Crianças em terras do Grupo Escolar Rural Dr. Kok, em Piracicaba - 1946. Acervo Sud Mennucci
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Meu avô Sud Mennucci interessava-se por todas as notícias sobre escolas em São Paulo. Principalmente as de Piracicaba, cidade em que nasceu e onde foi Delegado Regional do Ensino por quatro anos, de 1921 a 1925, ano em que veio para São Paulo a convite de Julio de Mesquita Filho para ser redator no jornal O Estado de S. Paulo.
Sud era professor primário formado e nada mais. O resto, aprendeu sozinho. Tanto que era jornalista desde pelo menos 1910, quando tinha apenas dezoito anos de idade e mandava, das cidades do Interior onde morou - Cravinhos, Piracaia. Dourado, Belém do Pará, Porto Ferreira e Campinas artigos que eram publicados em jornais das próprias cidades, em Piracicaba e em São Paulo - além de outras cidades, eventualmente.
Basta dizer que assumiu o cargo de Delegado Regional em Campinas, onde ficou do final de 1920 ao final de 1921, tendo apenas vinte e nove anos e nenhum curso universitário.
Mapa do município de Piracicaba em 1934. Notem a área urbana à direita e a área rural à esquerda, em mapas separados e em diferentes escalas. Todos esses bairros rurais ainda existirão? Os grupos, que não são mais "rurais", existirão ainda? A cidade englobava ainda Xarqueada, hoje município (Charqueada). Em ambos pode-se ver as linhas da Sorocabana, que entrava na cidade do sul para o norte, passando pelo centro urbano, enquanto a linha da Cia. Paulista entrava pelo oeste e não chegava ao centro, mas à sua própria estação, situada ao sul da cidade
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Nos anos 1910, 1920 e 1930, Piracicaba tinha uma importância relativa muito maior para o Estado do que tem hoje. Diversos escritores viveram lá nessa época - além de Sud, também Thales de Andrade, Leo Vaz, Lourenço Filho e outros. E Sud ainda teve como "padrinho" nada mais, nada menos, do que Monteiro Lobato.
Até o fim de sua vida (1948), ele queria saber tudo o que podia sobre as escolas, principalmente na área rural. Vejam, por exemplo, o mapa do município de Piracicaba datado de 1934 e que está no seu acervo, herdado por mim. É difícil acreditar que hoje em dia ainda existam homens como Sud. Hoje, vemos políticos como Cid Gomes como ministro da Educação e ficamos assombrados. Será que Cid guarda também reportagens, artigos e tudo o que deveria lhe interessar sobre o assunto? Terá ele tido a experiência que meu avô teve, de dar aula em cidades pequenas e vilas rurais por anos e anos? Chega, pois senão meu avô não vai parar de se revirar no caixão.
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sexta-feira, 20 de março de 2015
sábado, 8 de setembro de 2012
VOTAE! MAS... (PELO AMOR DE DEUS) VOTAE CORRETAMENTE!

De dois em dois anos, eleições. Lá vamos nós de novo votar, na maioria das vezes, em gente que não conhecemos. Dentro dessas, também em sua maior parte são gente que sabidamente não são pessoas confiáveis e que têm um histórico bastante, digamos, complicado. Acabamos muitas vezes votando no tipo "rouba-mas faz" e tendo a consciência culpada. E há os ingênuos, que votam porque acham o candidato "o máximo", "um bom homem", "não acreditam nos jornais mentirosos", "ele dá comida para os pobres" e por aí vai.
Ouvindo no rádio e na televisão pequenas partes de horários políticos - e sempre por acaso, quando somos "pegos desprevenidos" pela televisão ou pelo rádio já ligados, eu pessoalmente ouço e vejo propaganda de seis cidades: São Paulo, Barueri, Santana de Parnaíba, Joinville (porque estive quatro dias ali), Arujá e Itanhaém (porque, sabe Deus o motivo, duas rádios que costumo ouvir em São Paulo passam propaganda política delas).
