence ao DNIT, seu proprietário atual.


Como sempre, não se pensou em alterações, mudança do material rodante para outras linhas novas, nem compra de material e melhorias para o que já existia. São já dezesseis anos mofando num depósito e com dinheiro do povo, claro. O Brasil não muda, mesmo. As fotos foram tiradas por este autor em 3 de dezembro de 2011.

4 comentários:

  1. Olá, Ralph!
    Meu nome é Érika de Paula e sou leitora assídua de seu blog! Tenho um namorado que é advogado e também é historiador de transportes! Adorei esta potagem sobre os VLTs de Campinas e realmente foi dinheiro público jogado fora e é realmente triste um projeto assim ter chegado a este ponto: composições abandonadas em uma garagem de Rio Claro! Só espero que o mesmo não aconteça com o projeto do VLT em Santos!
    Abraços e parabéns pela matéria!

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  2. Mesmo fim terão seus irmãos do metrô Rio.
    è inacreditável a falta de "felling" e inteligência prática de nossos administradores e politicos.
    Preferem jogar o patrimonio público ao relento e esperar seu fim a tentarem usar suas massa encefálicas para pensarem em uma solução prática e digna.
    O caso dos trens do VLT de Campinas é revoltante.
    Sistemas no exterior ainda usam trens com até 30 anos e se os memsos forem trocados, vendem (ou até doam) para outros países. Vide o caso de alguns dos trems de San diego fabricados pela Siemens/Weg que agora vão circular no trem de mendonza, Argentina.

    Parabéns pelo blog, Ralph.
    Sucesso
    Cesar Vieira

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  3. Ralph, Enquanto isso, o Metrô Rio devolveu estas mesmas composições que enquanto esteve sob sua guarda, porém sem uso, estiveram sob excelentes condições. Agora, estas composições estão todas estacionadas, na verdade alocadas em um terreno ao lado da estação Cidade Nova do Metrô, no final da Avenida Presidente Vargas no Rio de Janeiro. È uma ver, tanto em CAmpinas como no Rio, estas composições paradas e sem uso. No caso daqui, niguém sabe o que ocorrerá com elas. Há varios lugares onde elas poderiam ser usadas como a linha Santa Cruz-Itaguai, linha 3 do Metrô (ramal Niterói-ITaborai da antiga Leopoldian) e os ramais de bitola métrica da Supervia (desde que mudem a bitola das composições ou dos trilhos). Espero que as daqui não tenham destino igual ou pior as da de Campinas.

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