A nova estação de Amador Bueno em julho deste ano (Foto minha).
No nefasto dia em que o nefando prefeito de São Paulo, Fernando Haddad - ou Malddad, como muitos dizem - assinou a aprovação de um aumento cavalar de IPTU na cidade, apoiado como sempre por vereadores que aceitam votar a favor baseado em interesses próprios e não da população, esta sempre definida como algo que somente serve para pagar, mas nunca para receber pelo que paga, veio a pergunta que muitos fazem há anos, baseado numa premissa que é óvia: por quex por cento da população não paga esse imposto, ou melhor, o imposto não recai sobre x por cento da população?
Isto acontecendo, é evidente que os outros, que pagam, pagarão mais. Ora, sabemos que a natureza humana - há exceções, claro - não dá valor ao que é de graça. Por outro lado, se todos são iguais perante a lei (bem, afinal, está escrito na Constituição, não está?), por que alguns não têm de pagar? O fato é claramente inconstitucional e, portanto, ilegal.
Agora, outra vez referindo-me à palestra do Sr. Jurandir Fernandes, Secretário de Estado dos Transportes na reunião da Frente Prlamentar em Defesa das Ferrovias Paulistas, realizada quatro dias atrás, foi dito pelo Secretário, algo sobre a reativação, depois de uma reforma que parece estar quase pronta (pelo menos visualmente, de minha parte), da chamada "extensão operacional da linha 9", o trecho Itapevi-Amador Bueno.
Esse "algo" foi o seguinte: como já era antes, até 2010, ano da desativação "temporária" da extensão, é quase certo que não haverá cobrança de tarifa para quem embarca em qualquer estação do trecho, pois "seria mais caro o sistema de cobrança do que o que ela arrecadaria".
Bissurdo, como diriam muitos brasileiros. E é absurdo. Vale a mesma coisa dita acima no caso do IPTU. O que não é pago não se respeita. A depredação dos novos trens (na verdade, trens antigos reformados) certamente ocorrerá, como ocorria até 2010 nas estações e principalmente nas composições. E porque não se paga? A região é tão pobre assim? Será que a região entre Barueri e Itapevi, por exemplo, é tão mais rica?
Eram quatro estações na extensão antes da interrupção: Santa Rita, Cimenrita, Ambuitá e Amador Bueno. Parece que agora serão somente três, Cimenrita não teria sido reconstruída. Com exceção da de Ambuitá, os bairros em volta parecem-me bastante populosos. E a estrada de rodagem entre Amador Bueno e Itapevi continua uma droga, cheia de lombadas e valetas - além de buracos. O trem certamente será o melhor transporte para o trecho.
Nada comentei quando o Sr. Jurandir falou sobre isso, embora tivesse vontade. Afinal, eu sou literalmente um nada para ele, embora estivesse ali presente. Além disso, eu já havia feito um comentário sobre outras linhas que não foram satisfatoriamente respondidos. Voltarei estes em algum tempo. O fato, no entanto, é que não consigo entender por que os trens da CPTM deixaram, por volta de 1998, de seguir até Mairinque, passando pelas estações de São João Novo, Mailaski, Gabriel Piza (esta, hoje com apenas uma parede em pé) e São Roque. São também regiões populosas e que usam a mesma estrada já citada. Nas poucas vezes que preciso ir a Mirinque e a São Roque percebo o descaso do governo para com a estrada, que em grande parte ocupa o leito da Sorocabana antes da reforma e duplicaçao da linha terminada em 1928.
A linha poderia pagar-se, se é que não se paga hoje, facilmente se a "extensão" fosse até Mairinque. A esta altura, a eletrificação que existia ali desde 1944 foi erradicada e hoje o mato cresce sobre o trecho, pois há alguns meses, a LL, que usava a linha para transporte de areia, abandonou-o.
E que Deus salve o Brasil.
sábado, 7 de dezembro de 2013
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Pelo que sei, a CPTM NUNCA queria reativar a extensão Itapevi - Amador. Ela a fez por exigência política. Não sei se viu todas as estações e a situação da passagem de nivel na "nova Santa Rita", mas do jeito que está, está tudo enrolado. Há uma promessa para fazer uma avenida de ligação que passa do lado do antigo Cimerita, cruza a linha férrea por cima e fará uma ligação nova no bairro Vila Gióia, em Itapevi. Tudo isso apenas projetos, promessas...
ResponderExcluirDias atrás via o "Fepasão", hoje com 4 vagões, indo em direção a ela.
Nesse caso, a pressão politica é bem vinda. JAMAIS deixe o seu trem ser retirado. Quantos politicos, vereadores e deputados fizeram isto nos últimos cinquenta anos?
ResponderExcluirJá falei várias vezes por aqui: sou entusiasta de ferrovias, mas ao mesmo tempo entendo a situação dentro e fora do sistema público, mesmo não conhecendo tanto quanto eu gostaria.
ExcluirEsta extensão operacional vai trabalhar apenas com duas estações novas (Santa Rita e Amador), ao invés de 3 (conta Ambuita, pois Cimerita ia morrer em definitivo de qualquer forma), que haviam sido prometidas em campanha política, só para começar.
A lotação dos ônibus de integração atual é razoável. Não é tão alta quanto parece, e o tempo de espera (uns 20 minutos em média entre cada veículo) mostra a quantidade de pessoas que pegariam realmente o ônibus.
Eu sinceramente esperava que a CPTM já fizesse um trem urbano até São Roque, Mairinque ou até mesmo Sorocaba. Ou seja, revitalizar a antiga linha perdida. Era um desejo até inocente em partes, mas o que pensei foi: "se fizeram mudanças nestas estações, por que não aproveitam a deixa e já estiquem a linha?
Duas estações apenas, com infraestutura razoávelmente precárias, aspectos de via ainda não concluidos (a passagem de nível do Santa Rita provavelmente vai dar trabalho se continuar deste jeito) e ideias que poderiam ser aproveitadas para dar uma razão maior à linha (como um terminal de ônibus em Amador Bueno, ligando a região à municípios próximos, como Araçariguama, São Roque, Vargem Grande, Ibiúna, etc...) no final vão acabar deixando um "elefante branco" em Itapevi. O pessoal vai até usar, mas depois vão abandonar isso de novo.
E a exigência foi feita por um deputado da cidade, que tem uma alta influência dentro do Governo. Não por outros fatores.