Nada muda. As mesmas músicas comoventes de fundo. As mesmas cenas de sempre. Candidatos abraçando o povo (sempre pobres). Candidatos com bebês no colo. Candidatos comendo no barzinho da esquina. Candidatos visitando a mãe, que obviamente fala que ele sempre foi um bom rapaz. Promessas mil, algumas inexequíveis pelas próprias atribuições do cargo.
É fantástico ver atuais ocupantes dos cargos tentando a reeleição afirmando que vão fazer coisas que já estão pendentes há anos e anos. Por que ele não fez no primeiro mandato? Se não fez, por que votar nele novamente?
Papos como: "a cidade já pode voltar a sorrir". Por que? A cidade só chorava? "Para a cidade voltar a crescer" ou "continuar crescendo". Pergunta-se: crescer para que? Qual a vantagem de crescer? Oferecer empregos? E destruir outras riquezas com isso? É realmente, em todos os casos, necessário que uma cidade cresça? E, se é, n]ao seria o caso de, neste instante, parar de crescer para arrumar o que está incompleto, insuficiente ou funcionando mal? Ou colocar o que não existe?
Fazer a saúde, educação e segurança (esta limitada, pois segurança pública é atribuição do Estado e, quando há guarda civil, ela vive às turras com a Polícia do Estado, a PM) funcionarem bem é muito mais urgente do que qualquer outra coisa que se pense. Fazer a manutenção e resolver problema de infraestrutura (água e esgotos, por exemplo) é muito mais urgente do que, por exemplo, asfaltar ruas que muitas vezes são construídas em locais proibidos (e que agora se quer regulamentar).
Parar de autorizar novas construções é fundamental em cidades saturadas ou mais do que saturadas. Resolver o problema de hospitais e postos de saúde municipais é fundamental. Qual cidade pode dizer que tem tudo isso em ordem? São Paulo, por exemplo, tem problemas de todos os tipos nessa área, inclusive higiene, o mais básico de todos! Educação, nem se fala. Professores que ganham mal e são despreparados trabalham em escolas sem material, sem limpeza e sem poder ter autoridade sobre alunos quando isto se faz necessário.
Sem resolver isto, prometer o que? Obras e leis para minorias? Esqueça as minorias, eles que se virem! Afinal, em teoria, minorias não existem, pois todos os habitantes são iguais perante a lei, pela Constituição. Porém, para os governos municipais, estaduais e federal, isto não ocorre - cada minoria tem leis específicas. Por que? Agredir um membro de uma minoria específica é mais grave que agredir um membro que não é minoria?
Passem para o que é importante! Resolvam o básico primeiro, para atacar o resto em outra hora. Há muito trabalho para fazer. E isto, ninguém fala, ou, se fala, o faz em termos genéricos, sem um programa de trabalho, sem nada. E, obviamente, não vai fazer. Vai empurrar com a barriga.
Enfim, pelo menos, NÃO VOTE EM QUEM NÃO ESTÁ FAZENDO O QUE DEVIA. MUDE! MAS MUDE PARA ALGUÉM QUE SEJA SÉRIO COM SEUS PROGRAMAS. O problema, porém, será: existem essas pessoas?
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sábado, 25 de agosto de 2012
ENTRE 1946 E 2012, POUCO OU NADA AVANÇAMOS
Enquanto o país está em crise, indústrias reduzem a produção, funcionários são demitidos, o desmprego aumenta, as greves de funcionários públicos federais chega já a três meses prejudicando a todos indistintamente, o governo federal simplesmente diz que vai negociar. Isto, após três meses de greve em diversos setores.
Os funcionários da União simplesmente dizem que querem o apoio do povo para sua greve, porém, parando de trabalhar ou fazendo "operações-padrão", brecam todo o processo causando prejuízos e atrados para diversas pessoas que nada têm a ver com isso e, portanto, que não somente deixam de aopiar qualquer movimento grevista, como ainda amaldiçoam a todos os grevistas.
Lá em Brasília, os arrogantes juízes do Supremo Tribunal Federal julgam o tal mensalão sete anos após ele ter ocorrido e, pelo jeito, não punirão ninguém, embora esteja mais do que claro que todos os réus são efetivamente culpados.
