segunda-feira, 13 de junho de 2011

O VLT DO CARIRI

Visto de dentro da estação do VLT e ao lado da estação antiga de Juazeiro do Norte, o trem da Transnordestina se aproxima do VLT estacionado na segunda linha do pátio.

Tão longe de nós, aqui no sul do Brasil, foi construído e está operando desde o final do ano de 2009 o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) que corre entre as estações ferroviárias de Juazeiro do Norte e do Crato, no sul do Ceará.
O VLT do Cariri.
Ele é chamado pelo governo do estado cearense de "metrô". Não é, por certo, e pelas definições (não tão claras) um metrô, mas, quem se importa? O fato é que ele cumpre com a finalidade a que foi construído: transportar pessoas sobre trilhos numa região carente em transportes.
A estação de VLT do Crato, também próxima à antiga estação ferroviária - que não aparece na fotografia.
É um verdadeiro milagre que no Brasil, onde tanto se abandonaram leitos ferroviários à própria sorte nos últimos cinquenta anos, alguém tenha conseguido implantar um transporte desses - que equivale a um transporte de trem metropolitano de qualquer lugar - numa linha já existente, e, ainda por cima, que tem por parte dela ainda transporte ferroviário de cargas (entre as estações de Juazeiro e de Muriti). A linha de Muriti ao Crato ficou abandonada por anos e anos e seria fatalmente retirada se a situação não se alterasse. Aliás, muito me surpreende que não tenha sido.

Depois que uma fábrica desses veículos, que os constrói a preços mais convenientes que os comumente feitos no exterior, apareceu em Barbalha - que fica a pouca distância da linha numa cidade que, um dia, teve um ramal férreo, já desativado e arrancado há trocentos anos -, ela foi competente o suficiente para convencer o governo cearense que uma linha poderia ser colocada ali.
Modelo de todas as estações do VLT que existem no percurso entre as duas cidades.
Depois que essa linha entrou em operação contínua, diversas outras cidades anunciaram a intenção de construir VLTs - a maioria operando em linhas abandonadas ou pouco utilizadas. Não sei se todas as cidades que vou citar agora têm acordos para usar ou pretendem usar os VLTs da fábrica de Barbalha, mas a lista é (se bem que até agora nenhuma delas ainda conseguiu implantá-los): Manaus, Maceió, Arapiraca, Betim, Contagem, Macaé, Fortaleza, Recife e outras das quais não me recordo agora. Notem que, com exceção de Macaé, todas as cidades estão no norte e no nordeste do país.
Frente da antiga estação ferroviária de Juazeiro do Norte, desativada para passageiros em 1988.
Como defensor das linhas para passageiros, espero sinceramente que todos esses mais outros venham a vingar. Nas fotografias desta postagem, todas enviadas por José Tadeu Santana Junior, algumas cenas da ferrovia no Cariri.

5 comentários:

  1. Noticias como essas nos fazem ter um pouco de esperança nesse Brasil.
    Que o Brasil se espelhe nesse exemplo de transporte e aqui deixo uma pergunta:
    Por que São Paulo com um orçamento muitas vezes maior não consegue fazer o mesmo?

    Alckmin? Serra? Kassab?, Marta? alguém pra respoder?

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  2. Pois é, meu caro Ralph: quando os governantes, resolvem, de fato, "olhar para o povo", eis que nascem obras como a do VLT do Cariri.
    Em minha próxima ida à região do Cariri (Sul do Ceará), irei apreciar os serviços do VLT.
    Ensejo-me da ocasião para dizer que aqui, em Piquet Carneiro, continuo batalhando, junto a quem de direito, pela restauração da vetusta estação ferroviária.
    Em julho/11, devo ir a Fortaleza, à cata, como já mencionei noutro texto, de mais informações acerca do maior acidente com trem de passageiro ocorrido no Ceará, cujo 60º ano de ocorrência vem-se aproximando: (1951 - 17 de dezembro - 2011).
    Assim, um das entidades que se tornará alvo de minha visita/pesquisa será, indubitavelmente, o INSTITUTO DO CEARÁ.
    Pretendo ir aos jornais da época (dezembro/1951), tão bem conservados e encadernados, na rica hemeroteca de que dispõe aquele Instituto.

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  3. Macaé não deve sair do papel.
    http://lauaxiliar.blogspot.com/2011/06/o-misterio-de-macae.html

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  4. Ih Victor? Verdade mesmo? Tudo estava certo, de fato até a Bom Sinal seria a fabricante dos VLT's (encomendados e/ou projeto básico já pronto) para o projeto da cidade. Triste isso... Se não me falha, Recife e João Pessoa trocarão sua frota de locomotivas diesel e carros Pidner por VLT's. E imaginar que a Bom Sinal, originalmente fabricante de poltronas, artigos hospitalares e outros insumos plásticos para usos públicos sem vocação em transporte ferroviário porém com alguma experiência (os donos da Bom Sinal são ex-sócios da CAIO Induscar)só iniciou também por começar reformando carros Pidner. Depois, o Cariri foi a "aposta" de sucesso. Um projeto barato pra níveis de Brasil - R$25mi - e uma linha inteira estava refeita, com material rodante. O prêmio por ser tão econômico foi o GreenBest desse ano, desbancando até o projeto da USP, EMTU e a Marcopollo como encarroçadora no ônibus movido à hidrogênio. Por um lado, quisera eu que em Mogi das Cruzes e sua ideia do trem até César ser conduzida por esses veículos e ampliando, como era no projeto do VLT daqui anteriormente proposto, estações como a Nova Jundiapeba, Vila Industrial e a nova parada final em César de Souza. Mas, nem tudo é perfeito e a população não optou naquela época e muito também veem como erro o uso desse modal no projeto. Parabéns pelo texto.

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  5. Assim como no Cariri (Sul do Ceará) também foi implantado na Capital Cearense esse sistema. É um exemplo claro de que todo o governo quando quer faz, o memorável trem retornarem aos trilhos, agora em forma de VLT's muita mais econômico e ecológico. Seria uma sonho ver minha região (Baturité -Ceará)por ter a mais importantes estrada de ferro do Ceará com uma sistema desse (estrada de ferro de Baturité). Parabéns pelo texto.

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