sábado, 26 de julho de 2014

BALSAS PAULISTAS: RIO TIETÊ, PRÓXIMO A LINS

Balsa sobre o Tietê entre Sabino e Salles. Foto Daniel Gentili, hoje
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Falo aqui de um assunto do qual conheço pouco. Porém, numa terra de muitos rios como é o Estado de São Paulo, as balsas de travessias sempre existiram. E no último século, passaram a transportar veículos.

Um balseiro, por exemplo, foi o agregador do núcleo que formou a cidade de Porto Ferreira, no final dos anos 1870. A chegada dos trilhos da Companhia Paulista em 1880 ajudou a consolidar o estabelecimento da futura cidade.

Entre Araçatuba e Pereira Barreto, a localidade de Lussanvira serviu como estação ferroviária da cidade de Pereira Barreto, que ficava do outro lado do rio Tietê. Por anos, a linha da Noroeste passou pela estação e, a partir de 1940, tornou-se ponta de um ramal. Era o acesso mais fácil a Pereira Barreto. É verdade que houve uma ponte por muitos anos ali que facilitou a travessia, mas, antes, era uma balsa.
Região das rodovias SP-381 e SP-379 no rio Tietê. No canto esquerdo inferior do mapa, a cidade de Lins. No alto, no canto direito, Uchoa (Google Maps)
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Não era uma balsa para um trem, como, por exemplo, entre Castilho e Três Lagoas, em Jupiá, sobre o rio Paraná, para a Noroeste, que cruzava o rio com seus trens entre 1914 e 1925. Aí chegou a ponte. Houve balsas ferroviárias entre Propriá e Porto Real do Colégio, também, sobre o rio São Francisco, esta lá no Nordeste brasileiro.

As balsas para pessoas eram bem comuns. Hoje são raras. Havia vários pontos sobre o Tietê com balsas de travessia, balsas frágeis, como  que existiu até os anos 1970 aqui perto de Alphaville, ntes da retificação do Tietê nesta região.
Sabino, ao sul, Sales, ao norte, em detalhe. No meio, a represa de Promissão, no rio Tietê. Distância aproximada de percurso da balsa: 4 quilômetros (Google Maps)
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As balsas para automóveis, ônibus e caminhões prosseguem trabalhando. A Santos-Guarujá, em São Paulo, talvez seja a mais famosa delas. Há também a Guarujá-Bertioga, a balsa do Bororé, lá em Parelheiros, dentro de território da capital paulista.

E há a balsa que Daniel, de Lins, fotografou hoje pela manhã, quando foi de Lins a Ribeirão Preto por uma estrada alternativa. A balsa lig as rodovias SP-381 e 379, saindo da cidade de Sabino, ao sul do Tietê, a Sales, ao norte. Seguindo depois da travessia para o norte chega-se a Uchoa, de onde se vai para São José do Rio Preto, via Cedral.

Nunca passei por essa balsa ou por essas estradas citadas.

Um comentário:

  1. Notícia sobre o projeto da balsa do Guarujá no Estadão de 18.08.1917:

    http://acervo.estadao.com.br/pagina/#!/19170818-14114-nac-0009-999-9-not

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