Em tudo que é citado acima, vemos uma série de interesses pessoais prevalecendo sobre o que deveria ser o bem maior: o interesse do povo brasileiro. E na esteira de tudo isso vêm as eleições para prefeitos e vereadores de forma desanimadora: boa parte dos candidatos são ridículos e, se não o são, não sabem mostrar que não o são. A propaganda política nas televisões é insuportável e um festival de mentias e amenidades. O que me interessa saber que os candidatos carregam crianças no colo e as beijam, andam de ônibus, comem bananas, vão visitar a própria mãe, isto tudo mostrado com musiquinhas chatérrimas ao fundo?
As promessas são de melhorias para as minorias e nada é falado em termos gerais, ou seja, nos maiores problemas que se arrasstam há anos, como educação, transporte e saúde. Estes itens são os importantes, o resto é apenas algo menor que deve ser feito aos poucos e se der. O grosso mesmo, ninguém pega.
E a situação não muda. Lendo por acaso jornais de 1946, vemos que os problemas do Brasil não se alteram. Nessa época, depois de uma guerra de seis anos que destruiu boa parte da civilização mais rica do planeta, o Brasil ficou assistindo de longe e sofreu várias consequências, como a deterioração dos transportes terrestres e aéreos por façta de peças de reposição e também sofreu com a falta de alimentos, racionados durante o final da guerra e após seu fim.
O ano de 1946 sofreu com falta de pão, farinha de trigo, milho, gêneros alimentícios em geral, combustível, moradias, automóveis... enquanto brasileiros firam mandados para guerrear na frente italiana, tendo diversos deles morrido em combate. Os que voltaram foram festejados como heróis - que foram, afinal - em manifestações de patriotismo, enquanto o contrário acontecia, como visto mais atrás neste artigo. Afinal, faltar gêneros alimentícios básicos em um país que sempre os produziu sem maiores problemas levam à sempre presente questão da ganância de fazendeiros e intermediários, que preferiram vender para o exterior a preços altíssimos em vez de manterem-nos aqui para alimentar a população brasileira.
De 1946 a 2012, o Brasil pouco avançou. A propaganda política para as eleições que ocorreram no início desse ano já mostravam a palhaçada, embora em menor grau, que toma conta dos anúcios de candidatos de hoje, ávidos por votos e sem programa algum. Decisões governamentais eram feitas sem nenhum contexto de "visão periférica", concentrando-se, como sempre, em atacar pequenos problemas como se outros não existissem, como se outros não interferissem ni contexto geral.
Posso escrever linhas e mais linhas aqui, mostrando meu descontentamento com tudo isso. A minha vida inteira - já estou com sessenta anos - esperei que as coisas melhorassem neste país. Isso não aconteceu, apenas o Brasil foi se desenvolvendo superficialmente com a maré que vem de fora, dos países mais desenvolvidos, mas os pontos centrais, estes não progridem. Os políticos são tão ou mais corruptos e despreparados como sempre foram...
Os funcionários da União simplesmente dizem que querem o apoio do povo para sua greve, porém, parando de trabalhar ou fazendo "operações-padrão", brecam todo o processo causando prejuízos e atrados para diversas pessoas que nada têm a ver com isso e, portanto, que não somente deixam de aopiar qualquer movimento grevista, como ainda amaldiçoam a todos os grevistas.
Lá em Brasília, os arrogantes juízes do Supremo Tribunal Federal julgam o tal mensalão sete anos após ele ter ocorrido e, pelo jeito, não punirão ninguém, embora esteja mais do que claro que todos os réus são efetivamente culpados.
Em tudo que é citado acima, vemos uma série de interesses pessoais prevalecendo sobre o que deveria ser o bem maior: o interesse do povo brasileiro. E na esteira de tudo isso vêm as eleições para prefeitos e vereadores de forma desanimadora: boa parte dos candidatos são ridículos e, se não o são, não sabem mostrar que não o são. A propaganda política nas televisões é insuportável e um festival de mentias e amenidades. O que me interessa saber que os candidatos carregam crianças no colo e as beijam, andam de ônibus, comem bananas, vão visitar a própria mãe, isto tudo mostrado com musiquinhas chatérrimas ao fundo?
