segunda-feira, 26 de dezembro de 2022
POIS É, COLÔMBIA... (2022)
quinta-feira, 22 de dezembro de 2022
COM AS CHUVAS, TREM VITÓRIA-MINAS SUSPENDE TRENS DE PASSAGEIROS (2022)
ACIMA: Trem de passageiros da EFVM em estação não identificada parado em estação não identificada (Revista Ferrovíaria, foto Edesio Ferreira)
Em 20 de dezembro último (dois dias atrás) a Estrada de Ferro Vitoria-Minas anunciou no jornal O Estado de Minas que a circulação do trem estava "suspensa por tempo indeterminado".
Nos anos 1960 até os anos 1990, uma notícia como esta aterrorizava passageiros dos trens brasileiros, pois uma notícia como esta significava uma grande possibilidade de que o trem fosse suspenso temporariamente, graças ao estado das ferrovias, tanto fisicamente quanto economicamente. A lista de exemplos seria muito extensa para ser colocada aqui.
Nos meus livros "Um dia o ttrem passou por aqui" e "O desmanche das Estradas de Ferro Paulistas", o tema é abordado de forma contundente.
A prática de encerramento de atividades continuou de forma que, hoje, somente existam raríssimos trens de passageiros - o Vitória-Minas é um deles. E não vai parar por causa desde aviso do dia 20 de dezembro: o fato ocorreu devido às intensas chuvas que caíram sobre Minas Gerais durante a semana, com alagamentos e desbarrancamentos em certos trechos. Não consegui notícias dos lugares onde isto tenha ocorrido, mas parece que a região de Governador Valadares tenha sido uma delas.
O tempo previsto é indeterminado, pois os reparos na linha não seriam poucos e tomariam algum tempo. Se a chuva parar, os reparos serão mais rápidos. A Vale, proprietária da linha, informou também que o ramal de Nova Era a Itabira também está com o tráfego suspenso.
Os trens de passageiros que existem hoje, além do já citado, são o da ferrovia de Carajás, no Maranhão e Pará, alguns trens turísticos que rodam em fins de semana (geralmente em trechos curtos) e os trens metropolitanos, que em muitos casos são sobreviventes de trechos maiores que foram encerrados, sobrando apenas os trechos urbanos e dividem as atividades com os metrôs (São Paulo, Rio de Janeiro e outros).
Sempre vale a pena citar que muitas ferrovias de longo alcance seguem operando somente com trens cargueiros. A própria Vale também opera com cargueiros (aliás, sua principal fonte de renda no setor de transportes), mas existem outras em Minas, São Paulo, Rio de Janeiro e em outros Estados que operam apenas com trens de carga. (MRS, Rumo, VLI, Transnordestina e outras).
segunda-feira, 19 de dezembro de 2022
COMO MANTER UM SITE SEMPRE ATUALIZADO? (2022)
A estação de Estrela do Oeste, fotografada por mim em agosto deste ano. Claro, abandonada como a maioria. Construída pela E. F. Araraquara e fechada por volta de 2000
Não sou uma pessoa que se atualiza constantemente em termos de informática. Tenho um site, o www.estacoesferroviarias.com.br e um blog, o mesmo que você está lendo agora.
Talvez tudo que garimpo para conseguir informações poderia ser feito de formas mais rápidas e eficientes. Por diversos motivos, isto não acontece, Leitores do meu site, por vezes, dão-me a impressão de que eu tenho um grupo de pessoas que me ajudam na parte burocrática o site. Não é o caso. Sou eu e mais ninguém fazendo uploads de materiais conseguidos de terceiros que me contatam de forma mais ou menos frequentes.
O fato real é que gosto de fazer o site e o blog. Nos últimos quatro anos, a postagem neste blog foi muito pequena. De fevereiro de 2021 a novembro deste ano não houve postagem nenhuma de minha parte. Porém, os uploads no site de estações ferroviárisa do Brasil foram praticamente dierios (embora as atualizações no site em si sejam geralmente mensais, com poucas exceções.
Uma estação pode estar em perfeito estado num dia e, em outro, virar cinzas por causa de incêndios geralmente involuntários. Por isto, o ideal seria ter ou colher informações de forma pelo menos mensal. Mas são quase 5 mil estações pelo Brasil afora. Como conseguir isto?
Neste ano que está acabando (2022 - hoje, 19 de dezenbro), visitei pessoalmente pouquíssimas estações. Piracicaba Paulista foi uma delas. Jundiaí foi outra.
A estação de Catanduva, fotografada em 23 de janeiro deste ano por mim, quando "fugi" do meu trajeto original para ver a estação a qual eu somente conhecia por fotos de terceiros.
