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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

A AVENTURA DE SE IR DE PARNAÍBA A SÃO PAULO

Estação General Miguel Costa - antiga Matadouro e Km 21

Ontem, terça-feira, peguei o carro em casa por volta das oito e meia da manhã. Cheguei à Castelo Branco no tempo de sempre - pouco menos de dez minutos, mas, quando entrei, vi o trânsito parar antes ainda do pedágio. Nas duas pistas, local e expressa. Liguei o rádio e descobri que um caminhão havia derrubado carga no Cebolão. Seriam, então, nove quilômetros de horrores para chegar a ele e seguir depois por uma Marginal Pinheiros congestionada como sempre.

Peguei o rodoanel sentido Raposo Tavares. Pouco antes da metade do caminho, onde há uma saída para Osasco e Carapicuíba que dá em lugar nenhum, o trânsito também parou. Saí então e fui para Osasco. Não havia placa indicativa de nada. Só depois de passar numa rua cheia de curvas e sem placa de nome é que cheguei a uma feira. Fui obrigado a entrar para a esquerda. Acabei indo parar de novo no Rodoanel, ou melhor, ao lado dele, sentido avenida dos Autonomistas. Tudo parado. Cheguei depois de quase 25 minutos a essa avenida, em frente à estação da CPTM General Miguel Costa - aquela que se chamava Matadouro.

Pensei: vou estacionar o carro e pegar o trem para Pinheiros. Foi o que fiz, pois a Autonomistas (leia-se estrada velha de Itu) estava parada no sentido São Paulo. Não há estacionamento algum. Parei numa paralela à avenida, na rua mesmo, e segui a pé para a estação, que, afinal, estava bem próxima. Fica em Osasco, terminando quase no rio Carapicuíba, que divide essa cidade da de Carapicuíba. Parte da plataforma fica debaixo do viaduto do rodoanel.

Estava quase vazia. Tem uma entrada única, que você já entra subindo a escada e lá em cima é que estão as catracas. Descendo de novo, a plataforma. Esperei menos de cinco minutos e o trem chegou. Entrou na estação "largando o pau", dando a impressão de que não ia parar. Parou. Entrei: estava cheio, mas ainda dava para se mexer com folga. Na estação seguinte, Quitaúna, onde ele entrou em velocidade devagar quase parando (por que a diferença?) ninguém entrou ou saiu, pelo menos no carro em que eu estava - o trem tinha oito carros.

Cheguei a Presidente Altino, onde desci; na mesma plataforma, tomei logo em seguida o trem para o Grajaú, via Pinheiros, que já estava chegando. Daí para a frente, estações quase vazias. Desci na estação Rebouças e fui a pé para o escritório - sete minutos de caminhada debaixo de um calor de pelo menos 29 graus.

À tarde, outra andada até a estação. Peguei o trem, que estava chegando ao mesmo tempo em que descia a escada rolante. Entrei. Na estação seguinte, Pinheiros, ele mandou todos descerem e seguiu, vazio. Eram cerca de cinco e pouco da tarde, por que isso? Espero outro trem, que demorou mais de cinco minutos. Desci de novo em Altino, onde outra vez na mesma plataforma tomei o trem para Itapevi. Desembarquei, claro, em Miguel Costa.

Eram seis da tarde. A estação parecia, realmente, um matadouro. Saída unica: uma escada pequena demais para tanta gente. Igualzinho a gado entrando nos caminhões da morte... mas todo mundo paciente, educado. Era, sem dúvida, o horário de pico dessa estação - eu realmente não esperava que tanta gente descesse ali.

Fui até o carro e com ele fui para casa. Perdi muito tempo nesse dia, mas tomar o trem, mesmo com o percalço na volta, valeu a pena. O problema de trânsito em São Paulo não tem solução, principalmente porque, com tantos veículos, grandes e pequenos, sempre vai ter algum que vai causar um acidente e parar tudo. Se não é no Cebolão será em outro lugar.

Eu, por mim, usaria sempre o trem. Porém, os ônibus que ligam os Alphavilles parnaibanos às estações de Barueri e de Carapicuíba dão voltas demais e demoram muito tempo para chegarem ao destino. Ir de carro é problema, pois não há locais para estacionar junto às estações.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

CHUVA - A HISTÓRIA VAI SE REPETIR?

Inundação em São Paulo em 1948. Foto O Estado de S. Paulo

Hoje choveu. Grande novidade, principalmente se analisarmos o que choveu nos três primeiros meses do ano. Arrastou boa parte da cidade para o bueiro, com lixo e tudo, com catrástrofes e inundações. Como sempre foi, só que, aparentemente, este ano foi demais da conta. Aqui e pelo Brasil afora. Lugares que nunca, ou quase nunca, inundaram, este ano viraram piscinas.

Depois, houve uma calmaria. Seca em boa parte do país, no sul, por exemplo. Em São Paulo, no entanto, não foi problemático em termos de abastecimento de água. Hoje, a chuva voltou, e com uma curiosidade: pela manhã. Começou a trovejar e depois a chuva chegou pela manhã! Não é um fato comum de se ver.

