Em 2006, o presidente Lula estava todo entusiasmado, buscando a reeleição, e dizia que "ninguém segurava as ferrovias do Brasil", como se pode ver abaixo, neste início de artigo da Revista Ferroviária de junho desse ano.
Na mesma revista, outra reportagem mostrava que, no caso da Transnordestina, ele "queria que ela saísse em três anos". Veja abaixo:
Hoje, seis anos depois disso, a realidade é bem outra. É só ler a reportagem abaixo transcrita ipsis-literis de um jornal do Nordeste sobre a Transnordestina. Vejam bem: é bem verdade que isto não é uma crítica específica ao Sr. Luiz Inacio. É uma crítica à maior parte dos presidentes do Brasil desde sempre, que sempre anunciaram muito mais do que podiam e queriam fazer. Infelizmente, o Lula e depois, sua sucessora, a Dilma, são apenas mais dois na lista de governantes que agem da mesma forma que seus predecessores.
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Transnordestina anda lentamente nos trilhos (Transcrito do Diário do Nordeste de 04/10/2012)
As desapropriações, antes apontadas como principal entrave das obras da
Transnordestina no Ceará, já estão, em boa parte, resolvidas, mas o projeto
ainda anda a passos lentos no Estado. Já foram desembolsados R$ 11,1 milhões,
de um total previsto de R$ 14,8 milhões com estas desapropriações, mas o maior
trecho cearense do empreendimento, que leva os trilhos de Missão Velha ao
Pecém, ainda está com apenas 4% de sua infraestrutura concluída, segundo aponta
o último relatório do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Em virtude dos problemas que já enfrentou, a ferrovia, inicialmente
programada para 2010, só deverá estar pronta em 2015, ou mesmo depois. O único
trecho que avançou por aqui foi o que leva de Salgueiro, em Pernambuco, a
Missão Velha, em um trajeto de 96 quilômetros, que foi recentemente concluído.
O maior trabalho é o que se segue a este, percorrendo 527 quilômetros até o
Porto do Pecém. E é exatamente este o mais atrasado de toda a ferrovia. Além da
execução lenta da infraestrutura, as chamadas obras de arte especiais estão
ainda com 1%, somente, concluído.
De acordo com a Secretaria de Infraestrutura do Estado (Seinfra), já foram
desapropriados, até o momento, 409 dos 527 quilômetros do trecho, o que
representa 77% total.
O desembolso foi feito por meio do convênio entre o Estado e o Departamento
Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). O Estado participa com 10%
desse montante. A Seinfra é a responsável pelas negociações e desapropriações
necessárias.
Do trecho ainda em execução, foram desapropriados 200 quilômetros de Missão
Velha a Piquet Carneiro e outros 200 quilômetros deste a Aracoiaba. Deste
município ao Pecém, foram avançados 9 quilômetros. Ainda faltam 109
quilômetros.
A ferrovia Nova Transnordestina é um dos maiores projetos em curso do
governo federal, ligando os portos de Pecém (Ceará) e Suape (Pernambuco) ao
cerrado do Piauí, no município de Eliseu Martins, com 1.728 quilômetros de
extensão.
Processos de troca de empreiteiras, demora nos repasses de recursos da União
e problemas em desapropriações arrastam o andamento das obras, que podem ser
entregues com mais de cinco anos de atraso.
Inicialmente orçado em R$ 4,8 bilhões, o projeto já está, atualmente,
estimado em R$ 8,2 bilhões, de acordo com informação do ministro da Integração
Nacional, Fernando Bezerra Coelho, divulgada na semana passada, em visita a
Pernambuco.
O projeto está sendo controlado pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).
Desde terça-feira da semana passada (25/09), a reportagem está em contato com a
assessoria de imprensa da empresa para buscar informações sobre o andamento das
obras no Ceará, contudo, até ontem, não foi fornecido nenhum esclarecimento.
Recentemente, no entanto, Tufi Daher Filho - que está deixando a presidência
da Transnordestina Logística S.A., passando o cargo ao economista carioca
Angelo Baptista - informou à imprensa que o avanço das obras no Ceará ainda
está à espera das contratações de novas empresas para o empreendimento.
Atualmente, o trecho de Missão Velha a Aurora segue em ritmo lento, e o
restante está parado. A expectativa dele é de que, até o fim deste ano, os
trabalhos sejam continuados.
sexta-feira, 5 de outubro de 2012
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