terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

MAS O QUE HÁ, AFINAL?


Os escândalos na Petrobras, uma das tragédias, talvez a maior, para a economia brasileira contemporânea, acaba por ofuscar as barbaridades que estão acontecendo em volta.

Não que dependam da Petrobras. Se quiserem ler sobre ela, vejam os jornais e tomem remédios para o coração. Mas, como o assunto que mais me atrai no Brasil são as suas estradas de ferro e estas estão longe de estar em boa situação, falarei um pouco sobre elas.

Não de sua história, da qual já cansei de escrever neste blog em mais de 1.500 postagens desde 2009. Gosto muito do assunto, mas, ao mesmo tempo, sinto-me cada vez mais decepcionado com o fato de um dos que deveria ser um dos mais importantes fatores e itens em nossa infra-estrutura (estou falando do Brasil).é tratado com descaso, para dizer penas uma palavra leve.

Deixemos as ferrovias antigas para lá, se bem que há algumas que não são tão antigas assim. Neste caso, falo da linha-tronco (a retificada) da antiga Mogiana, que hoje é ocupada pela FCA, do Tronco Principal Sul (Apucarana-General Luz, via Mafra), usada pela ALL, da Rocca Salles-Passo Fundo, da Ferroeste, do Paraná e da Campinas-Marinque-Santos, na prática, uma continuação da ex-Mogiana.

Claro que ferrovias mais antigas continuam sendo utilizadas pelo Brasil afora.

E há as ferrovias "novas": a Norte-Sul (que em 28 anos avançou de Açailandia a Palmas, no Tocantins, na Ferronorte, que chegou a Rondonopolis, no MT, como continuação da obsoleta (em termos de cnstrução) E. F. Araraquara, da Transnordestina, que em oito anos teve 16 km de trilhos anexados, da Leste-Oeste baiana, que dizem que anda, mas não tem ainda um quilômetro de trilhos e, por que não, na Ferrovia do Aço, que demorou onze anos para sai, mas não foi completada. Mas imaginem, neste último caso, os minérios sendo transportados para o Rio de Janeiro pela antiga Central do Brasil mineira..

E, graças a Deus, por falar em minérios, existem a Vitoria-Minas e Carajás... e olhe que nelas ainda rodam os (quase) únicos trens de passageiros do Brasil. Longe de serem as ferrovias mais modernas do mundo, pelo menos têm manutenção e não são linhas tão antigas. Principalmente Carajás, que completa trinta anos neste 2015. E esta última ainda tem de lidar com índios que constantemente bloqueiam a passagem dos cargueiros por bobagens.

Afinal, qual é o problema? Por que os governos são tão incompetentes para construir ferrovias que outros países constroem cada vez em menos tempo? Por que os próprios governos afirmam que elas são tão importantes mas nada se move? Afinal, são importantes ou não são?

Eu faço parte de um grupo de idiotas que acha que a ferrovia é um dos caminhos para se melhorar o combalido sistema de transportes do Brasil. Não porque a ferrovia não o seja, mas porque elas não avançam em suas construções.

Até para construírem alguns quilômetros de linhas para VLTs (Veículo Leve sobre Trilhos), as obras se arrastam por anos. Isto, mesmo estando esses veículos rodando sobre linhas já existentes, ou pelo menos sendo construídos por leitos já existentes.

Só hoje li duas reportagens, atuais, de nos deixar pensando: a Santos-Cajati, abandonada pela ALL desde 2003, coberta de mato, com trilhos roubados e estações depredadas, deverá (pelo menos é o que a Justiça bateu o martelo) ser deixada no mínimo nas mesmas condições em que ela foi recebida. E ela foi recebida em 1999, com cargueiros trafegando de Santos a Cajati praticamente todos os dias. E eles foram acabando... por que terá sido, hein? A outra reportagem atesta que o trecho Porto Nacional (ou Palmas - a reportagem é confusa neste aspecto), TO a Anápolis, GO, foi oficialmente entregue há sete meses, mas até agora não operou trem algum (por problemas de licitação para a operaçã) e, pior, já teve de ter parte de seus trilhos trocados.

Idiotas do Brasil, uni-vos! Ou para forçar as coisas a se moverem, ou para acabar de vez com o pouco que ainda existe... em termos de ferrovias.

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