Pelo Google Maps, podemos seguir o percurso da BR-393 no município de Sapucaia, uma mistura de estrada com avenida
No último fim de semana saí de São Paulo e fui até a região da Linha do Centro da antiga Leopoldina, região de Além Paraíba e da cidade de Leopoldina, em Minas Gerais.
Nesta viagem acompanha-se, desde a região de Guararema, no limite nordeste da Grande São Paulo, até a cidade mineira de Além Paraíba, na divisa com o estado fluminense, o rio Paraíba do Sul. Parte pela via Dutra, BR-116, e parte - quando chegamos a Barra Mansa - pela rodovia Lúcio Meira, a BR-393. Esta passa pelos municípios e Barra Mansa, Volta Redonda, Barra do Piraí, Vassouras, Paraíba do Sul, Três Rios e Sapucaia.
Já fazia anos que eu não tomava a BR-393. A última vez mal deu para "senti-la", pois eu estava num ônibus (São Paulo a Cachoeiro do Itapemirim) e o percurso foi todo feito durante a noite. Amanheceu em Pirapetinga, já fora desta rodovia.
Agora, foi com o meu carro. Em termos de asfalto, a estrada é boa - salvo pequenos trechos - embora não possua duas pistas. E precisava ter, pois há muito trágego de caminhões. Ultrapassagens não são simples. Pedágios, como sempre, não faltam. Afinal, a rodovia liga dois braços da BR-116, ou seja, é uma espécie de atalho pelo planalto fluminense sem que se desça a serra pela 116 (que faz o percurso Barra Mansa - Rio de Janeiro - Teresópolis - Alem Paraiba).
Entretanto, o problema não é somente a pista única. Até há terceira pista em um trecho ou outro de subidas. O grande problema, no meu modo de ver, é que a rodovia passa dentro de duas cidades, ou seja, confunde-se com a avenida principal em Volta Redonda e em Sapucaia. Este último município possui três pontos urbanos (Anta, Sapucaia e Jamapará) que "engolem" a rodovia e transformam-na numa avenida cheia de lombadas - lombada, vocês sabem, é aquele morrinho de concreto colocado nas ruas, avenidas e estradas e que danificam os veículos, sejam bem feitos ou não, pois obrigam-no a baixar a velocidade, acabando com os freios e, se são malfeitos, e geralmente o são, ou mal sinalizados, fato também corriqueiro, fazem com que os pneus batam de frente neles a velocidades até medianas e "caiam" do outro lado, danificando a parte baixa do carro.
Isto faz diminuir a velocidade, criando fileiras de veículos enormes, "puxadas" por caminhões lentos e aumenta também o risco de acidentes e principalmente atropelamentos. Não dá para se aceitar, mun estado rico como o é o Rio de Janeiro, uma BR nessas condições. Em Volta Redonda ainda daria para se construir um anel por fora da zona urbana, mas, em Sapucaia, não existe espaço para isso, pois as suas áreas urbanas são comprimidas pelo rio Paraíba e pelas montanhas, muito próximas. Nos distritos de Sapucaia, uma nova rodovia deveris ser construída e, para isto, somente há três opções: túnel subterrâneo, via elevada ou construir uma outra estrada pela outra margem do rio Paraíba, já em solo mineiro.
Entre 1869 e 1871, portanto há 140 anos, quando a Central do Brasil construiu o ramal de Porto Novo do Cunha, ligando Três Rios a este porto fluvial (hoje, um bairro de Além Paraíba), com cerca de 70 km de extensão, fê-lo pela margem esquerda, tendo entretanto de cruzar e "descruzar" o rio exatamente antes de Anta e logo depois de Sapucaia, pois não quis construir túneis do outro lado, onde os morros encostam na margem esquerda do Paraíba do Sul. Vejam, portanto, que nenhuma das alternativas para tirar a estrada de Sapucaia será empreendimento fácil e barato.
Enquanto isso, ficamos mesmo com os riscos de acidente, perda de tempo, danos aos veículos e a nossa incomensurável paciência.