Entre 2018 e agora o número diminuiu muito, por muitas razões. A que mais influiu foi a pandemia de Covid-19, que me fez parar de tomar trens, ônibus e metrô. Problemas de saúde familiar também pesaram muito. Moro a 35 quilômetros da Praça da Sé e hoje viajo pouquíssimo a São Paulo; resido em Santana de Parnaíba, cidade a noroeste da Capital, nos limites da área metropolitana, também chamada de Grande São Paulo. E as estações da CPTM e de metrô não chegam até aqui. Por isto os ônibus que citei e há de se usá-los para chegar às estações mais próximas.
Portanto, Barueri e Carapicuíba, que eram as que eu mais utilizava para ir a São Paulo, onde tomava as linhas de metrô ou da CPTM. Nem estas eu visitei recentemente, a não ser quando saio de carro (e o preço da gasolina pesa muito!) e eventualmente passo na frente de uma estação da CPTM. Dá para conferir que elas estão "vivas", claro, mas só isto. Estação de metrô eu não fotografo, por um motivo simples: boa parte delas são subterrâneas e em muitas delas nem a parte superior à rua indica algo de expressivo. Quem sabe um dia...
Apesar de tudo isto, fui a algumas estações do interior não por que eu quisesse especificamente vê-las (como fiz diversas vezes nos anos 1990, 2000 ou 2010), mas sim por que outro compromisso me fez ir até lá. Aproveitei para conferir as estações, claro. Foi assim em Piracicaba e Jundiaí. Em Catanduva, entrei na cidade, já que estava na estrada... e também fui a Estrela D´Oeste, onde estava uma das estações a qual eu jamais havia visitado. Porém, também estive em Campinas para um casamento e não consegui nem um tempinho para visitar a estação central, ou mesmo Anhumas...
Bons tempos aqueles em que eu era mais jovem e "caçava" estações ferroviárias, a grande maioria já desativada, passando um, dois ou três dias fora, atolando o carro, andando no meio de canaviais, conversando com muita gente que tem sempre muito a contar.
quarta-feira, 14 de dezembro de 2022
ALGUNS RESQUÍCIOS DE UMA HISTÓRICA VILA MARIANA (2022)
Sobrados geminados construídos provavelmente nos anos 1920 ou 1930 na rua Pelotas.
Pois é, eu não tenho saído muito de casa ultimamente, mas ontem eu e minha esposa conseguimos uma escapadinha até o bairro de Vila Mariana.
Para mim, uma das mais bonitas regiões da cidade de São Paulo e que, como outras, está sofrendo nas mãos das construtoras de apartamentos.
Casas de diversos tipos preservadas na rua Pelotas, defronte so Shopping Center Pelotas
Estivemos na região da rua José Antonio Coelho, talvez uma das regiões mais antigas do bairro. No final do século XX, o senhor citado acima loteou o enorme terreno que possuía às margens do então chamado Caminho do Carro para Santo Amaro, que ligava o ponto extremo da rua da Liberdade ao centro do bairro de Santo Amaro (que, na época, era um município não pertencente à Capital do Estado).
Este "caminho" teria parte de seu trecho coberto por uma linha férrea (o lendário Tramway de Santo Amaro) a partir de 1886, trem este que era puxado por burros e logo depois por uma locomotiva a vapor.
O Caminho, renomeado como rua Domingos de Moraes em 1886, e a ferrovia seguiam juntas até o ponto onde se separavam no cruzamento com a atual rua Luis Goes. Ali, a ferrovia seguia então pela estrada do Jabaquara, passava por onde depois seria construído o Aeroporto de Congonhas; já o Caminho foi mais tarde renomeado como rua Senador Casemiro da Rocha a partir da rua Luis Goes. Ambos se encontravam no centro de Santa Amaro por dois trajetos não tão óbvios nos dias de hoje.
Casas originalmente de uso residencial na rua Humberto Primo, quase em frente à rua Pelotas
Enfim, com as novas perspectivas de comunicações e novos caminhos, a venda de terrenos principalmente com lotes para a construção de chácaras prosperaram por décadas.
Primeiro, as chácaras; depois, as residências assobradadas ou com chalés, formaram-se em área muito maior do que a original vendida por Coelho. As construções de um ou dois andares viraram maioria no bairro.
Ainda pode se encontrar em suas ruas casarões desta época, que por um motivo ou outro, tornaram-se residenciais e ou comerciais. Desde os anos 1970, no entanto, os edifícios de mais de dez andares foram dominando a paisagem e o preço pago por isto foi a demolição de inúmeras casas que deixaram delas somente a sua história, isto, quando conseguiram. Eu conheci muitas delas, tanto internamente quando esternamente. Monumentos de imensuravelmente foram arrasados com os prédios de concreto que se instalaram por ali.