As promessas são de melhorias para as minorias e nada é falado em termos gerais, ou seja, nos maiores problemas que se arrasstam há anos, como educação, transporte e saúde. Estes itens são os importantes, o resto é apenas algo menor que deve ser feito aos poucos e se der. O grosso mesmo, ninguém pega.
E a situação não muda. Lendo por acaso jornais de 1946, vemos que os problemas do Brasil não se alteram. Nessa época, depois de uma guerra de seis anos que destruiu boa parte da civilização mais rica do planeta, o Brasil ficou assistindo de longe e sofreu várias consequências, como a deterioração dos transportes terrestres e aéreos por façta de peças de reposição e também sofreu com a falta de alimentos, racionados durante o final da guerra e após seu fim.
O ano de 1946 sofreu com falta de pão, farinha de trigo, milho, gêneros alimentícios em geral, combustível, moradias, automóveis... enquanto brasileiros firam mandados para guerrear na frente italiana, tendo diversos deles morrido em combate. Os que voltaram foram festejados como heróis - que foram, afinal - em manifestações de patriotismo, enquanto o contrário acontecia, como visto mais atrás neste artigo. Afinal, faltar gêneros alimentícios básicos em um país que sempre os produziu sem maiores problemas levam à sempre presente questão da ganância de fazendeiros e intermediários, que preferiram vender para o exterior a preços altíssimos em vez de manterem-nos aqui para alimentar a população brasileira.
De 1946 a 2012, o Brasil pouco avançou. A propaganda política para as eleições que ocorreram no início desse ano já mostravam a palhaçada, embora em menor grau, que toma conta dos anúcios de candidatos de hoje, ávidos por votos e sem programa algum. Decisões governamentais eram feitas sem nenhum contexto de "visão periférica", concentrando-se, como sempre, em atacar pequenos problemas como se outros não existissem, como se outros não interferissem ni contexto geral.
Posso escrever linhas e mais linhas aqui, mostrando meu descontentamento com tudo isso. A minha vida inteira - já estou com sessenta anos - esperei que as coisas melhorassem neste país. Isso não aconteceu, apenas o Brasil foi se desenvolvendo superficialmente com a maré que vem de fora, dos países mais desenvolvidos, mas os pontos centrais, estes não progridem. Os políticos são tão ou mais corruptos e despreparados como sempre foram...
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segunda-feira, 5 de março de 2012
TUDO SE IMPROVISA, NADA SE RESOLVE
Neste final de semana novamente fomos, eu e Ana Maria, para Toque-Toque Pequeno, em São Sebastião, em casa de amigos. Belo lugar, calmo e sossegado, principalmente num final de semana comum sem estar em meio de férias.
O problema foi a volta. Nas outras vezes que fui, voltei em dias ou horários mais convenientes. Neste doimngo, a ideia era sair de lá no máximo às duas da tarde. Acabamos saindo às dez da noite porque o papo estava muito bom.
O dono da casa, que vai lá no mínimo uma vez por mês, disse que, pela experiência de mais de oito anos indo e vindo para lá, o problema seria em Boracea, Riviera de São Lourenço e no alto da serra de Mogi (fomos e voltamos pela Mogi-Bertioga). No fim, dois congestionamento "só": um em Boracea e outro no alto da serra.
Os dois gerados não só pelo excesso de carros, mas também por estupidez governamental. Ora, excesso de carros havia na estrada toda. Por que somente ali as coisas se complicam?
Em Boracea, praticamente uma linha reta à beira da praia, colocaram cerca de dezoito lombadas. Dezoito. Resultado: a velocidade se reduz tanto que o trânsito para. Quando anda, faz no máximo 5-10 quilômetros por hora. A partir da última lombada, acaba como por milagre o congestionamento. Ora, as lombadas são para proteger os pedestres. Meu Deus do céu, será que os pedestres são tão burros assim? Ainda mais, às onze da noite, quando praticamente tudo em volta estava já fechado - afinal, era domingo à noite. Fora o fato de que há relativamente poucas construções na estrada, ali - que é uma avenida urbana. Ora, prefere-se não educar o povo e, em troca, reduzir a quase zero a velocidade dos carros, ônibus e caminhões.
