terça-feira, 7 de junho de 2011

AFINAL, QUEREMOS O QUE?

As pessoas acusam o governo de querer construir a usina de Belo Monte de qualquer forma, atropelando as leis etc. Falam a mesma coisa do fato de o mesmo governo querer construir de qualquer maneira a linha do TAV entre Campinas e Rio de Janeiro.

Aqui em Alphaville, apenas duas ou três semanas depois de a população se manifestar e protestar nas ruas contra a construção de prédios em excesso sem qualquer planejamento urbano, o jornal local (Folha de Alphaville) anuncia inúmeras contruções dando hurras para os empreendedores. Ué, não foi o mesmo jornal que noticiou o problema há 20 dias? Foi, mas parece que agora a "oposição" está querendo mostrar quem é que manda.

A prefeitura de Barueri não se manifesta. Tirou algumas lombadas de duas avenidas e foi só. Parece até que isso resolve o problema.

O que se deve tirar de tudo isto é que o governo e os tais empreendedores estão certos: o povo quer isso. Protesta, mas quer tudo isto. Se se constróem prédios enormes é por que haverá compradores. Se se constróem usinas hidrelétricas é por que a energia será consumida, e não somente isso: faltará energia com o desenvolvimento previsto da região norte do país, sem essa usina.

O TAV é uma alternativa para os entupidos aeroportos e aviões. O povo precisa disto.

Vejam: não concordo exatamente com os prédios sendo construídos. Aliás, não concordo nada. Mas as pessoas, mesmo as que reclamam, continuam comprando.

Resumo: somos uns hipócritas. Queremos luz e força mas não queremos que se construam usinas. Queremos viajar melhor mas não queremos que se construa um trem decente porque ele é caro. Não queremos mais prédios, mas os compramos.

Enfim, senhores ecologistas: se decidirmos todos morar em cavernas, faltarão cavernas para todos os interessados.

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