sábado, 14 de julho de 2012

PREVENDO O FUTURO

Outro dia uma amiga me enviou uma fotografia que mostrava o painel do automóvel DeLian (era assim que se escrevia?) do Michael J. Fox no segundo filme da série "Back to the Future" com a data que ele marcava quando chegava ao futuro: 11 de julho de 2012.

Era hoje! Ou melhor, era aquele dia - que foi a última quarta-feira. Porém, a situação era muito diferente da que o autor previa. Não haviam aqueles skates sem rodas que flutuavam no ar, nem aqueles cinemas que anunciavam filmes com os anúncios externos em animações em três dimensões. Muito menos eliminaram os advogados, o que fae com que o julgamento do "herói" fosse realizado no dia seguinte ao delito. E "otras cositas mas". Minha resposta foi: "quero meu dinheiro de volta, não acontece hoje nada disso".

E daí? E daí, nada! Como sempre, quando se prevê o futuro, acerta-se alguma coisa e erra-se quase tudo. Por que? Bom, não é tão difícil assim responder: a previsão do que vai acontecer sempre se baseia, por mais que o vidente tente fazer de outra forma, na situação atual. Ou seja: as tecnologias evoluem, mas o que as pessoas pensam não. Como isto realmente não acontece, ou seja, a mentalidade das pessoas e a forma de vida sempre se altera - e, hoje em dia, cada vez mais rápido - de forma a que qualquer previsão entra por linhas de tempo de possibilidades cada vez mais infinitas.

Vejamos velhas previsões. Dizem que Julio Verne acertou muitas das tecnologias futurísticas em seus livros, mas reparem: acertou alguns conceitos, pois as coisas em seu entorno pouco se alteravam. Os Jetsons, desenhados nos anos 1960, previram coisas engraçadas, mas que não aconteceram nos cinquenta anos seguintes: casas e não prédios suspensos em alturas enormes por um pilar central e carros voadores, comidas em pílulas, videofones (estes existem hoje, através dos celulares e computadores, mas quantas pessoas usam?). E, reparem - não havia computadores.

O mundo atual como o vivemos tem televisão, rádios, telefones fixos e móveis (celulares), automóveis, trens, ônibus, aviões e computadores. Se olharmos para trás, há cinquenta anos tudo isso já fazia parte de quem vivia uma vida "normal", exceto os telefones celulares e os computadores. Estes últimos, por sua vez, existiam, mas eram restritos a grandes empresas.

Recuemos cem anos - 1912 - e desde aí, sim, as mudanças foram muitas. Havia poucos telefones fixos e poucos automóveis; muitos trens. Porém, as distâncias já podiam ser percorridas em muito menos tempo do que cinquenta anos antes disso (1862).

Lembro-me de ter visto uma figura de previsão da cidade de Paris para 1950, desenhada por volta de 1890. Uma cidade cheia de fios em muitos postes, onde todos ainda se vestiam da mesma forma que em 1890 e havia o perigo de se tropeçar em fios, que cobriam toda a vista das sacadas das casas. Quem reclama da fiarada de São Paulo nos postes (fiação enterrada aqui exste em pouquíssimos bairros e ruas), fica com o consolo de que a Paris do futuro ano de 1950 tinha-os em quantidade muito maior.

Portanto, com a tecnologia evoluindo de forma cada vez mais rápida, com as ideias políticas alterando-se velozmente, a educação indo para o buraco e a criminalidade aumentando junto com a permissividade sexual, com as minorias reivindicando tantos direitos que os preconceitos tendem a aumentar cada vez mais em vez de diminuir, com as ideias de ecologia tentando modificar o mundo onde as pessoas não querem perder as facilidades conquistadas para "salvar o mundo" e os capitalistas não têm interesse nenhum em adotar as teorias "sustentáveis" pois isso significa muito mais gastos, podemos prever que é impossível prever a semana que vem, imaginem os próximos cinquenta anos.

Por isso, sigam meu conselho: não acreditem em previsão alguma de nada" Nem as catastrofistas, nem as de promessas de paraísos, nem em que absolutamente nada mudará. Apenas sentem e, se quiserem, façam suas apostas na bolsa de apostas de Londres, que aceita qualquer coisa. E espere para ganhar ou perder dinheiro daqui a alguns anos quando tudo se abrir para você.

3 comentários:

  1. Caro Ralph
    O automóvel do filme era um DeLorean.

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  2. Outro dia, ao se abrir uma "cápsula do tempo", na forma de uma edição de 1917 do Guia Levi resgatada de um sebo, caí de costas ao ver que o tempo de trajeto entre Santos e Itanhaém pouco mudou num século, situando-se em torno de duas horas... tanto faz maria-fumaça ou de Lorean: por via terrestre as coisas não mudaram. Por ar melhorou bem depois do surgimento do helicóptero, mas isso é coisa de nababos.

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  3. Caro Ralph
    A data que sua amiga enviou-lhe está errada, na verdade eles foram para 21/10/2015, voce pode confirmar isso no video abaixo que é a parte do filme em que mostra a data verdadeira.

    http://www.youtube.com/watch?v=i5ygKVi2apA

    Abraços

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