segunda-feira, 18 de outubro de 2010

MUZAMBINHO 1913

Muzambinho em 1913: Avenida Américo Luz. Ao fundo, a velha igreja. O api de Américo Luz, fazendeiro e dono de garimpos na região, foi o idealizador da E. F. Muzambinho. Acervo Henrique Annunziata

Conheci a cidade de Muzambinho em 2008, dois anos atrás. Eu ouvia falar dela desde quando estava no ginásio: um colega meu de classe, que havia perdido dois ou três anos devido a problemas de visão, queria apressar sua entrada na faculdade e por isso planejava fazer madureza, como era chamado o exame para ser aprovado mais cedo no segundo grau. Ele sempre dizia que iria fazê-lo em Muzambinho. E dava risada.

Depois, foi o radialista Milton Neves que falava sempre da sua cidade natal - justamente ela, Muzambinho - em seu programa de rádio, na época na rádio Panamericana. E fazia, como ainda faz, questão de manter seu sotaque mineiro, pelo menos daquela região.

Mais tarde, com meus estudos sobre ferrovias, fui conhecer a cidade geográficamente, no ramal de Juréia, que passava por Muzambinho vindo de Guaxupé, tocado pela Mogiana. No início dos anos 1910, a Mogiana comprou um antigo projeto de ferrovia da cidade, que por sua vez foi comprado pela Rede Sul-Mineira e revendido à Mogiana. O célebre jogo de venda de concessões. O fato, porém, é que Muzambinho não tinha dinheiro para construir a linha, por isso a vendeu.

A ferrovia ficou pronta em 1914. A cidade, porém, pouco mudou desde então. Francisco Marques, velho morador, reconheceu diversas fotos de uma fornada inédita da cidade que dividimos depois de comprar um álbum sobre a construção do ramal e comenta até o nome das ruas, a posição de onde as fotografias foram tiradas, os edifícios. É ele quem afirma que as mudanças foram poucas. E, em minha visita em 2008, já havia chegado a esta conclusão: era uma cidade antiga, com prédios, em sua maioria, antigos, e uma cidade pequena, sem expansão recente - impressão que me deu, confirmada agora por um conhecedor.

Meus agradecimentos nesta postagem a Francisco Marques e ao Henrique Annunziata.

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