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sábado, 6 de outubro de 2012

BR-393, UMA RODOVIA ULTRAPASSADA

Pelo Google Maps, podemos seguir o percurso da BR-393 no município de Sapucaia, uma mistura de estrada com avenida
No último fim de semana saí de São Paulo e fui até a região da Linha do Centro da antiga Leopoldina, região de Além Paraíba e da cidade de Leopoldina, em Minas Gerais.

Nesta viagem acompanha-se, desde a região de Guararema, no limite nordeste da Grande São Paulo, até a cidade mineira de Além Paraíba, na divisa com o estado fluminense, o rio Paraíba do Sul. Parte pela via Dutra, BR-116, e parte - quando chegamos a Barra Mansa - pela rodovia Lúcio Meira, a BR-393. Esta passa pelos municípios e Barra Mansa, Volta Redonda, Barra do Piraí, Vassouras, Paraíba do Sul, Três Rios e Sapucaia.

Já fazia anos que eu não tomava a BR-393. A última vez mal deu para "senti-la", pois eu estava num ônibus (São Paulo a Cachoeiro do Itapemirim) e o percurso foi todo feito durante a noite. Amanheceu em Pirapetinga, já fora desta rodovia.

Agora, foi com o meu carro. Em termos de asfalto, a estrada é boa - salvo pequenos trechos - embora não possua duas pistas. E precisava ter, pois há muito trágego de caminhões. Ultrapassagens não são simples. Pedágios, como sempre, não faltam. Afinal, a rodovia liga dois braços da BR-116, ou seja, é uma espécie de atalho pelo planalto fluminense sem que se desça a serra pela 116 (que faz o percurso Barra Mansa - Rio de Janeiro - Teresópolis - Alem Paraiba).

Entretanto, o problema não é somente a pista única. Até há terceira pista em um trecho ou outro de subidas. O grande problema, no meu modo de ver, é que a rodovia passa dentro de duas cidades, ou seja, confunde-se com a avenida principal em Volta Redonda e em Sapucaia. Este último município possui três pontos urbanos (Anta, Sapucaia e Jamapará) que "engolem" a rodovia e transformam-na numa avenida cheia de lombadas - lombada, vocês sabem, é aquele morrinho de concreto colocado nas ruas, avenidas e estradas e que danificam os veículos, sejam bem feitos ou não, pois obrigam-no a baixar a velocidade, acabando com os freios e, se são malfeitos, e geralmente o são, ou mal sinalizados, fato também corriqueiro, fazem com que os pneus batam de frente neles a velocidades até medianas e "caiam" do outro lado, danificando a parte baixa do carro.

Isto faz diminuir a velocidade, criando fileiras de veículos enormes, "puxadas" por caminhões lentos e aumenta também o risco de acidentes e principalmente atropelamentos. Não dá para se aceitar, mun estado rico como o é o Rio de Janeiro, uma BR nessas condições. Em Volta Redonda ainda daria para se construir um anel por fora da zona urbana, mas, em Sapucaia, não existe espaço para isso, pois as suas áreas urbanas são comprimidas pelo rio Paraíba e pelas montanhas, muito próximas. Nos distritos de Sapucaia, uma nova rodovia deveris ser construída e, para isto, somente há três opções: túnel subterrâneo, via elevada ou construir uma outra estrada pela outra margem do rio Paraíba, já em solo mineiro.

Entre 1869 e 1871, portanto há 140 anos, quando a Central do Brasil construiu o ramal de Porto Novo do Cunha, ligando Três Rios a este porto fluvial (hoje, um bairro de Além Paraíba), com cerca de 70 km de extensão, fê-lo pela margem esquerda, tendo entretanto de cruzar e "descruzar" o rio exatamente antes de Anta e logo depois de Sapucaia, pois não quis construir túneis do outro lado, onde os morros encostam na margem esquerda do Paraíba do Sul. Vejam, portanto, que nenhuma das alternativas para tirar a estrada de Sapucaia será empreendimento fácil e barato.

