segunda-feira, 13 de maio de 2013

CEM ANOS DE ARARUAMA (1913-2013)


Automotriz da E. F. Maricá na plataforma da estação de Araruama, provavelmente anos 1940 (Acervo Marcelo Lordeiro).

Pois é, há quase cem anos - faltam três meses - o primeiro trem da E. F. de Maricá chegou a Araruama, a 116 quilômetros da estação de Neves, esta na linha da Leopoldina que ligava a cidade de Niterói a Vitória.

Por um ano, a estação de Araruama, no município do mesmo nome, foi a ponta de linha da ferrovia. A ferrovia nasceu com o nome de Maricá pois a linha Niterói-Neves-Maricá foi a primeira a ser inaugurada, no distante ano de 1894. Em 1901, foi prolongada até Manuel Ribeiro. Em 1913, a Araruama.

Depois, devagarzinho, devagarzinho, como boa parte das ferrovias brasileiras, foi sendo prolongada e prolongada. Em 1914, chega a Iguaba Grande. Somente em 1937 a Cabo Frio, seu ponto final no quilômetro 158. A ideia era transportar o sal das salinas da cidade.

Diversas outras estações intermediárias foram sendo inauguradas durante a vida da ferrovia. Não muito longa, aliás. Foi extinta aos poucos nos anos 1960. Em 1964, somente fazia o trecho Neves a Virajaba, com somente 25 quilômetros. Finalmente, tudo acabou em 1966. A ferrovia, "deficitária" (como sempre digo: alguém analisou os prejuízos que ela causou à comunidade que a rodeava?), foi "condenada pelo progresso", como mostra um triste filme de reportagem feito em 1962 sobre a ferrovia, com esse nome.

A Estrada de Ferro de Maricá foi parar nas mãos da sempre deficitária e cheia de problemas Central do Brasil em 1943, e transferida para a E. F. Leopoldina em 1960. Transferida para ser extinta. São estas uma das inúmeras histórias de enganos feitos pelo governantes brasileiros.

Cem anos depois, não há realmente nada a comemorar. Trilhos retirados, estações demolidas, estradas ao longo da ferrovia totalmente congetionadas nos finais de semana, sem concorrência, numa situação onde todos perdem, menos os donos de ônibus. A estação de Araruama foi demolida.

Um comentário:

  1. E como faz falta, como tem gente indo e voltando todos os dias da região dos lagos. Final de semana, feriados e Carnaval nem se fala. Engarrafamentos, um monte de ônibus extras, caminhões e carros de passeio de entulhando pelo caminho. Fora os pedágios caríssimos. E o trem ia passar tranquilo por isso tudo se ainda estivesse por la.

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