quarta-feira, 31 de julho de 2013

O FIM DA ESTRADA DE FERRO ITATIBENSE (1889-1952)


Ferrovia curta e eternamente deficitária, não se sabe exatamente com a E. F. Itatibense, que ligava a estação de Louveira à estação central de Itatiba, conseguiu sobreviver por tantos anos. Seus vinte e um quilômetros de trilhos eram vencidos pelos trens de passageiros em uma hora e vinte minutos. Mesmo naquela época (antes de 1952), um automóvel ou ônibus fazia o percurso rodoviário em muito menos tempo.

De qualquer forma, têm-se poucas notícias da ferrovia. Sabe-se que seu último trem de passageiros correu em 15 ou 16 de agosto de 1952. Isso ocorreu depois de a ferrovia ter rompido "amigavelmente" seu contrato de concessão com o Estado de São Paulo em fevereiro desse mesmo ano e de logo após entrar em liquidação. Mesmo em estado falimentar, seus trens correrem até seis meses depois.

Em 1958, ainda seguia em liquidação. Suas estações e paradas teriam sofrido no período pós-fechamento, mas depois se recuperaram, principalmente com a melhora da rodovia, asfaltamento, etc. Locais como Abadia, a primeira estação, sofreram menos, pois estavam bem próximos a Louveira e tinham uma estrada razoável como opção. Alguns vilarejos, no entanto, que dependiam muito do trem e estavam isolados, desapareceram com o tempo.

O que é interessante é que no dia 8 de junho de 1952 o jornal Folha da Manhã publicou um anúncio que basicamente vendia "sucata" ferroviária em grande quantidade. Era a Itatibense, que, no entanto, não aparecia no texto. As máquinas eram as mesmas. A quilometragem de trilhos basicamente conferia com a distância percorrida pela ferrovia (21 quilômetros), pois vendia-se 35 de trilhos, considerando-se, creio, por barra e não por pares de trilhos. Faltavam, no entanto, cerca de 6 quilômetros. Há quem cite, no entanto, que a ferrovia tinha mesmo era 18 quilômetros e enormes curvas, a ponto de os passageiros "brincarem" de descer dos carros e seguir a pé nas rampas, fazendo isto mais rápido que a locomotiva, para pegá-la novamente "lá em cima"..

Enfim, as locomotivas também conferiam. Porém, segundo as notícias, a ferrovia ainda rodava (basta ver as datas citadas acima). A locomotiva Barão de Campinas ainda existe, exposta hoje numa fazenda em Sorocaba. A priori a descrição do material "bate" - a Baldwin seria a 2-6-2T, a "Barão de Campinas" enquanto as inglesas de 22ton seriam as 2 4-4-0T Dübs. O anúncio deve mesmo ter sido da Itatibense.

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