quarta-feira, 28 de março de 2012
TRAGÉDIA EM POTENCIAL
Nestes dois últimos dias estive em São José dos Campos novamente, a trabalho. Logo no início, visitando um apartamento na manhã de ontem, tirei essa fotografia que aparece no alto desta postagem.
A avenida que aparece embaixo é a Cassiano Ricardo, principal avenida do bairro do Aquarius, hoje o bairro chic da cidade. Ou melhor, é aquele bairro que faz esse ponto de qualquer cidade ficar igual a qualquer outra cidade. Esses bairros não têm identidade. Porém, há alguns edifícios bonitos (dentro do que posso achar bonito em edifícios que detesto). Tudo novo, moderno...
Há vinte anos atrás não existia nada nesse bairro. Aí vieram os condomínios de casas e logo em seguida os edifícios. Os trambolhos. Hoje é já quase uma muralha de prédios. Os nomes deles, assim como o do bairro, são sempre em língua estrangeira. Inglês, francês, italiano, espanhol... até latim (Aquarius, nome que pelo menos em uma placa tem acento agudo no segundo a, absurdo se se pensar que é latim). Nomes em português são minoria. Português é coisa de pobre...
O Aquarius se estende do outro lado da avenida citada acima, também. Menos... menos no ponto em que aparece essa "mancha verde" com árvores, cupinzeiros e vacas (que, nesse dia, estavam láááá do outro lado - dá para ver olhando o tamanho grande da foto). Esse terreno é muito bonito. Antiga fazenda, disseram-me que pertence (não sei se a história é verídica) a um sujeito que desapareceu e, como não acharam o corpo, não podem declará-lo morto e nem abrir investário. O terreno é cobiçadíssimo, mas invendável. Pelo menos por enquanto.
E por enquanto, ele fica aí, virgem. Serve de paisagem para quem olha do décimo-primeiro andar de um apartamento, como era o meu caso. O terreno mais atrás é a várzea do rio Paraíba do Sul. Além dela, o arvoredo esconde o próprio rio. Logo em seguida, o bairro de Urbanova. Lá no fundão, as montanhas que dividem São Paulo de Minas.
Bela paisagem. Vamos mantê-la assim? Como fizeram com o Banhado, uma vista fantástica que se vê do centro de São José? Essa "mancha" é, como diz o título, uma tragédia em potencial.
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Na verdade o problema de São José dos Campos é o povo.
ResponderExcluirComo assim, "o povo"?
ExcluirRalph. Interessante que conheço esse bairro pois aí funciona a Justiça do Trabalho de São José dos Campos. Agora a pergunta: por que levar a Justiça do Trabalho, que um dia foi no Centro, para esse fim de mundo onde trabalhadores, representantes de empresa e advogados às vezes tem que atravessar a cidade para chegar? Talvez nosso querido Lalau responda...
ResponderExcluirPercepção perfeita, Ralph: tragédia em potencial. Que insensibilidade se mexerem nesse terreno. Fico contente de saber que preservaram, pelo que você escreveu, aquela grande várzea que se vê do centro de SJC. Estive nessa cidade só duas vezes, e achei aquela paisagem o máximo de legal! Sobre a foto, pergunto o que são aqueles prédios bem ao longe, depois da várzea do rio? É um bairro de SJC? Valeu!
ResponderExcluirZN, é o bairro do Urbanova, já prá lá do rio Paraíba.
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