Acrescento a este relato algumas fotografias, tomadas por mim nesta terça-feira, de casas sobreviventes dessa época, hoje já centenária.
domingo, 11 de dezembro de 2022
FALTA DINHEIRO NO BRASIL, MAS PREFEITURA ANUNCIA SHOW COM DINHEIRO PÚBLICO (2022)
Na recomendação, o MP destacou também
as regras infraconstitucionais que regulamentam a contratação de shows e
espetáculos artísticos pela administração pública.
A Prefeitura de Timon informou
que o show terá o custo total de R$ 350 mil e que já enviou esclarecimentos ao
Ministério Público quanto à realização do evento. Além disso, afirma que a
organização das festividades está de acordo com as normas e requisitos legais
do Estado. (nota deste autor: mas e o bom senso que deveria prevalecer, não é colocado na discussão e nos argumentos?)
"A Prefeitura destaca também a
importância socioeconômica das atividades culturais comemorativas do
aniversário da cidade, com fomento do turismo regional e incremento da economia
formal e informal, e que está com 100% da cobertura vacinal completa (duas
doses) para o público acima de 12 anos de idade, além de seguir cumprindo todas
as medidas sanitárias preconizadas", finaliza o comunicado.
Nas redes
sociais, muitos seguidores
criticaram a decisão e reivindicaram melhorias no município.
"Calçamento das ruas não tem, mas dinheiro pra gastar com show...", escreveu uma internauta. "Esse dinheiro que vai dar pra ele deveria [ser usado] para comprar remédios para os postos de saúde, fazer um asfaltamento de qualidade para as ruas de Timon, para a educação", escreveu outra.
"Eu quero saber quando vão colocar
iluminação na minha rua. Gasta dinheiro com isso e as melhorias pra população
nada, né?", criticou outra seguidora.
Porém, houve quem comemorou o anúncio do evento. "Nossa cidade precisa de eventos
como esse, de grande proporção, os responsáveis estão de parabéns", disse
um seguidor."Já tô é lá. Eu amo minha cidade,
nunca reclamei", elogiou outro. Evidentemente há quem prefira ficar sem calçamento e iluminação para assistir um show. Uma pena, mesmo.
Os leitores que julguem. Em tempo: não faço a menor ideia de quem seja o cantor João Gomes. Merecerá ele o dinheiro que poderia ser empregado na infraestrutura do município?
sexta-feira, 9 de dezembro de 2022
ENCHENDO AS BURRAS DE DINHEIRO... (1879)
No já distante ano de 1879, os jornais traziam anúncios sobre a importação de burras.
Não, não se tratam de burros fêmeas.
"Envher as burras de dinheiro"... Não sabe o que significa a expressão? São simplesmente... os cofres de hoje, que se diferenciam apenas pela sua tecnologia muito superior.
Hoje em dia o pessoal guarda valores também debaixo do soalho do colchão e dentro das cuecas, em certos casos.
terça-feira, 6 de dezembro de 2022
PIRACICABA, SP: UMA CASA NA LOTERIA (1955-2022)
Em 1955, o Esporte Clube XV de Novembro da cidade de Piracicaba, SP, precisava reformar seu estádio de futebol e, para isto, resolveu realizar uma tômbola (bingo) para arrecadar dinheiro.
Os cinco primeiros sorteados levariam um dos seguintes prêmios: um sobrado na rua Tiradentes, um rádio RCA, uma máquina de costura, uma enceradeira elétrica e um liquidificador Walita.
Supondo que todos estivessem em dia com o pagamento, cada um receberia o seu prêmio.
Não sei quem foram os ganhadores, mas, pelo menos, a casa ainda existe em 2022.
sábado, 3 de dezembro de 2022
VILLA FRIBURGO, SÃO PAULO (1924)
Anúncio publicado em 25 de outubro de 1924 no jornal O Estado de S. Paulo.
E um novo loteamento surgia há cem anos, no município de São Paulo. Ôpa, de São Paulo, não! Município de Santo Amaro, isto sim, mas que em 1934 seria embargado pelo de São Paulo para poder espalhar o crescimento da Capital - como se fosse necessário englobar municípios que rodeavam a Capital para trazer o desenvolvimento às regiões então ainda remotas do centro da cidade de São Paulo.
A Villa Friburgo surgiria praticamente ao lado do rio Pinheiros e da então novíssima represa da cidade, construída pela Light.
Mais uns quinze anos e surgiria quase ao lado o Autódromo de Interlagos.
A características do bairro, a julgar pelo anúncio, era construir um loteamento de alto padrão para concorrer para os novos bairros Jardins América e Jardim Europa, estes vendendo muito rápido os seus terrenos, bem mais próximos, então, da suntuosa avenida Paulista.
Notem o traçado das ruas, de certa forma copiando os bairros mais chiques. As ruas emprestavam os nomes de cidades da Suíssa - na época, ainda escrita com dois "ss".