E quem mandou não construir uma estrada mais para dentro - a célebre Rio-Santos com alguns viadutos abandonados desde os anos 1970? (Se bem que: quer saber? melhor que não construam mesmo, assim se protege mais as praias entre Bertioga e São Sebastião das "belas torres de luxo"). Porém, que se eduque mais a população ensinando-os a atravessar a rua (ou ponha pelo menos alguma passarela, não é?).
No alto da serra da Mogi-Bertioga, o problema é claro: subi nove quilômetros sem problema algum em duas pistas ascendentes. Porém, quando chega o planalto, as duas postas viram uma - e tudo se afunila. É tão caro assim manter-se as duas pistas em cima????
Enfim, cheguei em casa - era mais de uma da manhã.
O problema foi a volta. Nas outras vezes que fui, voltei em dias ou horários mais convenientes. Neste doimngo, a ideia era sair de lá no máximo às duas da tarde. Acabamos saindo às dez da noite porque o papo estava muito bom.
O dono da casa, que vai lá no mínimo uma vez por mês, disse que, pela experiência de mais de oito anos indo e vindo para lá, o problema seria em Boracea, Riviera de São Lourenço e no alto da serra de Mogi (fomos e voltamos pela Mogi-Bertioga). No fim, dois congestionamento "só": um em Boracea e outro no alto da serra.
Os dois gerados não só pelo excesso de carros, mas também por estupidez governamental. Ora, excesso de carros havia na estrada toda. Por que somente ali as coisas se complicam?
Em Boracea, praticamente uma linha reta à beira da praia, colocaram cerca de dezoito lombadas. Dezoito. Resultado: a velocidade se reduz tanto que o trânsito para. Quando anda, faz no máximo 5-10 quilômetros por hora. A partir da última lombada, acaba como por milagre o congestionamento. Ora, as lombadas são para proteger os pedestres. Meu Deus do céu, será que os pedestres são tão burros assim? Ainda mais, às onze da noite, quando praticamente tudo em volta estava já fechado - afinal, era domingo à noite. Fora o fato de que há relativamente poucas construções na estrada, ali - que é uma avenida urbana. Ora, prefere-se não educar o povo e, em troca, reduzir a quase zero a velocidade dos carros, ônibus e caminhões.
E quem mandou não construir uma estrada mais para dentro - a célebre Rio-Santos com alguns viadutos abandonados desde os anos 1970? (Se bem que: quer saber? melhor que não construam mesmo, assim se protege mais as praias entre Bertioga e São Sebastião das "belas torres de luxo"). Porém, que se eduque mais a população ensinando-os a atravessar a rua (ou ponha pelo menos alguma passarela, não é?).
No alto da serra da Mogi-Bertioga, o problema é claro: subi nove quilômetros sem problema algum em duas pistas ascendentes. Porém, quando chega o planalto, as duas postas viram uma - e tudo se afunila. É tão caro assim manter-se as duas pistas em cima????
Enfim, cheguei em casa - era mais de uma da manhã.
sexta-feira, 13 de maio de 2011
FAIXAS DE PEDESTRES

Nesta semana, o jornal O Estado de S. Paulo publicou uma reportagem sobre a deseducação dos motoristas (e pedestres) com relação às faixas de pedestres.
Realmente, a situação não é nada boa em São Paulo. Pouca gente obedece às faixas nas esquinas e, mais ainda, as que ficam em meio de quarteirão.
Isso somente se resolve com educação maciça, feitas nos locais, por guardas de trânsito treinados para isso. E educação de base, nas escolas, sobre o assunto.
Curioso é que existem cidades no Brasil que, segundo me contam, o problema não existe: pedestres e motoristas respeitam as faixas. Se é verdade não sei, mas contam-me que na região serrana do Rio Grande do Sul isso acontece. Também ocorre em Brasília. Não tenho ideia por que lá sim, aqui não. Mas é bom que haja locais que possam servir como referência. Deve haver mais cidades e regiões também.
