sábado, 28 de dezembro de 2013
CEM ANOS ATRÁS EM ELIHU ROOT
Hoje estive na feira semanal da praça Benedito Calixto, em Pinheiros. Embora esperasse uma feira com poucas barracas e gente, devido ao sábado entre Natal e Ano Novo, vi bastante movimento. O restaurante a que fui com minha esposa e filha (e genro) estava bem concorrido. A espera? Meia hora, tempo suficiente para que eu achasse várias coisas interessantes na feira.
Não comprei nada, com exceção de um cartão postal muito especial. É especial não por causa da fotografia (de uma casa, não identificada), mas por causa do local de onde ele foi expedido.
O carimbo do selo de 100 réis era de 2 de setembro de 1913. Portanto, de cem anos atrás. O cartão - pasmem os que me conhecem - foi postada, de acordo com o carimbo, em Elihu Root. Na estação. A agência de correios ficava ali mesmo, na estação, como era costume nessa época.
Está datado de 2 de setembro, mesma data do carimbo. Terá ele sido escrito ali mesmo? O local dizia Santa Cruz. Santa Cruz das Palmeiras? A pessoa estaria vindo de lá? De Santa Veridiana? Poderia até ser, pois é enviada para uma certa Maria Cecília Prado, em Paris. Os Prado tinham terras em Santa Cruz, exatamente na fazenda de Santa Veridiana, que chegou por algum tempo a ser a maior produtora de café do país. Quem vinha de Santa Cruz das Palmeiras parava obrigatoriamente na solitária estação de Estação de Elihu Root, da qual tantas vezes falei em meu blog e no meu livro Caminho para Santa Veridiana.
Mas poderia ser também da Fazenda Santa Cruz, muito próxima da estação de Elihu Root, que, na época, ainda não era dos Crespi e foi a fazenda que Elihu, que, como sabemos, era um diplomata americano que veio ao Brasil em 1906 para ser presidente da Conferência Pan-Americana no Rio e foi convidado para ir a Araras para visitar a fazenda Santa Cruz por seus donos de então.
No mesmo dia, ele foi homenageado com a mudança de nome da estação, de Guabiroba para o dele.
A. C., que assina o cartão que manda para sua avózinha em Paris, poderia muito bem morar na Fazenda Santa Cruz e, portanto, ao pegar o trem, embarcar na estação. Ou não - poderia apenas ter ido da fazenda à agência na estação e ali postado o cartão.
E a casa no verso do cartão, a qual não reproduzi aqui por não saber onde fica e por não interessar no caso (como disse acima, comprei o cartão pelo carimbo)? Por enquanto fica no anonimato. Quanto à velha estação, fechada em 1968, está cada vez mais destruída, depois de tantas glórias em seu passado.
E que Deus salve o Brasil.
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