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sábado, 6 de outubro de 2012
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
A SIMPÁTICA CIDADE DE ALEM PARAIBA, MG
8:30 da manhã de domingo. Passando em frente ao hotel, onde eu estava postado no terceiro andar, vagões do trem de bauxita seguem vazios para serem carregados em Cataguases. Sentido para a direita da foto.
Minha visita à pitoresca e bem-cuidada cidade de Além Paraíba, onde cheguei no sábado, dia 29 último, e saí no dia 30 pela manhã, é mostrada aqui em algumas fotografias que tirei na manhã deste último dia, após um tour pela cidade. Ela fica às margens do rio Paraíba do Sul e, para quem vai de carro de São Paulo e da região de Barra do Piraí para o norte de Minas e a Bahia, passagem obrigatória. Ali acaba a BR-393, que vem de Volta Redonda, e começa (de novo) a BR-116, que segue até o norte do País.
Bonita casa, certamente dos anos 1920 ou 30.
Como em muitas cidades mineiras, especialmente onde passam e passavam os trilhos da desaparecida Estrada de Ferro Leopoldina, os trilhos passam pelas ruas próximas ao centro da cidade, antes com comboios curtos e trens de passageiros, hoje com comboios bem mais longos e sem passageiro algum. A seguir, fotos tomadas por mim.
A avenida arborizada. A pista da esquerda, que não dá para ser vista pois há um córrego no centro, divide a pista com a linha férrea.
Café da manhã no hotel.
Lá vem o trem.
A locomotiva passa em primeiro lugar, claro. Segue para a direita. Ao fundo, uma bela praça arborizada.
A rotunda de Porto Novo do Cunha, já sereramente arruinada. Em alguns pontos o telhado desabou. A contrução data de 1871.
Esta bela casa está dentro do pátio da rotunda e ainda é utilizada pela Prefeitura.
Outra casa muito simpática e antiga.
A pequena estação da Leopoldina tem o nome da cidade. A Leopoldina começava aí e seguia para o norte de Minas, passando pela cidade de Leopoldina, Cataguases, Ubá... Hoje esse prédio está fechado, depois de ter sido museu por algum tempo.
A estação de Porto Novo do Cunha, do outro lado da cidade em relação à estação da Leopoldina e a cerca de 2 km das oficinas onde estã a rotunda. Aí acaba a linha da Central (que em final dos anos 1960 passou para a Leopoldina). Belíssimos prédios, também de 1871, um deles em ruínas: era a estação de passageiros propriamente dita. O outro, em razoavel estado, era o armazem. No meio ainda passa o trem, sem parar.
Bela casinha. Atrás, o rio Paraiba do Sul. Ao fundo, os morros, no Estado do Rio.
A parte urbana da cidade. A cidade circunda os morros.
Minha visita à pitoresca e bem-cuidada cidade de Além Paraíba, onde cheguei no sábado, dia 29 último, e saí no dia 30 pela manhã, é mostrada aqui em algumas fotografias que tirei na manhã deste último dia, após um tour pela cidade. Ela fica às margens do rio Paraíba do Sul e, para quem vai de carro de São Paulo e da região de Barra do Piraí para o norte de Minas e a Bahia, passagem obrigatória. Ali acaba a BR-393, que vem de Volta Redonda, e começa (de novo) a BR-116, que segue até o norte do País.
Bonita casa, certamente dos anos 1920 ou 30.
Como em muitas cidades mineiras, especialmente onde passam e passavam os trilhos da desaparecida Estrada de Ferro Leopoldina, os trilhos passam pelas ruas próximas ao centro da cidade, antes com comboios curtos e trens de passageiros, hoje com comboios bem mais longos e sem passageiro algum. A seguir, fotos tomadas por mim.
A avenida arborizada. A pista da esquerda, que não dá para ser vista pois há um córrego no centro, divide a pista com a linha férrea.
Café da manhã no hotel.
Lá vem o trem.
A locomotiva passa em primeiro lugar, claro. Segue para a direita. Ao fundo, uma bela praça arborizada.
A rotunda de Porto Novo do Cunha, já sereramente arruinada. Em alguns pontos o telhado desabou. A contrução data de 1871.
Esta bela casa está dentro do pátio da rotunda e ainda é utilizada pela Prefeitura.
Outra casa muito simpática e antiga.