Concentrando-me na cidade de São Paulo (e na Grande São Paulo), eu, que ando a pé hoje muitíssimo mais do que há dois anos, comecei a prestar atenção no assunto. E também a prestar mais atenção nisso quando estou dirigindo - hoje dirijo muito menos do que antes, por que o trânsito de São Paulo é broca. Fica mais tempo parado que andando.
E o que vejo nesse tempo todo? Na verdade, a situação não é tão horrorosa assim. Há diversos motoristas que respeitam faixas. Quem não respeita? Taxis, caminhões e ônibus. Não sei se dá para generalizar - mas que os táxis não param em faixas, não param mesmo. Idem com os outros tipos de veículos citados.
Quais seriam os motivos para isto? Motoristas de táxi e de ônibus dirigem o dia inteiro. Devem ser altamente estressados com o trânsito da cidade. Portanto, irritam-se com a "moleza" de quem atravessa a rua. No entanto, embora o fato possa explicar a situação, não pode justificá-la. Já vi táxis buzinando para que o pedestre saia da faixa para ele poder passar. Isso chega a ser até comum.
Motoristas invadem faixas de pedestres passando pela frente ou por trás de pedestres que atravessam. Se o pedestre insiste, alguns jogam o carro em cima para intimidar. Dá pra enfrentar? Dá, se o carro estiver devagar.
Um problema: muitas ruas têm faixas junto à esquina, numa avenida grande. Isto significa que o motorista que está na avenida e vai dobrar na rua menor tem de cruzar a faixa. Se há gente atravessando, o motorista acaba parando (quando para) na avenida, ficando com o "traseiro" na pista e se arrisca a levar uma pancada. Solução: colocar a faixa mais longe da esquina.
Bom, tenho observado muito, o que me ajuda também a dirigir melhor e respeitar a faixa. Mas também percebo que há muita gente gentil, que para quando alguém está esperando para atravessar a rua. Não vou dizer que é a regra. Mas eles existem.
Como tudo na vida, tudo depende de educação, de respeito ao próximo, de se reduzir o estresse. Difícil no mundo atual em que vivemos.
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
MONTEIRO LOBATO E A PROFESSORAZINHA DA UFMG

Bom, acabaram-se as eleições deste ano. Durante meses, vi gente a favor e contra os dois candidatos (os outros nem contam) defendendo-os ou atacando-os em jornais, radios, televisões ou nas calçadas. Até no twitter, facebooks, blogs etc.
Por parte dos dois candidatos mesmo, não vi um programa de governo decente nem qualquer proposta que parecesse séria. Cada um deles pode até ter boas intenções e ideias de realizações, mas não se preocuparam em colocar isto de forma clara. Não tive paciencia de assistir debates: porém, assisti alguns pedaços em gravações e somente um trecho do último deles ao vivo pela TV.
Ouvi bobagens sobre educação, sobre religião, sobre aborto, sobre saúde. Propostas e explicações totalmente irracionais. O Estado é supostamente laico, portanto, não tem de dar satisfações sobre qualquer religião. Aborto sempre existiu e sempre existirá. E é perigoso por diversos motivos, o principal deles a profilaxia necessária, que não existe pois tudo é feito às escondidas, e é feito assim porque é proibido. Fosse livre para quem quiser fazer, estaria tudo bem melhor.
Já a educação vai mal neste País há muito, muito tempo. Antes do século XIX, só havia escola para quem fosse muito, mas muito rico. No século XIX, começaram timidamente as escolas públicas, que também não tinham lugar para todos que podiam e que deveriam estudar. Quem tivesse posses mandava seus filhos para estudar em escolas particulares - que também eram poucas, ou para a Europa.
Pelo menos no Estado de São Paulo, a situação começou a melhorar no final desse século. As escolas públicas melhoraram muito em qualidade, mas não em disponibilidade de vagas. Até os anos 1930, a discussão não era sobre nível de ensino, mas sobre o fato de não haver vagas nas escolas públicas para todo mundo. Daí para a frente, aos poucos foi mudando: hoje, pelo menos neste Estado, há vagas para todos, mas a qualidade do ensino público é lamentável. Um dos motivos é o baixo salário dos professores.
