quinta-feira, 3 de novembro de 2016

O METRÔ DE SÃO PAULO EM 1964


Em azul: metrô de 1964; em vermelho: Cantareira; em preto: metrô como é hoje.

Uma notícia de jornal publicada pelo O Estado de S. Paulo de 1964 mostra uma linha de metrô bem diferente com relação à que foi efetivamente construída, a Norte-Sul, atual linha 1.

Aqui era mostrada como seria a linha entre o centro da cidade (onde passava pelo vale do Anhangabaú e não pela Praça da Sé e Largo São Bento).

"A linha norte do metropolitano vai desenvolver-se em subterrâneo pelo Parque Anhangabaú, cruzará em nível inferior o leito da Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, alcançando a avenida Tiradentes. Emergirá logo adiante, junto à rua Jorge Velho, e seguirá em elevado, primeiro pela rua Pedro Vicente e segundo, pela avenida Cruzeiro do Sul.

No final desta avenida cruzará o outeiro de Santana, em túnel de 243 metros de extensão, aproximadamente, seguindo por faixa sem acesso através de miolos de quadras, cruzará em nível superior a rua José de Debieux e, num segundo túnel de mais ou menos 280 metros de extensão, passará pelas ruas Arthur Guimarães e Manoel Soveral, emergindo depois na encosta esquerda do pequeno vale paralelo à rua Voluntários da Pátria. Atingirá a seguir a estação do Mandaqui do ramal da Cantareira, cruzando por cima a avenida Mandaqui, cujo plano de abertura foi aprovado pela lei 6.076, em 1962. Desse ponto acompanhará aproximadamente o leito da referida estrada de ferro até as imediações do Horto Florestal."

Interessante notar que, dessa forma, o metrô seria praticamente uma retificação do Tramway da Cantareira, até pelo menos próximo à estação do Tremembé.

A linha 1 do metrô atual seguiu a Cantareira apenas entre as avenidas Prestes Maia e o túnel da linha em Santana. Depois, desviou para leste e pegou apenas um pequeno trecho da ferrovia, mas no ramal de Guarulhos, entre a Parada Inglesa e o Tucuruvi.

Por que terá havido a modificação?

Um comentário:

  1. Primeiro projeto oficial da Companhia do Metrô, em agosto de 1967, publicado no Estadão em 27.08.67. Quase nada foi mantido. A continuação da linha norte-sul, para o Tucuruvi, por exemplo, sairia da estação "Cruzeiro do Sul" (nome mais bonito que Carandiru) que teria a mesma função da Areal, da Cantareira:

    http://acervo.estadao.com.br/pagina/#!/19670827-28335-nac-0022-999-22-not

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