terça-feira, 6 de outubro de 2015

PIRACICABA ANTIGA

A estação ferroviária da Sorocabana pouco ou nada alterou em sua fachada, mas, hoje, ao lado do terminal de ônibus urbanos da cidade, é o dentro de controle operacional dos transportes coletivos, que não incluem trens...

Minha visita a Piracicaba na semana passada rendeu algumas fotografias da cidade d'antanho. Muitas das casas fotografadas, quase todas, creio, são da época em que meu avô morou lá - ou seja, desde 1892 (quando nasceu) até 1925, quando se mudou de lá. Claro que houve um intervalo, entre 1910 e o início de 1914 e entre meados de 1914 e 1921, quando ele morou em Porto Ferreira, onde casou, e Campinas (1921).

A estação da Sorocabana (foto no topo desta página) não era essa ainda. Ela foi construída em 1944 e, embora fosse uma edificação ao nível (tamanho) que a cidade merecia, era de uma arquitetura já mais moderna e feiosinha, que veio para substituir o velho prédio de 1885. E o meu avô Sud Mennucci conheceu apenas a velha.


Ele conheceu a da Paulista, que era bem mais bonita, de 1922, mas que, como nesta visita não a fotografei, não publico nenhuma foto aqui.

Alguns casarões foram retratados por mim na cidade velha. Alguns, pois há certamente muitos mais. São do tipo que se encontra em diversas cidades do Brasil e da mesma época. Época em que, como os automóveis eram raros e caros (até a Segunda Guerra) e ônibus tipo jardineiras que, quando existiam, não levavam muito longe, por ruas e estradas cheias de barros e atoleiros.

Mas o que é a cidade velha? É a cidade que se continha dentro de um quadrilátero, na maioria das vezes nada regular, que continha a área urbana de cada cidade do país e afora dela, era louco quem ousasse morar. Como eu disse acima, a falta de condução decente impedia a cidade de crescer além dessa "barreira". Graças a Deus...

Em muitas cidades a ferrovia era uma dessas barreiras. Existem ainda cidades do interior que estancam nas ferrovias. Brotas. Canitar. Manduri. Há outras, não muitas. Piracicaba não é exatamente uma delas. A linha da Paulista era relativamente recente (1922) e chegou quando a cidade já era centenária, mas ainda assim um dos lados da cidade parava naquela que viria a ser a linha e por isso a linha passou ali. A Sorocabana acompanhou o rio Itapeva em 1877, mas a cidade velha conseguiu atravessá-la e subir no sentido da avenida Independência.

Poder-se-ia (ao menos para mim, que não sou piracicabano e que, portanto, não conheço tão bem assim a cidade e sua história para crer que esteja certo no que escrevo) então afirmar que os limites da cidade velha sejam a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, a avenida Independência, a linha da Paulista e o que deveria ter sido sus continuação até Torrinha e as curvas do rio Piracicaba.

Se não foram, sinto pela minha ignorância. É apenas o que me parece.

E os casarões que sobram mostram a maravilha que a cidade foi e a cidade sem-graça arquitetônica que a maioria das cidades hoje é e que também atingiu Piracicaba.

Nenhum comentário:

Postar um comentário