Saúde? Bem, enquanto se fala que tudo melhorou em termos da área pública, continuamos assistindo a denúncias no país inteiro sobre atendimento precário nos hospitais e postos de saúde. INSS, então, com filas e mais filas. Aliás, desde que nasci. E estou com quase 59 anos. O que ouvi candidatos falarem neste assunto é o que sempre ouvi: vamos fazer, e no final, nunca fazem. Tanto na saúde quanto na educação.
Enquanto isso, vamos perdendo tempo com bobagens. Fora religião e aborto, meio ambiente: no caso, "meio ambiente" está longe de ser bobagem, mas pensar que tudo vai ser feito em termos sustentáveis numa economia de mercado é ser ingênuo e mentiroso. Se quiserem, basta ler uma postagem minha de poucas semanas atrás aqui. Cultura? Meu Deus, cultura é um fator primordial, pois é a base, junto com a educação, de uma civilização, de uma nação, de uma pátria. E sobre isto pouco ou nada ouvi. Cultura continua sendo prioridade zero, salvo as exceções de praxe. O risco de não a termos é o emburrecimento da população.
Vejam isto: nos últimos dias, parte da obra de Monteiro Lobato foi condenada por uma professora da UFMG por ser racista. Meu Deus, racista? Como, racista? Seja qual for a explicação que se dê ao que a professora falou, não dá para engoli-la. E se procurarmos agulha em palheiro, vamos notar, no mínimo, que a obra foi escrita nos anos 1920 e 1930. Uma das mais belas obras do mundo, que espelha uma realidade brasileira daquela época - o meio rural. Note bem, daquela época. Portanto, qualquer coisa que tenha conotação racista numa análise de hoje é uma aberração.
Naquele tempo, os usos e costumes eram muito diferentes dos de hoje. Justificavam-se atos então que hoje não podem ser justificados (mas que sempre podem ser explicados). Não vou entrar em detalhes, mas perder tempo hoje com esse tipo de afirmação, tentando privar a geração atual de ler uma das mais belas obras literárias brasileiras e mundiais como as de Monteiro Lobato, porque ela teria conotação racista em 1920? Se é que teria! Ora, os tempos mudam - e vão continuar mudando.
Vamos gastar tempo com coisas mais importantes. E, se possível, mandem a tal professora plantar batatas (veja abaixo-assinado). Pelo menos, ela vai saber que, um dia, a população rural do Brasil era muito maior do que a atual. Alguma coisa, afinal, ela, como professora, precisa conhecer sobre a terra onde mora.
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terça-feira, 5 de outubro de 2010
ECOLOGIA E HIPOCRISIA

Eu já escrevi neste blog acerca deste assunto. Vou escrever de novo. Não, não reli o que sei que escrevi sobre isto há alguns meses. Vamos ver se assim consigo manter o que disse ou se estarei sendo contraditório.
Desde quando uma sociedade que atingiu determinado grau de desenvolvimento tecnológico e de conforto (pelo menos parte de nós) vai querer voltar atrás nos seus prazeres? Ela - nós - não vamos querer abdicar de telefones celulares, casas confortáveis, automóveis e - especialmente - do dinheiro que precisamos ter para conseguir comprar tudo isto. Não, não vamos mesmo. Pode ser que um ou outro aceite isso. Mas a imensa maioria não quererá.
Os cortadores de madeiras nas florestas que devem ser preservadas vão continuar cortando, pois sempre haverá mercado para madeiras nobres. A fiscalização é quase que impossível, principalmente num país onde a corrupção é meio de vida de uma minoria bastante ativa (não, eu não acho que todo brasileiro é corrupto - apenas uma minoria é, mas essa minoria é suficiente para desequilibrar os orçamentos e as políticas).
Pessimismo de minha parte? Não, realismo. E olhem, é duro reciclar lixo em casa. Embora a prefeitura de Parnaíba tenha carros que recolhem material reciclável de casa em casa para levar para uma cooperativa que trabalha com eles, é duro ver que todo o lixo que v. separa é juntado de novo dentro do caminhão para ser re-separado depois. Parece brincadeira, não?
