sábado, 28 de julho de 2012

SÃO PAULO: EMPREGOS VS. DECADÊNCIA

Propaganda de prédio a ser construído em Higienópolis, bairro próximo ao centro de São Paulo, em 1944: a verticalização começava a sair do centro novo e do centro velho já nessa época (Folha da Manhã, 1944)

Este autor já escreveu sobre o excesso de construções e a falta de infraestrutura para sustentar as mudanças que elas causam em várias cidades do País. As que mais acompanho com esse problema são São Paulo, Barueri e Santana de Parnaíba.

Infelizmente, meu blog é lido por não mais do que 400 pessoas por dia - isto, considerando-se que todos as pessoas que aparecem como "acompanhantes" realmente se preocupem em ler o que escrevo - antes, todos os dias, hoje, cerca de três a quatro dias por semana, por absoluta falta de tempo.

Se fosse lido por muitas mais, se eu fosse um sujeito famoso, seria melhor, claro - e não somente para mim. É mais do que evidente que o problema a que me refiro hoje é realmente um problema e, por isso, deveria ser visto com mais calma pelos governantes.

Os três municípios citados pertencem à área metropolitana de São Paulo e, neles, a cada semana, aparecem mais e mais construções de edifícios com mais de 20 ou 30 andares, cada um deles com um a quatro apartamentos por andar. Ou mais, em alguns casos.

A infraestrutura das cidades - eletricidade, água, gás, trânsito gerado, sistemas viários, estacionamentos para automóveis, transporte público e outros menos cotados - não acompanha o aumento da concentração da população nessas novas moradias ou escritórios. Não é preciso ser engenheiro ou administrador para perceber isto.

Hoje no jornal está noticiada a construção de mais um prédio de mais de 30 andares na cidade de Santos. Discute-se (é uma reportagem sobre ele e não um anúncio de vendas) os problemas que ele ele deve causar e fala-se da revolta de diversos vizinhos. Há casas tombadas à sua volta, as ruas não darão conta e não há nenhuma previsão de aumento de área carroçável na área em que ele se localizará.

Também se comenta no mesmo jornal (O Estado de S. Paulo) a demolição de um quarteirão inteiro na Capital para a construção de mais um conjunto de edifícios. A primeira pergunta que sempre faço é: essas cidades precisam mesmo desses empreendimentos? A segunda: alguém nas prefeituras está realmente fazendo o que deveria fazer para compensar esse imenso aumento de afluxo de pessoas para esses quarteirões? Terceiro: por que as prefeituras ainda permitem essas construções? Não estaria mais do que na hora de se proibir por vários anos o aumento de área construída nas cidades que já estão saturadas, não somente pelo número de pessoas como pelo sistema viário jamais previsto para ter todos esses mosntrengos em volta (se São Paulo nunca teve planejamento algum, imagine Barueri, cheio de ruas estreitas e tortas: não há bairro algum com ruas quadriculadas, por exemplo).

Diversas pessoas contra-argumentarão dizendo que isso gera empregos. Ora, a reforma e restauro do que já existe, abandonado ou não, também gerará, sem aumentar a área construída de velhas casas, prédios, galpões, fábricas, etc. Pergunto: estamos condenados a destruir nossas cidades somente para gerar empregos? Lembrem-se que outra indústria, a automotiva, também gera uma grande quantidade de empregos, mas com isso o número de automóveis aumenta cada vez mais (a poluição atmosférica também) e não cabem mais nas ruas. Também devemos manter essa geração de empregos fazendo, por outro lado, o trânsito parar?

Meu Deus do céu, prefeitos e vereadores: chega de autorizar a construção de novos edifícios nas quatro cidades citadas aqui! Está na hora de proibir tudo isso por vários anos e de se fazer um estudo realmente sério sobre o que realmente queremos e podemos! Nem vou dizer que "antes que seja tarde"... porque já é tarde.

4 comentários:

  1. Curioso esse anúncio. Esse prédio enorme em Higienópolis, que ocuparia um quarteirão inteiro da rua Itacolomi, nunca chegou a ser construído...

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  2. Eu não fui conferir, mas jurava que havia sido construído, sim... tem certeza que não?

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  3. Absoluta. Eu sempre morei na vizinhança, desde pequeno. Na esquina com a Piauí tem um casarão antigo, hoje vazio, que até há pouco tempo abrigava a Polícia Federal (foi lá que o juiz Nicolau ficou preso). Na outra esquina, com a Alagoas, tem um predinho dos anos 40 chamado Edifício Itagoas. Entre os dois existem dois prédios mais novos, um residencial e o outro de consultórios. O tal prédio do anúncio ocuparia o terreno desses imóveis todos...

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  4. Sao Paulo e uma bomba relogio, um dia vai parar ou vai rolar um exodo e virar uma cidade fantasma. (minhas profecias num momento de insonia)

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