Enquanto isso, ficamos mesmo com os riscos de acidente, perda de tempo, danos aos veículos e a nossa incomensurável paciência.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

ANTA, RJ, PERDE SEU TREM

A estação da Anta, em 2009. Foto Jorge Alves Ferreira

A estação da Anta, no bairro do mesmo nome, município de Sapucaia, RJ, acaba de perder seus trilhos. As duas estações, muito antigas - dos anos 1870 - ficam muito próximas às margens do rio Paraíba do Sul e pertencem à antiga Linha Auxiliar da Central do Brasil - que, dos anos 1970 em diante, passou a ser percorrida somente por trens oriundos da Leopoldina.

Essa linha perdeu os trens de passageiros entre a estação de Japeri e de Porto Novo do Cunha no início dos anos 1980. Só sobraram os trens de subúrbio até Japeri, hoje operados pela Supervia. A linha é de bitola métrica, mas originalmente tinha bitola de 1,60 m. Onze anos depois de a linha Auxiliar, métrica, chegar a Entre Rios (hoje Três Rios), em 1911, ela teve a bitola estreitada para métrica para servir como continuação da outra linha.

Ampliando o mapa, clicando sobre ele, dá para ver Sapucaia no alto e Anta, embaixo à esquerda (Google Maps, 2010) - Foto aérea tomada antes da construção da nova ponte

Em 1996, com a privatização das linhas da antiga Central do Brasil, o trecho da serra, entre Japeri e Paraíba do Sul, deixou de ter movimento dos cargueiros e foi abandonada. Vários quilômetros de trilhos nesse trecho já foram arrancados e boa parte roubados. Porém, o trecho final entre Paraíba do Sul e Porto Novo continua com tráfego, principalmente - ou somente - pelos trens de minério de bauxita que vêm de Cataguazes, mais especificamente de uma estação além, de nome Barão de Camargos. Na estação de Barão de Angra, em Paraíba do Sul, a carga é transferida para os trens de bitola larga da MRS e segue para São Paulo, até a estação de Alumínio, na antiga Sorocabana, passando pelas linhas das extintas Central, Santos-Jundiaí, Paulista, Fepasa (trecho do "corredor de exportação", entre Boa Vista e Mairinque) e Sorocabana.

Ampliando o mapa, clicando sobre ele, vê-se a velha ponte de Anta, à esquerda, depois de uma curva em ferradura (Google Maps, 2010) - Foto aérea tomada antes da construção da nova ponte

Na semana passada, mais uma modificação na velha linha Auxiliar: um trecho próximo ao rio Paraíba que deverá ser inundado pela represa de Simplício foi refeito mais londe do rio e agora passou a cruzar o rio não antes da estação de Anta, mas depois: foram-se os trens de Anta e logo, logo, deverão ir os trilhos, transformados por enquanto num curto ramal já abandonado. A velha ponte, creio, será ou desmontada ou inundada.

Ampliando o mapa, clicando sobre ele, vê-se o local onde foi construída a nova ponte de Anta, no centro, depois de uma curva em ferradura (Google Maps, 2010) - Foto aérea tomada antes da construção da nova ponte

Aliás, a existência da ponte é curiosa: de Três Rios, RJ, a velha linha Auxiliar parte e logo cruza o rio, entrendo no Estado de Minas Gerais. Acompanha o rio, passando pelo município mineiro de Chiador, até cruzá-lo novamente, em Anta, voltando ao estado fluminense, passando pela estação da sede do município de Sapucaia e logo depois cruzando novamente o rio para voltar a Minas, dando pouco depois em Porto Novo, município de Além Paraíba. Ali se liga com a velha linha do Centro da Leopoldina e segue para Cataguases, Ubá e Ponte Nova.

Agora, a nova ponte mudou o ponto de cruzamento, tirando a velha de uso.