sexta-feira, 10 de maio de 2013
OS TRENS DE PASSAGEIROS DE SÃO PAULO EXISTEM NUMA TERRA PARALELA?
Numa Terra paralela, as ferrovias brasileiras e os trens de passageiros sobreviveram. Pelo menos em São Paulo. Não somente sobreviveram, como também foram modernizadas, tanto linhas, como trens e rodam até hoje.
É um dos passageiros desse universo paralelo que nos deu uma entrevista exclusiva sobre os trens da linha-tronco da Companhia Paulista, que, embora também estatizada lá, teve sempre uma diretoria competente. Ele nos conta sobre uma viagem, possível, entre São Paulo e Ribeirão Preto, toda em bitola larga e trens tanto de longa distância quanto metropolitanos.
"Entre São Paulo e Ribeirão Preto, há pelo menos um trem diário, de ida e volta, com paradas rápidas em algumas estações de cidades: Jundiaí, Campinas, Sumaré, Americana, Limeira, Cordeiropolis, Rio Claro, Itirapina, São Carlos, Araraquara, Rincão e Ribeirão Preto."
"Em conjunto com ele, há trens metropolitanos entre São Paulo e Jundiaí (lembrar que aqui na nossa Terra, também há um), Jundiaí e Campinas, Campinas e São Carlos e entre esta e Ribeirão."
"Além disso, os trens cargueiros correm em variantes: uma linha foi construída há muito tempo exclusiva para eles paralela à linha até Campinas; de lá para a frente, também, até Ribeirão Preto. A ligação entre Rincão e Ribeirão foi feita usando-se basicamente o ramal de Guatapará, adquirido à antiga Mogiana e rebitolado para bitola larga, com a terceira linha para cargueiros. Toda a linha entre São Paulo e Ribeirão é dupla, mais a linha de cargas."
"Essa linha de cargas em alguns pontos segue a uma distância considerável da linha de passageiros e têm pátios de cruzamento próprios, geralmente denominados com o mesmo nome das estações que existem para passageiros nas linhas de passageiros e com o sufixo "pátio": Rio Claro-pátio, São Carlos-pátio são exemplos; há outros."
"As estações foram mantidas da mesma forma que eram, com algumas adaptações para melhor fluência de embarque e desembarque. Fiz uma viagem recentemente, no trem metropolitano entre Campinas e São Carlos, onde pude anotar algo sobre as estações em que esse trem para."
"Saindo de Campinas, aquele movimento enorme, o trem segue até Boa Vista-velha, com movimento bastante razoável por causa de indústrias no local; Hortolândia, a mesma coisa; Sumaré, cidade hoje já bem maior do que era em meados dos anos 1950; Nova Odessa, também bem movimentada. Aí, para em Recanto, velho posto telegráfico de onde sai o ramal para Piracicaba e hoje ampliada para receber a maior afluência que tem não somente por ser o local de baldeação para esse ramal como por ter hoje em volta um bairro de razoável tamanho. Depois, Americana, grande movimento; São Jerônimo, onde descem e sobem os trabalhadores das indústrias ali do Carioba; Tatu, pouco movimento, o bairro não cresceu muito. A mesma coisa ocorre em Itaipu; já em Limeira, o movimento volta a subir bastante. Em Ibicaba, o movimento continua fraco, mas há passageiros. Cordeirópolis tem bom movimento, idem Santa Gertrudes. Em Rio Claro, muita gente procura o trem. Em Batovi, bairro que cresceu bastante, também. Em Itapé, nem tanto, o bairro continua sendo mais rural que urbano. A mesma coisa ocorre em Graúna, mais afastado. Em Ubá, a situação é parecida, mas em Itirapina o movimento aumenta bastante, principalmente pelo fato de ali ser estação de baldeação para os trens que seguem para Jaú, Brotas, Bauru, Marília até o rio Paraná."
"Daí, a estação com pequeno movimento em Estrela é a que segue, e depois, Visconde do Rio Claro. Esta, cortada do bairro que ali existe pela auto-estrada, praticamente encostada à estação, foi construído um túnel com esteiras rolantes para que a grande maioria dos usuários possa ter acesso a ela do outro lado da estrada. Em Conde do Pinhal, o movimento aumenta anualmente com o crescimento do bairro ao seu redor, e, finalmente, São Carlos, cruzada pela linha, hoje também em bitola larga, que faz o percurso Novo Horizonte-Descalvado, com uma ponte relativamente recente tendo sido construída em Santa Eudoxia sobre o rio Mogi-Guaçu para que a linha atingisse Descalvado. De São Carlos, saem também os trens metropolitanos para Araraquara e Ribeirão Preto."
Estes trens, cujo percurso acabei de descrever, não tem a mesma frequência dos que correm na linha de São Paulo a Jundiaí; eles correm com intervalos de 30 minutos cada e muitos dos horários somente param nas estações consideradas principais, não parando nessas viagens mais rápidas em Boa Vista-velha, Recanto, Tatu, Itaipu, Ibicaba, Itapé, Graúna, Ubá, Estrela, Visconde do Rio Claro e Conde do Pinhal. O intervalo entre os trens que param nestas últimas é geralmente de 2 horas e menos nos horários de pico."
Enfim, a rede ferroviário dos nossos sonhos existe e está numa das Terras paralelas. O difícil, no entanto, é conseguir chegar a ela saindo aqui da nossa terrinha.
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Bom dia Sr. Ralph.
ResponderExcluirSábado precisei ir ao Centro de SP, e presenciei uma cena grotesca, no qual só em um País como o Brasil seria possível. Sem tetos já invadiram o prédio do antigo Othon Palace Hotel. Talvez seja uma noticia velha isso, ok, mas o que me deixa profundamente irritado é o fato de um prédio daquele, de grande valor histórico, em um lugar valorizado na Cidade e o pior ao lado da Prefeitura e ela não tomar nenhuma providência, como disse uma vez Charles de Gaulle: O Brasil é um país que não deve ser levado à sério
boa tarde RALPH por favor vc poderia me informar os horario dos trem para araraquara OBRIGADO E TÁMBEM O PREÇO DA PASSAGEM DESCULPE OS ERROS MINHA PROFISÃO E OUTRA SOU MOTORISTA DE CAMINHÃO
ResponderExcluirWilson, como está escrito no post, isto foi uma brincadeira. Grato
ResponderExcluirMuito interessante seu blog. Sou italiano de Genova, então já peço desculpa pelos erros, nunca fui ao Brasil e nem mesmo estudei portugués, só aprendi pela net. Cheguei aqui buscando noticias com respeito as ferrovias do Brasil, e foi possivel ver fotos que não se encontram assim facil nos sites mais conhecidos. Se pudesse ir ao Brasil, gostaria de conhecer o interior de varios estados, não o litoral, que não gosto porque aí tem, pelo que me falaram, miliões de turistas que não tem nenhum interesse pelo conhecimento verdadeiro do país. Muito obrigado pelas lindas fotos! Boa noite!
ResponderExcluirFlavio G.
Flavio, v. aprendeu portugues na internet? Ele é excelente, não tem um erro - exceto milião, que se escreve milhão. V. já viu meu site www.estacoesferroviarias.com.br? Abraços
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