sexta-feira, 11 de abril de 2014

LITORINAS E AUTOMOTRIZES NO BRASIL

Folha de S. Paulo, 1963
Não sou nenhum expert no assunto. Conheço muita gente que fala nisso de cátedra. Porém, em minhas infindáveis pesquisas sobre ferrovias no Brasil, vou encontrando notícias interessantes sobre o que aqui vos falo - litorinas e automotrizes.
Folha de S. Paulo, 1963
Elas foram sendo colocadas nos trilhos brasileiros para baratear os custos dos trens de passageiros e para aumentar sua velocidade. Não posso dizer, pelo menos neste momento, quando elas começaram a ser utilizadas por aqui, mas nos anos 1960 muitas ferrovias estavam começando a utilizá-las, ou começando a utilizar um tipo específico ou outro delas.
Folha de S. Paulo, 1963
Muitas vezes eram de um carro somente. Às vezes tinham três, quatro. Não havia uma "locomotiva": o primeiro carro, sozinho ou junto com alguns dos outros, era que tracionava essas máquinas, muitas vezes confundidas com bondes. O combustível era diesel ou gasolina. Podia ser elétrico também, claro - mas poucas estradas eram eletrificadas.
Folha de S. Paulo, 1963
Como eram trens de longa distância, tinham poltronas e a disposição de um carro comum de trem - não eram como os "TUEs" - trens unidades elétricos - ou "TUDs" - trens unidades a diesel - de hoje que trafegam com ou sem tração elétrica nas linhas de trens metropolitanos, como na CPTM, em São Paulo, por exemplo. Tinham em geral a entrada nas extremidades dos carros, ao contrário dos TUES, que as têm nas laterais e muito menos "poltronas" - cadeiras de plástico. Por que esta diferença? A viagem em TUES e TUDS demora menos e a disposição interna, com menos cadeiras, é para permitir maior quantidade de pessoas em pé - como num ônibus.
Folha de S. Paulo, 1963
Muitas litorinas ou automotrizes foram famosas. As da SPR e depois EFSJ, por exemplo, que tinham, movidos a combustíveis fósseis, o Cometa, o Planeta, o Estrela... composições de três carros, pelo que me lembro. Havia mais um. Eles partiam de São Paulo para Santos e vice-versa. Isto, desde 1933.

A Rede Mineira de Viação teve-os na linha Cruzeiro-Jureia por um tempo, nos anos 1960. A Leopoldina os teve em Minas. A Central teve automotrizes Budd e litorinas Fiat em períodos diferentes.. A ligação São Paulo-Paraná chegou a anunciar seu uso também no início dos anos 1960.
Folha de S. Paulo, 1963
Havia carros Budd, também - eles eram usados pela Sorocabana, por exemplo, a partir dos anos 1960, puxados por locomotivas elétricas ou diesel-elétricas. Não se tratava aqui de litorinas ou automotrizes. A Sorocabana usou por anos as automotrizes Toshiba comboios de quatro carros (teria de chegar se eram 3 ou 4, mas estou escrevendo isto de cabeça - depois corrijam-me se for o caso).

Até a pequena Bragantina teve automotrizes em São Paulo - como a "IV Centenário", por exemplo. A Noroeste os teve também. Ao longo deste artigo aparecem reportagens dos anos 1960, extraídas do jornal Folha de S. Paulo de diversas datas.

O assunto é muito amplo e interessante. Dá um ou mais livros. É fascinante. Aqui o resumo que publico parece até ridículo diante da grande história destes lendários trens. Afinal, são trens também.

2 comentários:

  1. Ralph, se me permite uma correção, o termo para TUD e TUE é "Trem Unidade Diesel" e "Trem Unidade Elétrica" respectivamente, já que condiz que o Trem (composição férrea) é um conjunto unificado (daí o unidade, e não unitário) de vagões com ou sem motorização. Segue a especificação na Wikipedia - http://pt.wikipedia.org/wiki/Trem_unidade_el%C3%A9trico

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  2. É isso mesmo. A palavra saiu errada. Cansaço... vou corrigir no texto

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