Marcelo Braguini Ferreira, 2016 - linha abandonada em Presidente Prudente
Novembro de 1971: A FEPASA era recém-nascida e o presidente
Emilio Medici recebia na Alvorada os prefeitos e presidentes das Câmaras
Municipais de 50 cidades da Alta Sorocabana, região onde, segundo eles próprios,
“o desemprego e o êxodo das populações são fenômenos alarmantes”. O
despovoamento da zona rural, com o deslocamento da população para os centros
urbanos, gerava enormes problemas para os municípios. Entre os inúmeros pedidos
ao presidente, estavam a retificação e a eletrificação da ex-Sorocabana entre
Assis e Presidente Epitácio e a conclusão do ramal de Dourados, pelo menos
entre o Porto Euclides da Cunha e Rosana, às margens do rio Paraná.
É interessante ver que o fenômeno do rápido crescimento das cidades do Oeste
Paulista, que tudo teve a ver com a chegada da ferrovia a terras antes virgens
e praticamente despovoadas, começava a ruir diante da já declinante ferrovia do
início dos anos 1970. Basta ver que dez anos mais tarde o ramal de Dourados já
estaria em estado de abandono e jamais seria terminado e o trecho ferroviário
após Assis jamais receberia qualquer melhoramento por parte da FEPASA.
O que aconteceria se o ramal tivesse sido completado até a cidade que lhe deu o
nome no Mato Grosso do Sul e se juntado, como previsto, ao ramal de Ponta Porã,
da Noroeste do Brasil, que já operava desde os anos 1940? E se a ferrovia
tivesse sido efetivamente eletrificada entre Assis e o rio Paraná? Ora,
infelizmente, sou obrigado a crer que pouca coisa mudaria. É possível, diante
do que se viu nos últimos 45 anos no Brasil, que tudo estivesse como hoje – no mais
profundo abandono. E, com isso, mais dinheiro teria sido jogado fora. As
cidades tiveram algum desenvolvimento, sim, mas pouco, acostumadas que estavam
a ter toda a sua infraestrutura voltadas para a estrada de ferro que as cortava
e que, principalmente, funcionava.
domingo, 23 de outubro de 2016
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Batalha vem de longe.
ResponderExcluir