domingo, 27 de julho de 2014

MEMÓRIA FERROVIÁRIA EM CHAMAS... MAIS UMA VEZ



Foto: Folha Extra, publicada em 27/6/2014
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Mais uma estação ferroviária brasileira foi incendiada. Esta não era de madeira, como muitas outras, mesmo ficando no Norte do Paraná.


A estação de Artur Bernardes, originalmente chamada de Campinho em seu projeto, ficava no município de Ibaiti. Só que a linha somente foi prolongada até ela em 1940, dezesseis anos depois depois de ter sido projetada e estudada. Durante esse tempo, o nome de Artur Bernardes estava com a estação central do município de Ibaiti, no sub-ramal de Barra Bonita e Rio do Peixe, uma linha de nome composto que começava na estação de Wenceslau Braz, esta no ramal do Paranapanema.

Sabe-se lá por que, quando foi aberta a estação recebeu o nome do antigo Presidente do Estado de Minas Gerais e não de Campinho. A estação da cidade ficou com o nome de Barra Bonita, no início, depois de Artur Bernardes, depois novamente Barra Bonita, para, finalmente, tomar o nome de Ibaiti. Confuso, não?

Para resumir e não confundir: a estação do centro da cidade de Ibaiti, a partir dos anos 1940, passou a ser Ibaiti até o fim de sua existência, e a que ficava fora dela, mas no mesmo município, chamou-se Artur Bernardes também até o fim de suas atividades. Este final, por sua vez, ocorreu entr 1969 e 1970. Jamais consegui uma indicação do final real das atividades dessa linha, que terminava numa estação chamada de Lysimaco Costa. A erradicação oficial é citada como sendo em 1971. Porém, um relatório da Fepasa com horários de trens no Paraná jã não cita mais o ramal. O Guia Levi o cita ainda em 1979.

O fato é que boa parte das estações eram de madeira e foram derrubadas, inclusive, por exemplo, a de Pinhalão, que foi a responsável pela fundação da cidade em 1924.

Agora, soube que a estação de Arthur Bernardes foi incendiada, conforme notícia do jornal Folha Extra, da região, datado de 27 de junho deste ano. O que dá para se ver é que o teto ruiu. A estação, ao contrário das mais antigas do ramal, já foi construída em alvenaria. Depois de desativada - já faz mais de quarenta anos - foi abandonada e depois ocupada por "sem-teto" - leia-se drogados e viciados. O resultado somente poderia ser este.

Um comentário:

  1. No Brasil as ferrovias vão desaparecendo lentamente, infelizmente.

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