E por aí vemos como estamos dispostos a colaborar com o meio ambiente - ou não. Cara Marina, não perca seu tempo pensando para quem dar seu apoio... é melhor usar algum outro critério. Vai ser difícil, se analisarmos o programa dos candidatos.
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quarta-feira, 3 de março de 2010
ESCOLA RISONHA E FRANCA

Eu não sou professor. Até já fui por um tempo, mas há mais de trinta anos, e por pouco tempo. Mas sempre me assombrou a enorme quantidade de “reformas do ensino” que acontecem neste País.
Não vou dizer que é quase uma por ano, mas posso dizer que vi muitas. Não as conheço em detalhes. O pouco que sei sobre educação no Estado vem do tempo em que escrevi o livro da biografia de meu avô Sud, em 1996/97. Mesmo no tempo em que ele foi professor primário, Delegado Regional de Ensino e Secretário da Educação do Estado (no tempo, este cargo se chamava Diretor Geral do Ensino, cargo que ele ocupou pot três vezes), ou seja, entre 1910 e 1945, havia uma quantidade enorme de reformas. Inclusive as feitas por ele (bastante criticadas na época, por sinal).
Na verdade, não estou capacitado a discutir quais mudanças são ou foram boas e quais não, nem o sistema de ensino em si. O problema é que o bom senso mostra que reformas em excesso dificultam a implantação delas próprias e consequentemente o ensino em si.
Tenho assistido nos últimos dias à propaganda do Governo do Estado elogiando as reformas feitas recentemente, que todos sairão ganhando, alunos e professores, haverá cursos de capacitação etc. etc. etc. Todos aparecem sorrindo no comercial, todos parecem felizes e contentes. Isto não condiz com o que a rádio-peão fala, nem com o que os pais e até alunos comentam em geral, em conversas particulares, em jornais e nas televisões.
Ou seja: não acredito no que o comercial apresenta, mas, por outro lado, gostaria imensamente que fosse tudo verdade.
Nem vou entrar no problema dos vencimentos dos professores do Estado (ou dos municípios; que seja): desde o tempo de meu avô as queixas acerca dos “baixos salários” são muitas. Professor primário, ou em geral, sei lá, não ganha nada. Como ele pode trabalhar direito assim?
Por outro lado, parece-me que o atual sistema escolar está falido. Aqui, não falo somente das escolas públicas, mas também das particulares. Num mundo totalmente diferente do que era oitenta anos atrás, onde hoje temos a companhia da televisão, dos computadores pessoais, dos vídeo-games, das lan-houses e das famosas baladas, fora a queda na qualidade da educação familiar em geral e da proliferação da pornografia pública, como querer que um aluno goste de ir à aula por meio dia todos os dias?
Ou se colocam professores excelentes e motivadores para tentar contornar isto tudo, ou continuaremos a ver as barbaridades que vemos por aí em termos de escolas de todos os tipos: alunos desmotivados, mal-educados, viciados, traficantes etc. A impressão que fica é que o bom aluno hoje é uma exceção. A escola não é mais “risonha e franca”. Ela é uma atrapalhação vista pelos olhos de uma criança.
Há oitenta anos, ela ainda podia ser considerada um passatempo para crianças que, quando voltavam para casa, ainda tinham meio dia para brincar de jogos inocentes para quem vive hoje: amarelinha, pular corda, bolinha de gude, futebol.
Tudo isso veio-me à mente quando li ontem uma carta publicada num jornal, carta que foi enviada por um professor desgostoso com o que vê acontecendo (ler o texto). Não sei se o que ele relata é verdadeiro, mas a pergunta aqui é: ele é professor e escreve desse jeito? A carta, como foi publicada no jornal: “Como é que é a vida... tenho 56 anos, sou professor a 30 anos, não aguento mais dar aula... mas tenho que sobreviver né.... e não tem outro geito... não posso me aposentar ainda... agora um sujeito de 48 anos, que passou 30 anos preso (por roubo, homicídio, etc etc) o cara é aposentado... eta paizinho de merda!” Se o professor escreve assim, o que esperar dos seus alunos?
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