quarta-feira, 29 de setembro de 2010

HISTÓRIA DE CERQUEIRA CESAR: EM BUSCA DOS PEDAÇOS

Detalhe do mapa feito pelo Eng. Gomes Cardim para a Prefeitura de São Paulo em 1897

Em continuação à minha postagem do dia 23 de fevereiro deste ano sobre o bairro de Cerqueira Cesar, na capital paulista, tornei a investigar alguma coisa sobre a região, tentando descobrir por que razão o nome do bairro mudou de lugar, de um lado para o outro da avenida Rebouças. Não consegui achar a resposta ainda, mas há alguns fatos novos.

Achei várias informações sobre o bairro, mas sempre se referindo ao local onde ele é atualmente, ou seja: a Villa America original teve o nome alterado para Cerqueira Cesar. E sem dizer que o nome "migrou". Também consta que o bairro atual existe como subdistrito da Capital desde 1938. Não consegui conferir esta informação. O fato é que, em 1951, a rua Lisboa ficava no bairro mas ainda com o nome dele do lado esquerdo da Rebouças. Para iso, basta ver a figura na postagem de 23 de fevereiro. O subdistrito de 1938 seria localizado já onde está hoje? Ou teria sido implantado com este nome ainda no local antigo?

É interessante, também, confirmar o nome inteiro de homenageado: José Alves de Cerqueira Cesar, Vice-Presidente da Província de São Paulo e diretor do jornal O Estado de S. Paulo e também sogro de quem lhe sucedeu neste cargo, Julio de Mesquita. A razão pela qual o bairro recebeu seu nome fica ainda sem resposta: simples puxa-saquismo ao vice-presidente ou ele tinha terras ali?

Finalmente: o bairro foi formado por volta de 1897. O mapa da Prefeitura desse ano prova isto, ver acima. O interessante é que em 1897 o arruamento já existia, pelo menos no papel e os nomes de praticamente todas as ruas já eram os atuais (exceto a rua Lisboa e a Oscar Freire). Em 1890, sete anos antes, o mapa oficial não mostrava o bairro. Também, se confiarmos no mapa, as entradas eram apenas pela Rebouças, rua que, então, era um caminho de tropas e bem ruim. O limite sul e oeste do bairro era um dos dois braços do córrego Verde (este braço era também chamado de Água Branca), onde as ruas simplesmente terminavam.

Entre a avenida Doutor Arnaldo (avenida Municipal) e as que desciam no sentido Pinheiros (Galeno de Almeida, Amalia de Noronha, Cardeal Arcoverde, Teodoro Sampaio e Arthur Azevedo) não havia ligações, possivelmente por serem "pirambeiras". Deveria ser um inferno, uma lameira morar ali. Lembrar que o outro braço do córrego Verde nascia junto à esquina da Amalia com a São José e provavelmente ainda estava a céu aberto, passando também na baixada onde é a esquina da João Moura com a Cardeal.

É a história de São Paulo tentando ser entendida com perguntas, erros e respostas.

Um comentário:

  1. Prezado Ralph Giesbrecht, meu nome é Cassiano e trabalho no Departamento de Comunicação da Prefeitura de Tambaú, que hoje funciona no antigo prédio da estação da FEPASA (Tambaú). Gostaríamos de nos corresponder para trcarmos figurinhas sobre este prédio que já foi a metalúrgica Uliana e hoje abriga o gabinete do Prefeito. Se possível me responda em preftambau@gmail.com

    Obrigado

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