sexta-feira, 18 de abril de 2014

FERIADO: A CASTELO BRANCO E A SOROCABANA

A linha da Sorocabana após Amador Bueno, última das estações originais em que o trem da CPTM para hoje. Mato, trilhos enterrados... Aqui havia duas linhas, trens indo e vindo do interior eletrificados... (Foto Anderson Alves)
Feriado de sexta-feira santa. Hoje.

Tive de ir a São Paulo pela Castelo Branco, para a região de Moema. Saí de casa por volta de 9 horas. A rodovia, no sentido interior, estava lotada de carros desde o km 14 (ela começa no Cebolão no km 13), pelo menos até o Alphaville, de onde saí (km 23). Congestionamento, ferrado. Velocidade de cruzeiro: tipo 5 km/hora.

Demorei um pouco. Por volta de onze e meia, depois de voltar por Osasco  Estrada Velha de Itapevi até o Santa Rita (onde existe a estação da CPTM) para deixar uma pessoa, voltei à Castelo Branco, mas, desta vez, no trevo de Jandira (km 29). Sem problemas, exceto o caminho maior. Eu não queis me meter na bagunça da Castelo.

Quando cheguei à Castelo Branco de volta no km 30, a pista no sentido do interior continuava lotada. Olhei para o sentido interior e vi que até o pedágio do 31, pelo menos, estava tudo parado. Um caos. Para Alphaville, km 23, eu não tive nenhum problema. No sentido contrário, de novo: caminhões, ônibus e automóveis se arrastavam.

Cheguei em casa, e vi na televisão que a estação rodoviária de São Paulo estava um caos. Todos reclamando de filas no banheiro, falta de lugar para sentar, preço das refeições. Parte desse pessoal iria, claro, seguir pela Castelo Branco, também.

Além da Castelo Branco, para a zona da Sorocabana, ou seja, oeste, existe uma alternativa: a Raposo Tavares. Que, segundo soube, estava horrorosa também.

Engraçado. Até vinte anos atrás (na verdade, mesmo, até quinze anos atrás), existia uma estrada de ferro, chamada de Sorocabana, que atendia boa parte do sul do eoeste paulista, região do rio Paranapanema. Isto, fora a Paulista, que atendia a região de Bauru, Marilia, Garça, Tupã. Mais ao norte, a região de Avaí, Lins e Araçatuba era atendida pela Noroeste. E mais ainda ao norte, mas ainda para o oeste, seguia a Araraquarense, que atendia a região de Taquaritinga, Catanduva, São José do Rio Preto e Fernandópolis.

Hoje, nada mais disso existe. Parte das ferrovias está abanonada e parte ainda transporta cargas. A mais movimentada é a ex-Araraquarense.

Na região da Castelo Branco de hoje, era mesmo a Sorocabana. Botucatu, Bauru, Avaré, Ourinhos e Presidente Prudente, além do Norte Paranaense, Londrina, Maringá.

É certo que a inauguração da Rodovia do Oeste (a Castelo Branco) e o asfaltamento da Raposo Tavares após a Segunda Guerra Mundial (aos poucos, somente terminaram o asfaltamento no final dos anos 1960) diminuiu o número de usuários nos trens da Sorocana. Idem para as cargas. Porém, a frequência de passageiros para o oeste paulista ainda era alta até os anos 1990.

Mesmo assim, a linha São Paulo-Presidente Epitácio deixou de transportar passageiros no iniciozinho de 1999, que foi quando a FEPASA entregou a concessão para a FERROBAN, hoje ALL.

Houve tempos em que os carros da Sorocabana chegaram a ter vinte carros por comboio. E eram pelo menos três trens por dia. Claro que tiravam gente das estradas.

Hoje, não tem jeito. É ficar na estrada, de carro, de ônibus... nada como a liberdade de uma linha de trem, que não sacoleja, que ainda sem parar (a não ser alguns minutos de estação)...

Quando nossos governantes vão acordar? É uma vergonha, um erro, uma desgraça, um absurdo!

Mesmo assim, fico imaginando a estação Julio Prestes, hoje, sem loja e restaurante nenhum, cheia de passageiros famintos. Está bem, os trens hoje sairiam da Barra Funda - mas esta já está saturada hoje. Em dias de feriados...


8 comentários:

  1. Quando nossos governantes vão acordar? Quando puxarmos com força seus travesseiros e acendermos a luz nas suas caras! Mas os que se indignam somos nós, cinquentões sessentões já com a energia um tanto exaurida... Onde estão os jovens a quem competiria fazer isso?, pergunto.

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  2. Os jovens nem sabem o que quer dizer Sorocabana, nunca viajaram de trem no Brasil, viagens maravilhososas e muito mais confortaveis do que onibus ou avião

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  3. Se ainda tivéssemos os nossos Trens de Passageiros de Longo Percurso em São Paulo, muito provável eles partiriam mesmo da estação Barra Funda, para as cidades do interior e quem sabe, também ao litoral.

