Fotos Julio Cesar de Paiva, 2005
Em 2005, meu amigo Júlio César esteve em Torrinha, provavelmente pela enésima vez, para fotografar a estação e trens, claro. Há cinco anos atrás, os trens que passavam por Torrinha já eram tão raros quanto são hoje, vindos principalmente de Pederneiras e eventualmente de Tupã, cargueiros em sua totalidade, e não tantos quanto passavam até 1998, quando ainda havia trens de passageiros da FEPASA que, pelo menos no papel, eram diários. Iam e voltavam, pelo menos. Torrinha tinha dois trens diários, um vindo e outro voltando. Fora os cargueiros.
Isso acabou. De 1999 a 2001, passavam trens de passageiros eventuais e por obrigação, tocados mal e porcamente pela Ferroban. Já comentei isso aqui. Sem alarde, eles acabaram em março de 2001. Torrinha, uma das raras estações da antiga Paulista que eu vi ainda funcionando em 1998, com móveis e chefe de estação. Ela e Rincão. Poucos meses depois, foram desativadas e abandonadas.
Um belo dia, a estação de Torrinha, que um dia se chamou Santa Maria e que tem um estilo arquitetônico (tipologia) muito parecido com o das estações de Brotas, Leme, Araras e Sumaré, foi limpa e recuperada. Ali se instalou gente do departamento de cultura da cidade.
Quando Júlio passou por lá, já estava assim, Era um dia de semana, então, estava aberta. Ele viu num canto uma pia de cerâmica, daquelas antigas, igual a muitas que ele e varis pessoas já fotografaram por aí. Deve ter sido comprada em “baciada” pela Paulista nos anos 1920, quando todas essas estações citadas e outras mais foram construídas.
Quando ele chegou em casa, reparou que o nome do fabricante estava legível na fotografia: Twyfords, escrito na cerâmica branca sob a velha torneira. Ele foi procurar no Google para ver se o fabricante ainda existia, e ficou surpreso de saber que sim. Mandou um e-mail com a foto relatando o que aconteceu e onde essa pia estava. O fabricante é americano. Não demorou muito para que ele respondesse, mandando a historia de que ele ainda possuía um velhíssimo catálogo, do início do século passado, encontrado dentro de um velho caixote de madeira no porto do Rio de Janeiro e também enviado para ele nos anos 1970.
Esta história contada por Julio está escrita na página da estação de Torrinha, no meu site de estações ferroviárias, desde essa época. O e-mail do fabricante, escrito em inglês, também. E as fotos e o catálogo.
O passado muitas vezes se apresenta a nós de formas estranhas.
Luiz Carlos Hummel Manzione
ResponderExcluirEm Santos onde vivi minha infancia e juventude tôdos os lugares publicos dispunham de peças da Twyfords que eu pensava ser marca inglesa. Lembro-me especialmente dos grandes mijadores em louça branca já naquela época amarelados pelo uso. Creio ser dificil de encontrar algum
nos dias de hoje.
A Twyfords é realmente inglesa. Foi um engano enorme meu quando escrevi a postagem. Não é americana.
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