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quarta-feira, 27 de junho de 2012

O BUTANTAN DE 70 ANOS ATRÁS

O mapa acima mostra o bairro do Butantan - na verdade, parte dele - sendo loteado em 1942 (do jornal Folha da Manhã de 11 de setembro desse ano) com novas ruas que homenageavam os heróis do MMDC de dez anos antes.

Para quem não sabe: a rua Lemos Monteiro (que era na verdade o final da rua Butantan do outro lado do rio e teve o nome trocado pouco tempo antes), a rua M´boy (Embu) e a Estrada de M´boy e Itapecerica eram o que hoje, juntas, são a avenida Professor Francisco Morato. A rua 23 de Maio é a atual rua Sapetuba. As ruas Miragaia, Martins, Drausio, Camargo e Alvarenga tomaram seus nomes por toda a sua extensão, substituindo as ruas numeradas à esquerda da atual Sapetuba.

O córrego tortuoso no alto da foto é o córrego Pirajussara, então limite do bairro e hoje canalizado e entubado. A avenida Marginal era uma picada de terra uma de cada lado do rio, enquanto o rio Pinheiros havia sido retificado pouco antes. A ponte da avenida Rebouças fora construída também havia poucos anos (por volta de 1940-41), substituindo a antiga de ferro que ficava na linha das ruas Lemos Monteiro e Butantan. A avenida Rebouças do mapa é a Eusébio Matoso. O Joquei estava sendo inuagurado naquele ano.

sábado, 13 de março de 2010

CAMINHO DO ENGENHO

Acima: Atenção, não é a rua Caminho do Engenho aqui de São Paulo. Mas, como diz sua autora, Sandra Moraes (2005), "Uma viagem quase lúdica entre os canaviais e o engenho da fazenda. O chiado do eixo anuncia ao longe que o carro de bois vem chegando pesado, cansado, mas trazendo saudades de um passado que ainda sobrevive no interior do Brasil". Afinal, não é isso que o Caminho do Engenho lembra?

Ontem estive no bairro do Ferreira. Era ali, ou melhor, pouco depois dali, para quem vem de São Paulo pela avenida Francisco Morato, que havia a divisa do extinto município de Santo Amaro com o de São Paulo. Até hoje existe um marco ali (indicando Pinheiros a 6 k, ou quilômetros) dessa divisa em frente à Chácara do Jóquei Clube.

A rua principal que dá acesso ao bairro chama-se Rua Caminho do Engenho. Essa rua, de nome bucólico, era antigamente apenas “Caminho do Engenho” e era uma rua particular – pelo menos, assim indicava o mapa da Sara Brasil de 1930. Como hoje, ela saía para a direita de quem vinha pela Estrada de Itapecerica (sim, naquele ponto, este era o nome da Francisco Morato – nos trechos mais próximos da cidade, chamava-se Estrada do Botequim e depois Estrada do M´Boi Mirim) e seguia no sentido do córrego Pirajussara.

Onde seria o tal Engenho? Engenho do que? Ainda guiando-me pelo mapa antigo, este poderia ser o local em que estavam construídas duas construções maiores entre as pouquíssimas que havia por ali. Estas duas construções situavam-se pouco antes da travessia do córrego (hoje, canalizado, está no centro da avenida Eliseu de Almeida). No mesmo terreno, hoje, existe uma olaria anexa a uma casa antiga, com arquitetura bem típica dos anos 1930. O lado direito do Caminho era ocupado pelo engenho. Difícil saber se era toda a parte direita, mas havia algumas casas pequenas que poderiam ser de trabalhadores.

O lado esquerdo era apenas capoeiras. O bairro, casas e ruas do Ferreira foram construídos sobre essas capoeiras após 1930. O curioso é que o nome Caminho do Engenho foi mantido – com o acréscimo da palavra “rua” –, mesmo depois da municipalização do caminho. Coisa rara esse nome se manter, pelo seu bucolismo e pela febre de se mudar nomes das ruas em São Paulo. Mas ele deixa uma lembrança do bucolismo do bairro.

Aliás, toda aquela região, à esquerda e à direita da hoje Francisco Morato era chamada de Itararé. Teria o tal engenho esse nome? Engenho do Itararé? Realmente, não sei, mas o nome é real e existia em 1930. O Caminho do Engenho continuava depois do córrego por mais um trecho, assim como continua hoje, e terminava sem saída – mesmo pelos mapas de hoje (Guia Mapograf) ainda é assim, dando a impressão de que o tal engenho para onde a via se encaminhava seria mesmo aquelas construções antes da hoje avenida Eliseu de Almeida.

Que se mantenha o nome. É o tipo de nome que toda rua antiga deveria manter: algo que a relacionasse com o local. Aliás, nomes como “Caminho do Engenho” e “Caminho do Mar” sempre me lembram uma famosa rua americana – o “Caminho Largo”, ou “Broadway”. A Broadway de Nova York, assim outras cidades americanas que também tem “Broadways”, é uma rua bem antiga que era o caminho de passagem por ali, rua geralmente com curvas e que teve o percurso mantido – e seu nome. E atenção: mesmo hoje, não é “Broadway Street”. É somente “Broadway”.

Só espero que não venha nenhum político ou incorporadora adoradores de nomes ingleses e mudem o nome do Caminho do Engenho para rua Broadway.

terça-feira, 9 de março de 2010

TRÂNSITO DE DOIDO

Eram 4 e quinze da tarde e eu estava na esquina da Marginal Pinheiros com a rua Pirajussara. Em seguida eu precisava pegar a avenida Francisco Morato sentido Taboão. Parece fácil, não?

Não é. Se eu tomasse a Marginal local não há acesso para a avenida, portanto, não daria. Eu teria de passar por baixo da ponte Eusébio Matoso, atravessar a ponte, do outro lado pegar a Marginal sentido Castelo Branco, passar novamente sob a ponte, subir para a ponte logo após passá-la, atravessar o rio novamente e aí chegar ao início da Francisco Morato para então ir aonde precisava.

Achei que era muito complicado, pois o trânsito estava ruinzinho, como sempre. Aí, saí da Pirajussara, peguei a Marginal local, entrei na rua seguinte (Armando Fairbanks) e cheguei à avenida que segue para a Cidade Universitária. Dirigi 2-3 quarteirões, fiz a virada de 180 graus, peguei a mesma avenida no sentido contrário, entrei à direita de novo na Fairbanks, cheguei à Vital Brasil e segui em frente, no sentido oposto.

Ali não há retorno, somente lá na frente, perto da entrada do Instituto Butantan. Então, aproveitei, pus gasolina no carro num posto antes da rua Alvarenga; para sair dele tive de entrar na rua Camargo e teria de entrar à esquerda, depois de novo à esquerda e finalmente pegar a Alvarenga, cruzar a Vital Brasil e seguir até a Francisco Morato.

O trânsito na Alvarenga dava para ver do posto: estava um lixo. Saí do posto e decidi seguir para a Marginal e voltar para o escritório. Desisti de fazer o que queria na Francisco Morato. Fica para outro dia.

Para quem não conhece essa área de São Paulo, ela é conhecida como "gargalo da América do Sul", pois aí entra todo o trânsito que vem do sul do País, da Argentina, do Uruguai, do Chile...

E para fazer um percurso — repito: para quem conhece essa parte — extremamente curto em linha reta, não se consegue por causa do mau projeto da ponte mais velha, por causa de mãos de direção estranhas, por causa do excesso de automóveis.

E querem que o trânsito ande? Tá bão...