O Jardim das Bandeiras no anúncio da Folha em 1/6/1952
No mesmo dia do mês de junho de 1952, o jornal Folha da Manhã (e provavelmente outros também) publicou dois anúncios sobre loteamentos residenciais: o Jardim das Bandeiras, no bairro do Sumaré, e o Jardim Rochedale, no então bairro de Osasco.
O primeiro tinha como acesso principal a avenida Doutor Arnaldo e a Estrada do Araçá - hoje, rua Heitor Penteado. Ficava a cerca de dez minutos do centro da cidade, referência então obrigatória. Para chegar lá, só de carro mesmo
O Rochdale (hoje Jardim Rochedale) no anúncio da Folha em 1/6/1952
Já o segundo tinha na época um acesso muito mais difícil. O acesso mais normal seria pela estrada de Itu - hoje avenida Corifeu de Azevedo Marques. O anúncio dizia que ele ficava "a dez minutos do largo de Pinheiros por estrada asfaltada e condução rápida e barata por ônibus, carros-lotação e trens elétricos (os trens suburbanos da Sorocabana que iam até Itapevi)". Nessa época, embora tivesse pouco movimento, dava mais de dez minutos do largo de Pinheiros até o loteamento. Os ônibus para a região eram poucos. Os trens de subúrbio eram uma droga e da estação de Osasco para o Rochedale realmente não era longe, mas havia o rio Tietê no meio.
O bairro do Jardim das Bandeiras hoje - a avenida que corcoveia ao norte é a rua Heitor Penteado. A aue aparece no canto inferior direito é a avenida Paulo VI, hoje limite do bairro, não existente em 1952
Resultado de hoje: quem comprou no Jardim das Bandeiras realmente deu-se bem. O bairro até hoje é um dos poucos realmente residenciais de bom nível de São Paulo. Em 1966, quando um amigo meu de escola mudou-se para lá em casa recém-construída na rua Abegoaria, lembro-me de que ainda havia muitos terrenos vazios, mas era um bonito local, como ainda é - cheio de automóveis, claro. Mas não há muito tráfego nas ruas internas.
O Jardim Rochedale hoje. É fácil reconhecê-lo, por causa do formato da "ilha". Abaixo, a Castelo Branco, que o cortou em dois
Já o Rochedale encheu-se de tudo: residências, prédios, pequenas fébticas, bares, pequenas lojas e teve, ainda por cima, a rodovia Castelo Branco a cruzar sua parte sul. O rio que molda o loteamento original era o leito original do Tietê, que, com a construção do "atalho" que uniria os dois cotovelos fazendo a água fluir com facilidade no sentido do interior - que, aliás, já existia no mapa original de 1952 - transformou o leito antigo num filete de água parado, foco de mosquitos e mato. Embora o bairro esteja formalmente numa ilha, na prática não é. Há vários pontilhões que cortam o filete de água, hoje. E há mais ruas do que o mapa do jornal publicava. O local não pertence mais a São Paulo, mas, desde 1961, ao município de Osasco - o que, sinceramente, não sei se foi bom ou mal para o bairro.
sexta-feira, 28 de dezembro de 2012
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Nos primeiros anos da Rodovia Castelo Branco, após a inauguração, ainda eram visíveis os 2 "braços" do rio Tietê que contornavam o Jardim Rochdale. Talvez por isso, até hoje o bairro sofra com enchentes.
ResponderExcluir2. Antes do anúncio do Jardim das Bandeiras, de 1952, em 24.07.51, a Itaóca anunciava, no Estadão, um
loteamento vizinho:
http://acervo.estadao.com.br/pagina/#!/19510724-23372-nac-0016-999-16-clas
Ainda são visíveis hoje, mas estão bem mais estreitos, muito menos água. Eles ainda existem.
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