A pequena estação da Leopoldina tem o nome da cidade. A Leopoldina começava aí e seguia para o norte de Minas, passando pela cidade de Leopoldina, Cataguases, Ubá... Hoje esse prédio está fechado, depois de ter sido museu por algum tempo.
A estação de Porto Novo do Cunha, do outro lado da cidade em relação à estação da Leopoldina e a cerca de 2 km das oficinas onde estã a rotunda. Aí acaba a linha da Central (que em final dos anos 1960 passou para a Leopoldina). Belíssimos prédios, também de 1871, um deles em ruínas: era a estação de passageiros propriamente dita. O outro, em razoavel estado, era o armazem. No meio ainda passa o trem, sem parar.
Bela casinha. Atrás, o rio Paraiba do Sul. Ao fundo, os morros, no Estado do Rio.
A parte urbana da cidade. A cidade circunda os morros.
segunda-feira, 1 de outubro de 2012
AS VIÚVAS DA LEOPOLDINA
O trem chega de Paraíba do Sul e passa pelo centro das ruas de Além Paraíba
Nesta manhã de domingo eu percorri a estrada que liga as cidades de Volta Grande e de Recreio, estrada de terra de cerca de 40 quilômetros que acompanha a antiga Linha do Centro da E. F. Leopoldina, no sul de Minas e próximo à divisa do estado com o Rio de Janeiro.
A linha ainda é utilizada hoje, entre Barão de Camargos (pátio e estação seguinte à estação e cidade de Cataguazes) e Além Paraíba e dali seguindo até a estação de Barão de Angra, seguindo a partir de Três Rios em linha de bitola mista. Em Barão de Angra, ao lado do km 179 da BR-393, rodovia que liga Além Paraíba a Volta Redonda e que, na prática, é a estensão da BR-116 entre essas duas cidades. Por toda a sua extensão, acompanha, de perto ou pouco mais de longe, o rio Paraíba do Sul.
A estação de Trimonte, abandonada
A linha somente transporta bauxita, minério de alumínio que literalmente parece terra comum e que, extraído em Barão de Camargos, segue pela antiga linha da Leopoldina - praticamente a única linha ainda ativa da velha e saudosa ferrovia em meio a uma antiga e extensa rede, até Três Rios, onde junta-se por linha de bitola mista à antiga linha do Centro da também finada Central do Brasil, que sempre teve ali bitola larga. Seguindo dali até a cidade de Paraíba do Sul, passa pelo centro desta cidade e segue até Barão de Angra, onde a bitola mista termina. Aí, há um maquinário que transfere a carga dos vagões de bitola métrica para os da larga, para transporte até além de São Paulo, passando dentro da estação de Luz e seguindo dando uma enorme volta, passando por Campinas, descendo até Mairinque e dali seguindo até a cidade de Alumínio, pouco antes de Sorocaba, onde a CBA a transforma em metal.
Estação de Providencia, fechada
A linha da Leopoldina é muito antiga. Foi construída nos idos dos anos 1870 e até hoje tem basicamente o mesmo trajeto das suas origens, o que não permite grande velocidade aos trens, que corre no máximo a 30 km horários. Como ele pitorescamente percorre trechos dentro de cidades dividindo as ruas com os automóveis, como em Cataguases, Recreio e Além Paraíba, a velocidade cai mais ainda.
Estação de São Martinho, também fechada
As povoações que se formaram a partir das estações são hoje bairros rurais. Não progridem; quem mora ali é teimoso. Longe da sede do município de Leopoldina, três das quatro pertencem a ele. Têm poucas ruas, onde se vê gente simples. A miséria não parece acampar ali; ali somente mora quem tem alguma renda para se manter. A vida é calma, cada uma tem sua igreja e sua escolinha. São elas as viúvas da Leopoldina: Trimonte (esta, a única que pertence a Volta Grande), Providência, São Martinho e Abaíba.
Perderam o trem de passageiros nos anos 1970, cem anos depois de terem se formado exatamente pela sua passagem por ali. Na sua retirada, a linha cargueira somente sobreviveu pela existência da mina de bauxita ali perto. Em troca do trem suprimido, a promessa de que viria uma estrada asfaltada como compensação, comlinhas de ônibus. O asfalto não veio. Os ônibus sim, mas lentos e sacolejantes na estradinha cheia de buracos, poeira e pedras. Uma vergonha que o Brasil carrega: excesso de promessas e falta de cumprimento delas. Por que retiraram dali os trens, então?
