Folha da Manhã, 21/3/1958
Quem matou as nossas ferrovias? Quem acabou com os trens de passageiros?
Se alguém teve a paciência de ler todas as minhas postagnes neste blog nos últimos quatro anos, vai encontrar muitas respostas. Sim, pois não há um culpado somente.
Sem falarmos de moticos, causas e consequências, vamos citar nomes.
Primeiro, o povo - que preferiu andar de automóveis, de aviões (vai rápido, mas são horas de espera em aeroportos) e de ônibus (que chacoalham mais do que trem em bitola métrica).
Agora, alguns nomes:
Folha da Manhã, 21/3/1958
Franco Montoro - sugeriu em 1958 o desmonte da Cantareira e sua substituição por avenidas.
Carvalho Pinto - que cedeu a pressões e estatiozu a última e ainda na época, a melhor, ferrovia ainda privada no Brasil: a Cia. Paulista, em 1961.
Sindicalistas da Sorocabana - que convenceram os ingênuos colegas da Cia. Paulista a aderirem a eles pela estatização da ferrovia ainda privada.
Washington Luiz - que começou a priorizar a construção das rodovias e reduzir os investimentos nas ferrovias.
Juscelino Kubitschek - sempre citado como o maior culpado, mas foi apenas um deles. Durante seu governo criou-se a RFFSA - conhecida como "a ferrovia criada para acabar com as ferrovias". (opa, não se falava disso também da FEPASA, surgida catorze anos depois?)
Prestes Maia, que suprimiu os bondes com a desculpa de que atravancavam o trânsito e cujos trilhos estragavam o asfalto.
Faria Lima, que terminou de vez com os bondes, suprimindo a linha do Ibirapuera, linha que poderia funcionar até hoje sem que se precisasse cavar um metrô muito mais caro ali embaixo.
Os dirigentes da FEPASA, que a partir de sua formação resolveram priorizar o transporte de cargas e acabar com os de passageiros, que "atrapalhavam" a circulação dos cargueiros - que, mesmo assim, dada a incompetência dos dirigentes, seguiram diminuindo em quantidade.
Mario Covas, que, embora tenha investido bastante na recuperação dos trens metropolitanos na recém-criada CPTM, acabou de vez com os trens de passageiros de longa distância que sobravam no Estado de São Paulo, dizendo que estavam superados (ué, e os da CPTM não estavam? Por que não recuperou todas as linhas na época?).
Fernando Collor, que para "economizar combustível" na guerra do Golfo em 1991, mandou suprimir quase todos os trens de passageiros ainda restantes pelo país, inclusive o Rio-São Paulo.
A MRS, que fez todo o possível para dificultar a circulação do Trem de Prata (1994-1998), inicativa privada, que - de novo - "atrapalhava" os seus cargueiros.
E muito, muito, muito mais gente. Façam seus palpites. Pensem com o bolso, como pensam nossos governantes, e não com o cérebro. Discordem de mim, xinguem, mas analisem!
Nota final deste autor: é evidente que muitas ferrovias foram extintas em condições de tráfego obsoletas, necessitando não somente de retificações de linha, troca de trilhos e material rodante e outras quetais - mas, afinal, por que não fizeram o que deveriam? Afinal, não gastaram uma fortuna demolindo e reconstruindo estádios, cá entre nós, muito, mas muito menos necessário que transporte público sobre trilhos?
segunda-feira, 1 de julho de 2013
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Bem Ralph,
ResponderExcluirInfelizmente todos esses fatos que você mostrou em todos esses anos no blog são um testemunho histórico de tudo que ocorreu com as nossas ferrovias. O que devemos pensar é como reverter essa situação? O crescimento do país, ainda que cheio de percalços, está naturalmente forçando a necessidade de ferrovias e os trens de passageiros podem voltar a reboque desse crescimento. O Povo está na rua reclamando, por enquanto de necessidades básicas mas o transporte está incluso nelas e os trens de longa distância podem ter sua vez. O importante é não deixar o pessimismo dominar e estar preparado quando a oportunidade aparecer.
Observando a situação dos traçados ferroviarios atuais pelo que percebo em sua maioria (citando apenas os do estado de SP) somente os que são úteis as concessionárias é que estão sendo utilizados, e na maioria da vezes sem nenhuma manutenção, e os que não são utilizados, estes estão em situação bem pior. Para reverter essa situação vai muito dinheiro e com certeza não é o que as concessionaria querem e muito menos o governo pelo que estamos vendo. Acho dificil que essas manifestações conseigam mudar a cabeça dos nossos governantes nesse sentido, embora acho que devam continuar com elas.
ResponderExcluirHora Bolas !!! se as concessionárias reclamaram que o trem de passageiro atrapalhavam os cargueiros , é por sua própria falta de capacidade de logística. pois , imaginem se a rod. anhanguera estivesse apenas uma faixa pra transitar. ãh!! . Até hoje só existe uma linha pra circulação dos trens , principalmente a da exportação !!! nos USA é no mínimo duas . É lamentável.
ResponderExcluirJefferson
O problema é a politicagem barata que se faz nesse Pais , cada um com seus interesses , esquecem do interesse maior que é da UNIÃO !!!
ResponderExcluirUm exemplo claro são os donos de transportadoras que por sua vez tem grande poder políticos ... nessa bola de neve quem perde é o Pais , que está em colapso nas suas grandes capitais , a malha rodoviário não aguenta mais tantos automóveis , ônibus e caminhões.
Aqui no Rio lembro da infância quando eu ia do Rio de Janeiro até Barra do Piraí de trem , era muito mais barato. hoje em dia essas estações históricas ficaram como ponto turístico .
Jogo de interesses quem perde é sempre a Maioria(população).