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segunda-feira, 24 de setembro de 2012

COISAS PRA FAZER EM JOINVILLE QUANDO SE É UM FLAGELADO DA GOL


Texto - todo ele - enviado por Antonio Augusto Gorni em 24/9/2012 às 00:52, em plena madrugada.

Fim de tarde ensolarada de sexta-feira no aeroporto de Joinville,
check-in feito, só esperando o pouso do avião da Gol que me levaria
para SP. Falando francamente, não gosto da Gol e sempre prefiro viajar
pela TAM – não é aquela maravilha, mas me parece uma empresa mais
séria. Só a Gol oferecia um horário mais cedo para SP, e caí em
tentação para começar mais cedo o fim de semana. De repente, o aviso
da Gol nos alto-falantes, informando que o avião não havia conseguido
pousar devido a um tal de “vento de cauda” e que ele iria tentar
novamente em alguns instantes. “Bom”, pensei, “vamos pensar positivo.
Daqui a pouco ele desce”. Curiosamente, durante minha otimista espera,
aviões da TAM e da Azul pousavam e decolavam alegremente. Fiquei
intrigado – por que eles eram imunes ao tal “vento de cauda”? Enquanto
isso, o avião da Gol arremetia pela segunda vez. Aí vem o golpe final:
“Vôo Gol para SP cancelado”...

A empresa não dá maiores detalhes sobre o problema. Um dos flagelados,
veterano da batalha que é viajar de avião no Brasil, informa que o
aeroporto de Joinville, entre o mar e a serra, às vezes é afetado por
um vento de cauda meio traiçoeiro. Os aviões da TAM e da Azul,
respectivamente feitos pela Airbus e Embraer, seriam mais
automatizados e permitiriam um pouso seguro sob tais circunstâncias,
ao contrário dos Boeings da TAM, que não possuiriam tal nível de
automação. Seja por essa razão ou outra, o fato é que as perspectivas
agora são soturnas: o início do fim de semana foi perdido, agora é ir
para o hotel, pegar um ônibus às 3:30 para Curitiba e, de lá, o avião
para SP – se é que o aeroporto de Curitiba, líder nacional em
fechamento por falta de teto, estiver operacional no momento da
decolagem. A coisa promete...

Uma vez acomodado no hotel, desço ao lobby e acabo integrando um grupo
de flagelados que decide renunciar à eventual gororoba oferecida pela
Gol e prefere jantar melhor num bom restaurante. Meno male, o incômodo
causado pelo atraso é amenizado pelo papo divertido, boa comida e pela
beleza das garotas de Joinville. De repente, quase no final da
refeição, absorto na conversa, sou abordado por uma linda catarinense
que me pede para soprar em seu bafômetro. Hã? Cuma?? Pra que
bafômetro? Estou a pé e, depois do quarto chope, não há dúvidas sobre
os resultados do teste. Mas trata-se de uma campanha educativa e, OK,
vamos gastar inutilmente um bafômetro. O resultado já esperado
valeu-me o adesivo mostrado na foto, que me foi pregado no peito.
Bizarramente, talvez influenciado pelo jeitão alemão da cidade,
lembrei-me dos distintivos amarelos que os judeus eram obrigados a
usar na Alemanha nazista. Então é isso? Primeiro os bêbados, depois os
fumantes, a seguir os torcedores do Grêmio São-Carlense?? Bem que meu
pai criticava minha mania pela II Guerra Mundial. E não, não rolou
nenhuma caroninha, fui a pé para o hotel.

Às 3:30, pontualmente, seguimos para Curitiba e, após os clássicos
problemas com uma fila de check-in que não andava por falta de
atendentes, finalmente embarcamos e segui para SP sem maiores
problemas. Será que aprendi a lição?

terça-feira, 7 de junho de 2011

AFINAL, QUEREMOS O QUE?

As pessoas acusam o governo de querer construir a usina de Belo Monte de qualquer forma, atropelando as leis etc. Falam a mesma coisa do fato de o mesmo governo querer construir de qualquer maneira a linha do TAV entre Campinas e Rio de Janeiro.

Aqui em Alphaville, apenas duas ou três semanas depois de a população se manifestar e protestar nas ruas contra a construção de prédios em excesso sem qualquer planejamento urbano, o jornal local (Folha de Alphaville) anuncia inúmeras contruções dando hurras para os empreendedores. Ué, não foi o mesmo jornal que noticiou o problema há 20 dias? Foi, mas parece que agora a "oposição" está querendo mostrar quem é que manda.

A prefeitura de Barueri não se manifesta. Tirou algumas lombadas de duas avenidas e foi só. Parece até que isso resolve o problema.

