sábado, 3 de novembro de 2012

FERROVIAS BRASILEIRAS EM 1946

Um dia um trem passou por aqui... linha retirada no Embaú, SP (Foto Marco Giffoni, 2012).
Uma publicação do IBGE com o nome do título desta postagem informava que em 31 de dezembro desse ano existiam 35.348 km e 400 metros de estradas de ferro em tráfego no Brasil. Comparando com nossos atuais 28.000 km e sabendo que em pelo menos 18.000 desses quilômetros têm pouquíssimo ou nenhum tráfego, é realmente algo a se pensar. Ainda mais sabendo que, até 1960, a quilometragem ainda aumentaria e chegaria a beirar os 38.000 km.

Vamos ser mais específicos com relação ao ano de 1946. Eram 14.040 km na então chamada Região Sul (SP, PR, SC e RS), 14.620 km na que era chamada de Região Leste (RJ, MG, ES, BA e SE), 4.526 km na então Região Nordeste (AL, PE, PB, RN, CE, PI e MA), 1.374 km na Região Centro Oeste (GO e MT) e finalmente apenas 779 km na então região Norte, onde apenas o Pará e Guaporé (atual Rondonia) possuíam ferrovias.

Minas Gerais era o estado com mais ferrovias (8,450 km) e São Paulo o segundo (7,519 km), que correspondiam a 45,2 de todas as estradas de ferro no país. Essa quilometragem total na época aproximava-se de 2.000 km. Somente para completar, Rio de Janeiro e Bahia ocupavam o 3o, 4o e 5o lugares, respectivamente. Vale ressaltar que nesses números todos não estavam computadas as estradas de ferro particulares, a serviço de fazendas, usinas e indústrias e não abertas ao tráfego público.

Havia 48 empresas ferroviárias na época. A Rede Mineira de Viação tinha a maior rede: 3.985 km. A Viação Ferrea do Rio Grande do Sul tinha 3.578 km. A Central, 3.355 km. A Leopoldina, 3.082 km.

Do total de linhas, 31. 981 km eram de linhas de bitola métrica. 2.261 km de bitole larga (1,60 m). 729 km de bitola de 0,76 m e 360 km de bitola de 60 cm.

Caminhamos para trás, realmente, em muito pouco tempo.

Um comentário:

  1. O corporativismo empresarial da construção civil e da indústria petrolífera, bloqueiam e sufocam o retorno das ligações ferroviárias em todo o Brasil. Isso é evidente, mesmo para quem chegou de fora como eu. Mas um país de dimensões continentais (como se usa dizer) não pode depender das ligações aéreas e rodoviárias para o transporte de pessoas e mercadorias, ou matérias primas.Em todos os sentidos o transporte ferroviário é publicamente vantajoso e favorável, até mesmo em termos ambientais (argumento tão em voga agora). Não acredito num verdadeiro crescimento harmonioso e de interesse geral sem um sério investimento em infra-estruturas ferroviárias.
    Sei que será necessária uma grande coragem política e empresarial para reimplantar uma rede ferroviária em terras brasileiras. Mas que desta vez seja uma rede ferroviária verdadeiramente nacional; integrada e motivadora dum salutar crescimento civilizacional e humano/social. Pode ser uma utopia; mas eu sonho com isso!

    ResponderExcluir