    Assim como existe uma estrutura que não é excelente, mas funcional da Rodoviária em anexo a Estação Metro - Ferroviária, com praça de alimentação e caixas eletrônicos, essa serviria também aos passageiros dos Trens.

    Ok;
    ERRONEAMENTE PELA NÃO VONTADE POLÍTICA, NÃO TEMOS MAIS OS TRENS DE LONGA DISTÂNCIA. MAS GESP / STM / CPTM, PELO AMOR DO BOM SENSO DE DEUS, LEVEM OS SERVIÇOS DA EXTENSÃO OPERACIONAL DA LINHA 08 DIAMANTE DA CPTM, QUE VOLTOU A OPERAR ATÉ AMADOR BUENO EM ITAPEVI, UM POUCO MAIS A FRENTE, ATÉ SÃO ROQUE E MAIRINQUE!!!

    AO MENOS, SERVE DE OPÇÃO AS PESSOAS DESSA REGIÃO, QUE DEIXARIAM DE ENGROSSAR O CALDO DO TRÂNSITO DIÁRIO DA RAPOSO "TRAVARES" E CASTELO BRANCO!

    AS ESTAÇÕES DE SANTA RITA E AMADOR BUENO EM ITAPEVI, SÃO DE ESTRUTURA SIMPLES, MAS E ORDEM, FUNCIONAL.

    OS TRENS DA EXTINTA FEPASA QUE FORAM REFORMADOS PARA OPERAR NESSE TRECHO (ITAPEVI / AMADOR BUENO), ESTÃO EM ORDEM, CONSERVADOS.

    AO INVÉS DE CORTAR OS DEMAIS NO MAÇARICO COMO SUCATA, COMO JÁ FORAM CORTADOS ALGUNS, REFORMEM OS MESMOS. E LEVEM A ESTRUTURA QUE CHEGOU EM AMADOR BUENO, ATÉ SÃO JOÃO NOVO, MAILASQUE, SÃO ROQUE E MAIRINQUE!

    A POPULAÇÃO DESSA REGIÃO E OS QUE PRECISAM SE DESLOCAR ATÉ LÁ, AGRADECERIAM E MUITO, PELA POSSIBILIDADE DO DESLOCAMENTO VIA TREM!...

    EU SEI QUE É DIFÍCIL, MAS AO MENOS UMA VEZ TENHAM, BOM SENSO E PRIORIZEM OS INTERESSES DO COLETIVO, MEUS CAROS ILUSTRES GESTORES, POLÍTICOS E AFINS!...

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  4. Ah, como gostaria de viajar para algum interior de trem. Me perguntava como estaria a linha após Amador Bueno algum tempo atrás. Assim como algumas vezes vi a linha após Jundiaí, me entristeço por saber que está tudo largado e que nossos governantes não fazem nada.

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  5. Hoje, infelizmente, não dá apenas para colocar os trens de passageiros de volta em operação: é preciso refazer as linhas inteiramente, não apenas por causa da conservação inexistente que a ALL faz, mas também para retificar os traçados e eliminar as curvas, deixando o traçado o mais reto quanto possível, além de utilizar trilhos de alta capacidade para prevenir quaisquer eventualidades. Com traçados mais retos, poderiam ser implantados trens de média - alta velocidade, que atingissem até 180/200 Km/h, permitindo assim viagens bem mais rápidas e confortáveis para muitas cidades. As linhas existentes que ainda são utilizadas estão cheias de trens de carga, e tanto a ALL quanto a MRS não querem "intrusos" no seu espaço, de modo que o certo é praticamente refazer tudo novamente, aproveitando faixas de domínio que possam ser compartilhadas para mais de uma linha, e criando novos trajetos. Se o Brasil tivesse deixado as suas ferrovias evoluírem, isso teria ocorrido ao longo dos anos, mas como não o fez, eis agora o tamanho da encrenca que temos de aturar...

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  6. Eduardo, sei de tudo isso, porém, as linhas da EFS especificamente têm uso mínimo hoje em dia. Sem duvida haveria de se construir vatios trechos novamentem para aguentarem trens novos e sua velocidade e se possivel para sefregar da cargas... que, nesse caso, repito, são pouquissimas hoje.

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  7. Ralph, se após Amador Bueno a linha está sem condições de tráfego, mais para o interior, em Sorocaba por exemplo, trafegam trens de carga? Quando estão no sentido para a capital, qual o caminho que percorrem, já que não dá para fazer o caminho por Amador Bueno, Itapevi, Jandira...?

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  8. Mario - após Pantojo e até Pres. Prudente há carga, depende do trecho. Depois de Pre. Prudente parece que somente auto de linha. Entre Amedor e Pantojo, atualmente, nada.

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