sábado, 8 de setembro de 2012
VOTAE! MAS... (PELO AMOR DE DEUS) VOTAE CORRETAMENTE!
De dois em dois anos, eleições. Lá vamos nós de novo votar, na maioria das vezes, em gente que não conhecemos. Dentro dessas, também em sua maior parte são gente que sabidamente não são pessoas confiáveis e que têm um histórico bastante, digamos, complicado. Acabamos muitas vezes votando no tipo "rouba-mas faz" e tendo a consciência culpada. E há os ingênuos, que votam porque acham o candidato "o máximo", "um bom homem", "não acreditam nos jornais mentirosos", "ele dá comida para os pobres" e por aí vai.
Ouvindo no rádio e na televisão pequenas partes de horários políticos - e sempre por acaso, quando somos "pegos desprevenidos" pela televisão ou pelo rádio já ligados, eu pessoalmente ouço e vejo propaganda de seis cidades: São Paulo, Barueri, Santana de Parnaíba, Joinville (porque estive quatro dias ali), Arujá e Itanhaém (porque, sabe Deus o motivo, duas rádios que costumo ouvir em São Paulo passam propaganda política delas).
Nada muda. As mesmas músicas comoventes de fundo. As mesmas cenas de sempre. Candidatos abraçando o povo (sempre pobres). Candidatos com bebês no colo. Candidatos comendo no barzinho da esquina. Candidatos visitando a mãe, que obviamente fala que ele sempre foi um bom rapaz. Promessas mil, algumas inexequíveis pelas próprias atribuições do cargo.
É fantástico ver atuais ocupantes dos cargos tentando a reeleição afirmando que vão fazer coisas que já estão pendentes há anos e anos. Por que ele não fez no primeiro mandato? Se não fez, por que votar nele novamente?
Papos como: "a cidade já pode voltar a sorrir". Por que? A cidade só chorava? "Para a cidade voltar a crescer" ou "continuar crescendo". Pergunta-se: crescer para que? Qual a vantagem de crescer? Oferecer empregos? E destruir outras riquezas com isso? É realmente, em todos os casos, necessário que uma cidade cresça? E, se é, n]ao seria o caso de, neste instante, parar de crescer para arrumar o que está incompleto, insuficiente ou funcionando mal? Ou colocar o que não existe?
Fazer a saúde, educação e segurança (esta limitada, pois segurança pública é atribuição do Estado e, quando há guarda civil, ela vive às turras com a Polícia do Estado, a PM) funcionarem bem é muito mais urgente do que qualquer outra coisa que se pense. Fazer a manutenção e resolver problema de infraestrutura (água e esgotos, por exemplo) é muito mais urgente do que, por exemplo, asfaltar ruas que muitas vezes são construídas em locais proibidos (e que agora se quer regulamentar).
Parar de autorizar novas construções é fundamental em cidades saturadas ou mais do que saturadas. Resolver o problema de hospitais e postos de saúde municipais é fundamental. Qual cidade pode dizer que tem tudo isso em ordem? São Paulo, por exemplo, tem problemas de todos os tipos nessa área, inclusive higiene, o mais básico de todos! Educação, nem se fala. Professores que ganham mal e são despreparados trabalham em escolas sem material, sem limpeza e sem poder ter autoridade sobre alunos quando isto se faz necessário.
Sem resolver isto, prometer o que? Obras e leis para minorias? Esqueça as minorias, eles que se virem! Afinal, em teoria, minorias não existem, pois todos os habitantes são iguais perante a lei, pela Constituição. Porém, para os governos municipais, estaduais e federal, isto não ocorre - cada minoria tem leis específicas. Por que? Agredir um membro de uma minoria específica é mais grave que agredir um membro que não é minoria?
Passem para o que é importante! Resolvam o básico primeiro, para atacar o resto em outra hora. Há muito trabalho para fazer. E isto, ninguém fala, ou, se fala, o faz em termos genéricos, sem um programa de trabalho, sem nada. E, obviamente, não vai fazer. Vai empurrar com a barriga.
Enfim, pelo menos, NÃO VOTE EM QUEM NÃO ESTÁ FAZENDO O QUE DEVIA. MUDE! MAS MUDE PARA ALGUÉM QUE SEJA SÉRIO COM SEUS PROGRAMAS. O problema, porém, será: existem essas pessoas?
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