Não sou metereologista (ou meteorologista?), nem de longe. Pouco entendo de fenômenos climáticos, a não ser o básico e plhe lá. Porém, posso dizer que, pelo menos em São Paulo, raras vezes vi chuvas fortes começarem de manhã, como hoje. Geralmente começam à tarde, mais para o seu final... ou à noite ou mesmo de madrugada.

Chuva que começa pela manhã pega todo mundo de surpresa, sem capa e sem guarda-chuva. Do meu escritório na Faria Lima via as pessoas passarem correndo e se escondendo da chuva. Chuva que, como parecia que ia acontecer, prolongou-se pelo resto do dia. Não tive notícias de inundações até agora, sete e pouco da noite.

Parece, no entanto, que a cidade nada aprendeu com o problema das chuvas so último verão: a sujeira continua por todos os cantos. A varrição ou retirada de lixo não melhorou nada, de forma alguma. É claro que o lixo jogado não é o único motivo das inundações, mas posso garantir que ajuda bastante. As ruas, praças, jardins e córregos continuam imundos. A Marginal do Pinheiros, no trecho em que passo todos os dias (Cebolão-Eusébio Matoso), continua com o lixo das calçadas e a favela invadindo a pista debaixo da ponte ferroviária da CPTM. Nas guias terminais de cada lado das pistas, a quantidade de lixo (papel, pneus, plásticos, animais mortos etc) é tanta que com certeza encheria pelo menos um caminhão grande entre duas pontes.

As notícias do próximo verão, infelizmente, não serão diferentes das do último. Apenas variará em quantidade de acordo com o volume de água que deverá cair.

domingo, 11 de abril de 2010

A LINHA DA CPTM ATRÁS DO CEAGESP

Mapa da região do CEAGESP em 1976. Notar que a avenida Mofarrej (pelo menos no mapa) ainda não se encontrava com a "avenida das Nações Unidas" - aqui em aspas, pois ela estava ainda sendo construída nesse ponto e, ainda por cima, com a linha à direita dela, e não à esquerda, como está no mapa.

Quando foi aberta a linha de Jurubatuba pela Sorocabana em janeiro de 1957, a idéia era que esta linha, que partia da estação de Imperatriz Leopoldina, na Vila Leopoldina, ligasse a estação de Júlio Prestes ao porto de Santos. Na época, as cargas originadas em São Paulo ainda pareciam ter alguma relevância para a ferrovia, pois essa linha permitia a descida pela serra pois ela se ligava com a linha Mairinque-Santos na região de Engenheiro Marsilac, mais precisamente na estação de Evangelista de Souza, onde começa a descida da linha.

A linha parece ter sido um sucesso, pois nos anos 1960 quase se desativou o corredor Mairinque-Evangelista de Souza, sinal de baixo movimento nessa linha que já tinha 30 anos. Ainda bem que tal fato não ocorreu: hoje, a linha Mairinque-Evangelista-Santos é uma das linhas de maior tráfego no Brasil.

Por outro lado, o estabelecimento da linha São Paulo-Evangelista-Santos pela Sorocabana levava à implantação do transporte de passageiros também, como era costume nessa época: todas as linhas férreas existentes no País nessa época em atividade transportavam passageiros. Infelizmente, isto começou a mudar poucos anos depois.

O fato é que aquela linha da CPTM, que já há pelo menos dez anos é utilizada apenas por trens metropolitanos, hoje em bitola de 1,60 - em vez da métrica em que foi contruída - surgiu exatamente com o que restou do transporte de passageiros SP-Santos, que existiu até 1976 por aquel linha. Em 1977, o Governo do Estado iniciou os planos para mudar a linha de Jurubatuba, duplicando-a e aumentando sua bitola para novos trens e estações que iniciaram suas atividades de vez em 1981.

Atrás do CEAGESP, no entanto, entre as pontes do Jaguaré e do "Cebolão", a linha, que, como em toda a parte em que acompanhava o canal do rio Pinheiros, estava à beira do rio, teve de ser alterada: a Marginal do Pinheiros, que ainda não existia nesse trecho (até então, quem vinha por ela desde Santo Amaro era obrigado a entrar no Jaguaré e na avenida Gastão Vidigal até a ponte dos Remédios para tomar o trecho final da Marginal Tietê e ter acesso à Rodovia Castelo Branco), foi construída em 1978 margeando o rio, o que obrigou à construção de um viaduto sobre a linha antes da ponte do Jaguaré.

Para isto, a linha teve de ser "empurrada" para mais longe do rio, deixando espaço para a avenida. Lembro-me que em 1978 eu vinha do sul para o Cebolão - quando era necessário, pois eu ainda não morava em Santana de Parnaíba - eu entrava pelo Jaguaré, pegava a Gastão Vidigal e entrava à esquerda na rua Xavier Kraus, para então dobrar à direita na Marginal depois de cruzar uma passagem em nível junto à avenida Mofarrej e aí entrar no trecho já pronto da Marginal entre essa rua e o Cebolão - este também ainda em construção.

Logo depois, tanto a Marginal quanto o Cebolão ficaram prontos, bem como o leito da nova linha, agora da FEPASA. Em 1992, tudo isto passou a ser CPTM e os trens de carga foram rareando cada vez mais até desaparecerem.