A estação de Abaíba virou escola de corte e costura
Volta Grande e Recreio, sedes de município, têm seu asfalto. O de Recreio vem da BR-116 e acaba ali, depois de 13 km. Todos os outros acessos - não há poucos - são em terra. Volta Grande também tem seu acesso asfaltado, também saindo da BR-116 próximo a Além Paraíba, seguindo dali para Pirapetinga, Santo Antonio de Pádua e outras cidades, já dentro do Estado do Rio.
Sempre se acha pelo caminho uma velha sede de fazenda no caminho. À frente dela, palmeiras imperiais e a linha de trem
As vilas viúvas não pedem a volta do trem, porque sabem que ele não voltará. Os governos brasileiros detestam trens e não resistem ao lobby das empresas de ônibus. Ônibus que, na estradinha, vi passar um durante a uma hora em que a estive percorrendo ontem.
A estação de Recreio virou museu
As fotografias que acompanham o texto foram todas tiradas ontem por mim.
Nesta manhã de domingo eu percorri a estrada que liga as cidades de Volta Grande e de Recreio, estrada de terra de cerca de 40 quilômetros que acompanha a antiga Linha do Centro da E. F. Leopoldina, no sul de Minas e próximo à divisa do estado com o Rio de Janeiro.
A linha ainda é utilizada hoje, entre Barão de Camargos (pátio e estação seguinte à estação e cidade de Cataguazes) e Além Paraíba e dali seguindo até a estação de Barão de Angra, seguindo a partir de Três Rios em linha de bitola mista. Em Barão de Angra, ao lado do km 179 da BR-393, rodovia que liga Além Paraíba a Volta Redonda e que, na prática, é a estensão da BR-116 entre essas duas cidades. Por toda a sua extensão, acompanha, de perto ou pouco mais de longe, o rio Paraíba do Sul.
A estação de Trimonte, abandonada
A linha somente transporta bauxita, minério de alumínio que literalmente parece terra comum e que, extraído em Barão de Camargos, segue pela antiga linha da Leopoldina - praticamente a única linha ainda ativa da velha e saudosa ferrovia em meio a uma antiga e extensa rede, até Três Rios, onde junta-se por linha de bitola mista à antiga linha do Centro da também finada Central do Brasil, que sempre teve ali bitola larga. Seguindo dali até a cidade de Paraíba do Sul, passa pelo centro desta cidade e segue até Barão de Angra, onde a bitola mista termina. Aí, há um maquinário que transfere a carga dos vagões de bitola métrica para os da larga, para transporte até além de São Paulo, passando dentro da estação de Luz e seguindo dando uma enorme volta, passando por Campinas, descendo até Mairinque e dali seguindo até a cidade de Alumínio, pouco antes de Sorocaba, onde a CBA a transforma em metal.
Estação de Providencia, fechada
A linha da Leopoldina é muito antiga. Foi construída nos idos dos anos 1870 e até hoje tem basicamente o mesmo trajeto das suas origens, o que não permite grande velocidade aos trens, que corre no máximo a 30 km horários. Como ele pitorescamente percorre trechos dentro de cidades dividindo as ruas com os automóveis, como em Cataguases, Recreio e Além Paraíba, a velocidade cai mais ainda.
Estação de São Martinho, também fechada
As povoações que se formaram a partir das estações são hoje bairros rurais. Não progridem; quem mora ali é teimoso. Longe da sede do município de Leopoldina, três das quatro pertencem a ele. Têm poucas ruas, onde se vê gente simples. A miséria não parece acampar ali; ali somente mora quem tem alguma renda para se manter. A vida é calma, cada uma tem sua igreja e sua escolinha. São elas as viúvas da Leopoldina: Trimonte (esta, a única que pertence a Volta Grande), Providência, São Martinho e Abaíba.