Comparar o bairro com a planta de ruas de São Paulo não é tão simples assim, já que não fui conhecer o bairro para fazer este artigo. Algumas ruas mudaram de nome, outras parecem que foram eliminadas do mapa original e não são tão fáceis de serem reconhecidas pelos leitores de hoje.
Não é tão simples encontrar as mesmas divisas do loteamento original na vista aérea de dezembro de 2022. Notar à direita o leito do rio Pinheiros (Google Maps)
Por exemplo, hoje uma parte da divisa do loteamento com outros que vieram depois é a avenida Rio Bonito, a qual conheci ainda com o nome de Estrada do Rio Bonito. Outra é a avenida dos Lagos, que surgiu mais tarde para abrir a passagem da Villa Friburgo para arruamentos que vieram depois em terras ainda virgens em 1924.
O mapa de ruas de hoje mostra alguns empreendimentos comerciais do bairro (Google Maps).
A ideia é de apenas mostrar como se pode descaracterizar, intencionalmente ou não, desenhos de vias e de terrenos. Eu conheci o bairro, mas há vários anos não apareço pessoalmente por lá. A ideia é apenas matar minha curiosidade de comparação, sm buscas por dados que tenham feito o bairro evoluir (ou involuir) para o que é hoje.
Hoje, o bairro é mais conhecido por Veleiros, certamente por estar próximo à represa, que, na época, era mais limpa do que é hoje.
quinta-feira, 1 de dezembro de 2022
BRASIL: ENTRA GOVERNO, SAI GOVERNO E TUDO CONTINUA IGUAL (2022)
Repetindo o título: "entra governo, sai governo", o Brasil nunca muda nada mesmo em tempos de penúria.
A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo aprovou o aumento de 50 por cento (CINQUENTA POR CENTO!) para o sucessor do atual Governador, que será empossado em 1º de janeiro de 2023, para seu vice e tambám para os secretários que tomarão posse na mesma data.
Quem teve aumento deste tamanho neste Estado? Eu não tive, como aposentado. Nem vou ter. Os aposentados, em geral, não terão. Os trabalhadores comuns também não. Os que vivem de salário mínimo também não terão.
Este aumento, se aprovado pelo governador, tanto pelo atual, que somente deixará o cargo no final deste ano, como pelo seu sucessor Tarcisio de Freitas. O próximo governador terá seu salário elevado de R$ 23 mil para R$ 34.500,00.
Este tipo de canalhice tem sido aprovado pelos antecessores do cargos já há vários anos.
Claro, o Governador pode vetar.
Alguém acredita que ele vetará?
Qual a dúvida no caso da eterna situação: o Brasil precisa economizar e cortar gastos. Precisa desenhar?
Como poderão alegar que falta dinheiro para saúde, educação e segurança? Lembremo-nos que a Polícia Militar, apesar de ser bastante eficiente por aqui, é uma das mais mal pagas no País!! Saúde, é a eterna desgraça. Educação, a educação? Quem se preocupa como esta?
sábado, 26 de novembro de 2022
ONDE ESTÁ O NÚMERO DO IMÓVEL QUE VOCÊ PROCURA?
Há alguns dias, um leitor do jornal O Estado de S. Paulo escreveu para a seção "São Paulo Reclama", contando a sua dificuldade de quem anda por São Paulo (cidade), principalmente à noite, para procurar um determinado endereço. A maioria dos imóveis, principalmente os novos, não ostenta em sua fachada o número que identifica o local.
Se é mesmo a maioria, não sei, mas, que são muitos, são. E se são principalmente os novos, acredito que, também neste caso, isto ocorra com muitos deles.
É uma situação que eu tenho já há anos, quando me aventuro pela urbe paulistana procurando (mesmo durante o dia) números que não existem ou que são mal colocados.
O jornal respondeu o que a Prefeitura informou a ele: que no decreto 49.346, de 2008 (e, certamente, decretos anteriores a este, que é relativamente recente) "todos os imóveis situados no município devem ter seu emplacamento numérico efetuado em padrão e locais visíveis". O jornal não escreve, mas deveria, talvez, fazê-lo, perguntar aquela famosa frase muito usada por nós há anos: "Entendeu? Ou quer que eu desenhe?"
Será que esta fiscalização existe por parte da Prefeitura? Ou serão tantos casos que ela não dá conta das autuações?
Aliás, já que estamos falando disto, que tal incluir as placas das ruas, muitas desaparecidas, ou invertidas, ou completamente tortas, ou ilegíveis, ou mesmo não existentes, fatos que também dificultam as coisas para motoristas e pedestres?
Finalmente, lembrar que o problema de placas numéricas e/ou de ruas citados acima também ocorrem em praticamente todas as cidades da Grande São Paulo, com mais 39 prefeituras envolvidas.