Tal prolongamento jamais foi feito, embora tenha havido
estudos para isso, feitos por Guilherme, nesse final de ano de 1923. Qual não
foi minha surpresa ao ver que existe um relatório escrito por ele mesmo e
publicado no jornal “A Manhã”, de 1926, jornal em pdf que me foi enviado ontem
por meu amigo Daniel Gentili, morador em Lins, SP.
Por ele, sabemos que... “dia 11 (de dezembro de 1923):
partida de Belo Horizonte e chegada a Buenopolis”. Na época, era a última
estação em cidade na linha do Centro da Central do Brasil. Além dela, havia
linha funcionando até a estação de Jequetaí, hoje Granjas Reunidas, que era a
ponta da linha. Por que Guilherme desceu em Buenopolis, sessenta quilômetros
antes? Possivelmente porque ali seria possível negociar um trem de lastro para
seguir até além de Jequetaí. Foi o que ocorreu: um engenheiro residente da
construção da linha até Montes Claros conseguiu um deles para Guilherme e sua
comitiva até Malhada do Meio, oitenta e cinco quilômetros à frente.
Ficaram na cidade por seis dias aguardando a chegada de
animais para transporte na jornada até Montes Claros e dali além. E foram
colhendo o máximo de informações possíveis para a continuação da viagem.
Guilherme tinha, na época, cinquenta e cinquenta e sete anos de idade. E
continuava a se aventurar elo desconhecido da mesma forma como em Paracatu
(1890), Jaguariúna (1891), Aquidauana (1908), quando era bem mais jovem.
No fim, chegaram “cinco animais de carga”. No dia 20 de
dezembro, partiram Às 9:30 da manhã. “A nossa comitiva constava de um animal de
carga, dois camaradas montados e do autor desta narrativa”. Depois de uma
viagem num “dia horrivelmente quente”, chegaram em Montes Claros , no
hotel da D. Duruta, “as 20 e 45. “Gastamos, sem as paradas, 9 horas e 20
minutos de viagem”. Ficaram quatro dias na cidade colhendo informações, “muito
escassas”.
De Montes Claros a Riacho do Fogo (ribeirão do Fogo). O
mapa é dos anos 1950, a ferrovia não existia em 1923 ali, ainda. O
ribeirão do Fogo deve ser o que está sem denominação junto à localidade
de "Riacho do Fogo" que aparece no mapa. O nome "GRANDE" refere-se ao
rio Verde, no mapa como "rio VerDe Grande".
Deixaram a cidade no dia 24 a cavalo (jegues?) às 7:50 da manhã e chegaram ao Ribeirão do Fogo às 13:00, onde pararam para descansar. Dali seguiram até a barra do ribeirão no rio Verde. Durante todas as viagens, Guilherme ia fazendo anitações: tipos de solo, vegetação, subidas e descidas. Atravessaram o Verde e subiram pelo divisor de águas do ribeirão do Juramento e, “às 16 horas, entramos no próprio vale do Juramento, que é bem povoado”. “Às 17:30, chegamos à fazenda do Dr. Daniel Chrispim de Macedo, situada a curta distância da margem esquerda do ribeirão; pernoitamos, com alguma relutância da família, pois o dono da casa estava assistindo à festa de Natal em Juramento”. Nessa época, ainda era costume dar hospedagem a viajantes nas fazendas isoladas.
Deixaram a cidade no dia 24 a cavalo (jegues?) às 7:50 da manhã e chegaram ao Ribeirão do Fogo às 13:00, onde pararam para descansar. Dali seguiram até a barra do ribeirão no rio Verde. Durante todas as viagens, Guilherme ia fazendo anitações: tipos de solo, vegetação, subidas e descidas. Atravessaram o Verde e subiram pelo divisor de águas do ribeirão do Juramento e, “às 16 horas, entramos no próprio vale do Juramento, que é bem povoado”. “Às 17:30, chegamos à fazenda do Dr. Daniel Chrispim de Macedo, situada a curta distância da margem esquerda do ribeirão; pernoitamos, com alguma relutância da família, pois o dono da casa estava assistindo à festa de Natal em Juramento”. Nessa época, ainda era costume dar hospedagem a viajantes nas fazendas isoladas.
“Tivemos um calor de 39º durante o dia; nesta noite, ouvimos
a primeira trovoada, mas com pouca chuva, festejada pelos lavradores”. Na manhã
do dia 25 de dezembro, deixaram a fazenda agradecendo o Dr. Daniel, que havia
retornado durante a noite, seguindo sempre pela margem esquerda do ribeirão
Juramento. “Fizemos uma pequena parada na fazenda Maquiné, de propriedade do
Sr. Luiz Maia, (...) atravessamos duas vezes o ribeirão e chegamos às 10:30 na
povoação do mesmo nome, hospedando-se em casa do Sr. José Leão, demorarmos ahi
para fazer a nossa provisão nossa provisão e, por ser dia de Natal, celebrado
com religioso respeito e muita alegria. No dia 26, partimos de Juramento às
7:30”.
Na época (1923), Juramento não era município. O mapa é dos anos 1950. Guilherme entrou nele atravessando o rio Verde Grande (à esquerda) e seguindo o vale do ribeirão do Juramento até o então povoado que hoje é a sede do município.
Quantos natais em seus 91 anos de vida Guilherme não terá deixado de passar com sua família por causa destas viagens hoje sensacionais?
Quantos natais em seus 91 anos de vida Guilherme não terá deixado de passar com sua família por causa destas viagens hoje sensacionais?
Continua...
Aqui em Candido Mota sp, tinha um alemão por nome de Rodolfo Geyer (?) que além da ferrovia adorava futebol e ajudou a fundar a União Atlética Ferroviária Candidomotense. Naquele tempo o funcionário era "ajustado" como meu Pai dizia mais por ser bom de bola do que ser bom de trabalho.Montou um super time, quase imbatível na região. Será que deixou descendentes?? Abçs!
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