O que se deve tirar de tudo isto é que o governo e os tais empreendedores estão certos: o povo quer isso. Protesta, mas quer tudo isto. Se se constróem prédios enormes é por que haverá compradores. Se se constróem usinas hidrelétricas é por que a energia será consumida, e não somente isso: faltará energia com o desenvolvimento previsto da região norte do país, sem essa usina.

O TAV é uma alternativa para os entupidos aeroportos e aviões. O povo precisa disto.

Vejam: não concordo exatamente com os prédios sendo construídos. Aliás, não concordo nada. Mas as pessoas, mesmo as que reclamam, continuam comprando.

Resumo: somos uns hipócritas. Queremos luz e força mas não queremos que se construam usinas. Queremos viajar melhor mas não queremos que se construa um trem decente porque ele é caro. Não queremos mais prédios, mas os compramos.

Enfim, senhores ecologistas: se decidirmos todos morar em cavernas, faltarão cavernas para todos os interessados.

domingo, 10 de abril de 2011

MONTES CLAROS, 1952

As fotos acima são de uma página de álbum de família, cujo dono não tenho a menor ideia quem tenha sido. Adquiri algumas páginas deste álbum, soltas mesmo, na feira da praça Benedito Calixto, em São Paulo, há cerca de cinco anos atrás.

Esta página mostra cenas do aeroporto da cidade mineira de Montes Claros no ano de 1952. Quem conhece a cidade e o aeroporto pode apreciá-la mais. Eu, particularmente, não conheço a cidade.

Em tempo: onde foi escrito "estação", leia-se a estação do aeroporto, ou seja, o local de embarque e desembarque que qualquer aeroporto tem. Hoje em dia não se chama mais assim. Lembrar que os escritos, em máquina de escrever, foram feitos por quem montou o álbum.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

SUD MENNUCCI E O RECENSEAMENTO DE 1940


Quem deu a chefia do Estado de São Paulo para o Recenseamento Geral de 1940 para meu avô Sud Mennucci sabia o que estava fazendo. Ele provavelmente sorriu como um bebê quando vê um doce ao receber a notícia.

Depois de vinte anos sem se fazer o recenseamento, Getúlio Vargas tomou esta nova contagem como algo muito sério para o Brasil. Ele não estava errado. E, pelo menos em São Paulo, entregou o serviço para quem entendia do assunto e, não somente isso, gostava de viajar e, antes de viajar, conhecia com a palma da mão o que ia ver. Sud viajou para boa parte das cidades-sede do censo e promoveu-o como se fosse a sua vida em jogo. Não é esta uma afirmação vazia. As notícias da época e seus relatos e entrevistas a jornais, as fotos que ele e seus colegas tiraram dessas viagens, muitas delas guardadas no seu belo arquivo, provam tudo isto.

A cada viagem sua, os jornais promoviam a epopéia. Afinal, viajar por um Estado onde metade dele não tinha ainda nem trinta anos de povoamento era realmente algo desafiador. Não acredito que meu avô conhecesse todos esses locais, apesar de viajar muito. No papel, sabia muito sobre eles. Conhecia a geografia e a hidrografia de cidades próximas e das muito afastadas como se as tivesse conhecido in loco. Era sopa no mel.


Para muitas delas ele foi de trem, meio de transporte ainda principal e mais confortável, confiável e rápido da época. A fotografia acima foi tomada da frente da antiga estação ferroviária da cidade de Ourinhos - Sud, seus amigos, colaboradores, curiosos e puxa-sacos aparecem nela.


Para uma ou outra, de avião - mais veloz que o trem, é verdade, mas caríssimo e ainda não tão confiável. As fotografias tomadas na pista do aeroporto de Araçatuba mostram um desembarque de meu avô saindo do avião, cercado de curiosos (acima) e descendo a escada de acesso à pista passando no meio de um túnel de gente. Avião se esperava na pista mesmo. Bem diferente de hoje em dia, quando na maioria dos aeroportos a gente não tem vista para a pista por questão de segurança dos passageiros... leia-se terrorismo (mesmo assim, é bom lembrar que viajei de Ponta Grossa a São Paulo em 1993, portanto somente 17 anos atrás, e esperei o avião na pista. O prédio estava abandonado!!!).


Muitas fotografias foram tiradas também dos escritórios locais. Nesta, acima, o carro do recenseamento aparece estacionado em frente ao escritório da cidade de Rio Claro.

Sem computadores, os resultados levaram anos para serem publicados. Porém, em 1941, já se tinha uma ideia do que havia sido contado e catalogado. Sud adorava dar explicações e entrevistas para os jornais, falar do crescimento das cidades paulistas, etc. Não conheço a organização do censo de hoje, mas não duvido que a empolgação por fazê-lo seja muito menor do que naqueles tempos de - ainda - grandes descobertas.