Perderam o trem de passageiros nos anos 1970, cem anos depois de terem se formado exatamente pela sua passagem por ali. Na sua retirada, a linha cargueira somente sobreviveu pela existência da mina de bauxita ali perto. Em troca do trem suprimido, a promessa de que viria uma estrada asfaltada como compensação, comlinhas de ônibus. O asfalto não veio. Os ônibus sim, mas lentos e sacolejantes na estradinha cheia de buracos, poeira e pedras. Uma vergonha que o Brasil carrega: excesso de promessas e falta de cumprimento delas. Por que retiraram dali os trens, então?
A estação de Abaíba virou escola de corte e costura
Volta Grande e Recreio, sedes de município, têm seu asfalto. O de Recreio vem da BR-116 e acaba ali, depois de 13 km. Todos os outros acessos - não há poucos - são em terra. Volta Grande também tem seu acesso asfaltado, também saindo da BR-116 próximo a Além Paraíba, seguindo dali para Pirapetinga, Santo Antonio de Pádua e outras cidades, já dentro do Estado do Rio.
Sempre se acha pelo caminho uma velha sede de fazenda no caminho. À frente dela, palmeiras imperiais e a linha de trem
As vilas viúvas não pedem a volta do trem, porque sabem que ele não voltará. Os governos brasileiros detestam trens e não resistem ao lobby das empresas de ônibus. Ônibus que, na estradinha, vi passar um durante a uma hora em que a estive percorrendo ontem.
A estação de Recreio virou museu
As fotografias que acompanham o texto foram todas tiradas ontem por mim.
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
TODOS IGUAIS PERANTE A LEI

A AGU (Advocacia-Geral da União) conseguiu, na Justiça, reformar decisão que obrigava a União a realizar as obras de restauração da antiga estação ferroviária de Porto Novo, no município de Além Paraíba (MG). O imóvel havia sido incluído pela Secretaria do Patrimônio da União no Fundo Contingente da extinta Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA), de responsabilidade da CEF (Caixa Econômica Federal).
O parágrafo acima foi transcrito de uma nota saída hoje na Internet, escrito por Silvana Losekan. Se a situação acima fosse um caso isolado, vá lá. Uma falha de um funcionário, uma omissão de outro, que fosse. Porém, todos os que acompanham a evolução (ou involução) da ferrovia nos últimos 15 anos (e mais) sabem que a regra é: pátio e imóveis desativados nas ferrovias nacionais significam abandono total de tudo. E continua:
Uma associação ajuizou ação alegando omissão do poder público na conservação do imóvel, gerando risco e prejuízos ao patrimônio histórico e artístico nacional, bem como a segurança do tráfego ferroviário. A 2ª Vara Federal de Juiz de Fora acolheu a liminar, determinando à Superintendência Regional do Patrimônio da União em Minas Gerais, que realizasse, no prazo de 60 dias, obras emergenciais de escoramento da estrutura da estação, sob pena de multa no valor de R$ 50 mil.
O artigo se estende, falando das responsabilidades no caso citado. Há outras decisões judiciais e processos correndo em várias instâncias contra a Rede ou seu espólio, com decisões diversas. Inúmeras. Infelizmente, tudo perda de tempo e de dinheiro. A União não vai respeitar decisão judicial alguma. Quando ela respeitou? Sómente quando lhe interessou.
O que estou querendo dizer é que a União não respeita nada, não há decisão da justiça que a faça se mexer nesse tipo de assunto e em muitos outros. É uma vergonha, realmente, para todos os brasileiros, ou, pelo menos, para os brasileiros que se importam com a preservação do patrimônio, e também, para todos os outros que são escorchados por impostos absurdos de toda ordem, enquanto do outro lado o dinheiro escorre pelas mãos da União em casos como o acima.
Até quando isso acontecerá? Provavelmente, até sempre. Até um futuro em que o País talvez não exista mais como o que conhecemos, para bem ou para mal. Não sei a resposta e não tenho esperança de que seja uma resposta otimista no âmbito ferrovias e, infelizmente, em muitos outros. Realmente, ao contrário do que está escrito na Constituição. não somos todos iguais perante a lei. A União, que em teoria é uma entidade que deveria existir para ajudar os que vivem neste País, é, na prática, algo que serve apenas para que as coisas não se degringolem demais enquanto poucos dela se aproveitam.
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